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Chase Elm achava simplesmente incrível quando as pessoas eram passionais demais - pois ela não se via assim, ela acreditava mesmo em tentar usar a sensatez e alguma frieza para responder os problemas, mas até então, ela era de Áries e isso sempre fora um caso perdido contra os astros. August não tinha saído do seu trailer por horas, e Chase imaginava a mulher digitando um relatório enfurecido que não ajudaria em nada a avançar sua carreira.

Bom, mas ela não queria avançar sua carreira, pensou Chase. Enquanto a maior parte das pessoas quer mais, August parecia estar satisfeita em deitar no chão, e ficar horas suja e com um Ipod nos ouvidos. Isso, avaliou a professora, ela não podia entender. Chase sempre quis crescer, e imaginava-se um dia, diretora do departamento onde trabalhava.

Talvez August não viesse. Afinal, a mulher tinha feito uma bela de uma cena para todo sítio ouvir, e agora, devia estar no mínimo ocupada. Chase ficaria constrangida pelo menos. Por isso, pensando que August não iria até seu pequeno trailer de temporada, ela mesma abriu a geladeira e pegou uma cerveja.

Abriu a tampa com a mão, e sentou-se em um banquinho da pequena e ridícula cozinha, colocando os pés em cima do banco consigo e apreciando a cerveja gelada. Ela usava um conjunto limpo de moletom nada criativo, com tons cinzas demais e estava de meias nos pés. Era realmente um final de expediente, do tipo que ela estava pouco acostumada. Seu corpo a lembrava que ela não tinha mais 20 anos, e que as horas deitada no chão, focando o movimento em seu pulso direito, iam cobrar passagem depois, quando ela fosse se deitar.

Quando ouviu uma batida leve na sua porta, ficou um tanto surpresa, mas não ia cantar vitória antes de saber quem era.

- Entre! Está aberta!

A porta do trailer abriu-se, e pelas pequenas e estreitas paredes da entrada, August apareceu com um meio sorriso. Ela usava um vestido que lhe ia até os pés, colado na parte superior do corpo, e meio aberto embaixo, preto, e que tinha um decote que revelava que ela era um tanto generosa no busto. Surpresa pelo visual e pelo batom vermelho, Chase levantou uma sobrancelha, sentindo um arrepio na coluna.

- Começou a beber sem mim? - August disse com um tom de julgamento, mas com um sorriso nos lábios.

- Meus músculos me obrigaram. - Falou Chase, puxando o corpo para se levantar do banco. - Como você está, Gus?

- Puta da cara. - Falou a mulher, se inclinando para frente e permitindo que Chase beijasse seu rosto como um sinal de boas vindas.

- Que tal uma cerveja para isso?

- Deixa que eu pego, senta aí. - August disse.

Chase deixou August mesmo se servir, pois do banco onde ela agora estava de novo se sentando, ela teria uma bela de uma visão de August circulando pela cozinha com uma cerveja na mão e aquele vestido maravilhoso.

- Ouvi dizer que seu dia não foi dos melhores. - Chase comentou.

- Hum... ouviu foi? - August comentou de forma desinteressada, abrindo a geladeira e pegando uma cerveja para si.

Surpreendentemente, pensou Chase, ao invés de abrir a cerveja com um abridor, a mulher levou a garrafa até a boca e puxou a tampa com os dentes, o que fez Chase a achar sexy demais.

- Falaram por aí...

- Como foi seu dia? - A mulher mudou de assunto tão rápido quanto pôde.

- Progredi um pouco no fóssivel. Estou quebrada. - Riu. - Acho que vou precisar de umas 3 dessas... - Mostrou a cerveja. - E mais um advil, isso se eu quiser dormir.

- Você vai acostumar.

- Eu vou, não tenho tanta certeza quanto ao meu corpo. Eu não tenho mais 20 anos, Gus. - Sorriu gentilmente, vendo August a olhar de forma curiosa.

A guardiã dos ossosOnde histórias criam vida. Descubra agora