Ain't nobody gonna take my life

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 FRANK

O cartão que o segurança-mordomo-sei lá o quê da casa me entregou parecia uma chave daquelas de quarto de hotel mais chique, que você encosta na maçaneta e ela destranca. No mesmo momento que me perguntei se isso era necessário lembrei da quantidade anormal de pessoas que deveriam correr por estes corredores e afastei o pensamento.

Assim que desci as escadas após a comoção do retorno de Arthur à festa, percebi alguns olhares estranhos em mim e embora tenha me sentido super estranho com isso, Bert surgiu em meio àquelas pessoas e veio até mim.

– Frank! Ah caralho você tá bem? Você não devia estar deitado!?

– Tô bem! Tô de boa, tranquilo, já passou a tontura e tudo mais.

– Não sei se to aliviado ou desapontado de te ver de pé em tão pouco tempo.

– Como assim desapontado? – Me lembrando que estava limitado nas expressões faciais, cruzei os braços.

– Ah sei lá, você podia dar uma de Jane Bennet e dormir aí, deixar ele cuidar de você e só sair quando estiver noivo.

– Qual é, Bert!? – Dei um soquinho no braço dele e ele riu, embora minha cabeça mal houvesse realmente processado o que ele tinha sugerido. Durou pouco, pois ele logo mudou de assunto.

– Hmm ele realmente te vestiu com as roupas que eu escolhi.

Pera. O quê?

– Ele me...?

– E eu adorei o tapa-olho! Já pensou em fazer show assim, boneca? Aposto cem reais que no primeiro já ia te encher de roadie.

– Bert...

Felizmente ou não, fomos interrompidos pelo flash aparentemente acidental da câmera do celular de uma moça que escondeu o aparelho com vergonha depois de não ter tido vergonha alguma em tirar uma foto não-autorizada de nós dois. Eu fiquei completamente atônito e perdido enquanto Bert voltava a me puxar pra cima e pra baixo na festa, pra longe de olhares extremamente interessados que eu comecei achar se direcionarem especificamente à mim. Era estranho... Não era ruim, mas não era normal. Pelo menos não me sentia tão no foco de atenção assim há alguns anos.

Robert pareceu ter percebido meu momento intrigado quando paramos e ele me deu um copo de refrigerante.

– Te deram analgésicos, não vai tomar mais álcool por enquanto. – Eu peguei o copo ainda meio cauteloso e olhando ao redor. – Você ainda nem mexeu no celular né?

Puta que o pariu, onde estão minhas coisas?

Segurei o instinto de bater com a mão na testa em preocupação e apenas encostei alguns dedos na testa enquanto respirava fundo. Pra minha surpresa, Bert fez o que eu queria ter feito.

– Mas é claro que não, Bert, anta! – Ele começou a mexer nos bolsos da calça. – Seu celular ficou comigo, dã. O Mikey guardou sua bolsa, mas o celular... – Ele finalmente tirou meu aparelho de telefone do bolso traseiro da calça e me entregou. – Tá aí. Cara... Acharam seu Twitter. Tá uma doideira.

Peguei meu aparelho com receio, as notificações incessantes o fazendo vibrar com intervalos curtos demais pro meu gosto.

– Eu nem uso Twitter! Como assim acharam?

– Sei lá! As coisas correm rápido demais quando tem famoso envolvido, ainda mais quando é algo polêmico. E porra, você levou unhada da loira! Além de ser a primeira vez que esses urubus viram o Artie se preocupando de verdade com alguém além do Mikes, as fãs tão piradaças porque apareceu alguma coisa que elas não sabiam da vida dele, tá uma loucura!

Party PoisonOnde histórias criam vida. Descubra agora