GERARD
Seria errado dizer que não haveria um belíssimo contraste entre minhas mãos largas e pálidas contra aquelas costas tatuadas. Seria ignorar a mais bela e pura arte.
A pressão em minha intimidade alternando entre média e alta conforme eu cravava minhas unhas em suas nádegas, movendo a carne em sincronia com minhas investidas cada vez mais intensas, até minha voz começando a se tornar audível de tanto prazer que sentia por estar ali com ele, finalmente nos conectando de forma direta e íntima... "Ah, Frank... Você é tão gostoso..."
SLAP!
A mão na minha cara me fez morder um pedaço interno da bochecha no susto e a confusão não me deixou nem entender o que estava acontecendo. A consciência só bateu quando me voltei pra frente e arranquei a máscara de dormir que já estava praticamente caída de meu rosto, revelando o rosto de Evellyn irritada na minha frente.
– COM QUEM PORRAS VOCÊ TÁ FANTASIANDO ENQUANTO TRANSA COMIGO, ARTHUR?
A cara dela acaba com tudo, não importa quantas vezes eu tente. A voz então? Ugh. Ainda mais berrando desse jeito.
– Você quer fazer isso ou não?
– Você tá fantasiando com aquele MERDA?
– Não, Eve, eu não estava.
– Quem mais então, porque eu sei que você não deixa ninguém com nome ou apelido Frank entrar nessa porra dessa casa há anos?
Precisei respirar fundo e acabei olhando pra baixo. Mole. Agora também estava morto de vergonha, mas nunca iria admitir o que ela estava insinuando. Comecei a sair da cama com facilidade já que estava apenas de joelhos e fui até a cômoda pegar uma cueca e roupas limpas enquanto a escutava resmungando ao fundo. "Não vai me responder, Arthur!?", "Vai deixar a conclusão ser essa mesmo?", "Não vai nem terminar de me foder, porra!?". Todas as reclamações e eventuais xingamentos eu ignorei com facilidade, habilidade que havia adquirido nos últimos tempos com a companhia dela. Eu não tinha interesse nenhum de responder ou discutir, nem fazer mais nada dentro daquela sala. Minha vontade no momento era apenas ficar o mais longe possível dela até que acalmasse o ataque de pelanca.
– Vou pegar uma bebida.
A deixei berrando sozinha no quarto e saí casa afora num ritmo surpreendentemente calmo até para mim. A essa altura do campeonato eu nem sabia mais como me sentir, então acabava não sentindo nada. No caminho até a pequena adega que modelei em um canto da cozinha, tentei massagear e alongar meu maxilar tenso e me lembrei da recente mordida na parte interna da bochecha direita. As palavras de Mikey ecoaram em minha cabeça: "O quê faria ela colocar isso tudo em risco com algo tão fodido quanto uma tentativa de homicídio?"
Aquela conversa toda com meu irmão deveria ter se misturado com o resto das memórias da festa, mas não. Cada momento de interação com ele e com Iero estavam gravados em Ultra HD 8k com som surround de cinema, disponível em 4D 360° na minha memória pra reviver a hora que eu quisesse. O que era nunca, mas acabava acontecendo de qualquer forma. As memórias apareciam como pop-ups chatos de publicidade na internet nos anos 90. Eu acabava lembrando de ter sido obrigado a trocar as roupas ensanguentadas de Frank, de passar o pano úmido por sua pele tatuada... Todos aqueles desenhos, todo aquele tempo de história completamente desconhecida por mim... Frank havia se tornado uma obra de arte, ainda mais do que em minha memória. Vê-lo daquela forma inconsciente, imaculada, enquanto terminava de limpá-lo... Se pecado tivesse uma forma, aquela seria ela. Tentação. A própria armadilha do inferno pra me fazer cair de vez em perdição.
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Party Poison
FanficAlguns anos após ter terminado a faculdade de música Frank recebeu um convite de um amigo de infância, um amigo querido do qual não tinha notícia já há algum tempo, porém ao chegar na festa se deparou com uma lista interminável de coisas inesperadas...