9

2.6K 143 21
                                        

Chase acordou com a luz do dia, e sentiu um peso no peito. Ela chegou a tentar se mover quando abriu os olhos e só então percebeu que August estava dormindo no seu peito. Os cabelos dela, cheirando a flores, e o corpo quente revelavam que ela estava ainda dormindo. A mulher mais velha sorriu enquanto aconchegava mais a menina no peito, só para descobrir que ela continuava nua, mesmo por baixo das pesadas cobertas entre as duas.

Chase deu um beijo no topo da cabeça de August, e tentou afastaro corpo dela. E ela dormia como uma pedra!

- August. - Ela chamou devagar. - Gus.

- Hum... - Ela resmungou no meio do sono.

- Já está de manhã.

- Por Deus, não trabalhamos hoje. Está caindo o mundo ainda e é sábado. - Lembrou August. - Me deixe dormir mais.

Ela tinha um ponto, pensou Chase. De fato, com aquelas condições o melhor que podiam fazer era tomar chá e fazer relatórios. Chase ia rir, mas começou a afastar os cabelos de August de sua testa e notar que ela parecia morna demais. Seu sorriso foi ceifado, e ela ficou imediatamente preocupada.

- Gus, querida. Está sentindo alguma coisa? - Ela perguntou.

- Sono. Cale a boca.

- August. - Chase espalmou a mão na testa dela. - Você está quente.

August forçou o corpo para rolar de lado e abriu os olhos o suficiente para Chase. Sim, no fundo ela sentia dor no corpo e alguma exaustão mas não estava miserável e isso já era algo. Puxou o lençol para si e cobriu os seios pra ter uma conversa decente.

- Só estou cansada ainda.

- É. - Chase já virou os pés para fora da cama, procurando nas gavetas seu termômetro digital. - Eu imagino que esteja. Dormiu bem pelo menos?

- Eu dormir por cima de você? - Perguntou honestamente.

- Sim. E nua. - Chase sorriu, virando o rosto por cima do ombro quando achou o termômetro.

- E não acabou em sexo... o mundo está estranho, não acha?

- Muito. - Chase riu ligando uma luz, e puxando August pelo braço para mais perto, mesmo que ela estivesse deitada ainda. - Abra a boca.

August sentiu um tanto de vergonha, mas abriu e deixou Chase colocar o termômetro embaixo de sua língua e segurou-o bem. A atenção de Chase, sua mão delicada tirando os cabelos de sua testa... August sentia algo ali, e era por ela, por aquela mulher.

- Foi uma visão e tanto, você dormir assim. - Chase confessou com a voz carinhosa. - Foi bem especial.

- Você dormiu vestida. - August disse com a voz abafada pelo objeto.

- Cale a boca, vai sair errado a temperatura. - A mais velha riu. - Resolvemos isso logo logo.

Logo o termômetro de leitura rápida apitou e Chase o puxou avaliando a temperatura.

- Quanto deu? - A menina quis saber.

- Deu "você está doente e eu vou te examinar e dar um banho".

O comentário de Chase fez August corar profundamente e ela nem sabia porque. A professora a olhou com uma certeza curiosidade mas também querendo estabelecer qual era o problema ali, e, acima de tudo, ela era uma cientista. Os sinais vieram como um certo pudor, o que ela achou no mínimo exótico já que Gus tinha dormido até nua.

- Sabe, não é um bicho papão ser cuidada, Gus.

- É só uma febre, Chase. Um tylenol e cama. - Declarou.

A guardiã dos ossosOnde histórias criam vida. Descubra agora