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Centro de Tacoma. 45 minutos depois.

- Então eu disse para ele que ele estava completamente errado! Ora, você sabe muito bem que o reagente...

- Tem que ficar azul. - Completou August concordando enquanto elas seguiam o garçom até a mesa do restaurante mexicano.

- Foi o que eu disse!

A história sobre uma datação de fóssil tinha tomado conta dos últimos minutos da conversa delas, que tinham usado o carro prata de Chase para dirigir até Tacoma. As duas, rindo agora, e com um clima leve, sentaram-se de frente uma para a outra na mesa de madeira escura, pegando seus cardápios e dando uma olhava preliminar.

- Já veio aqui antes? - August quis saber.

- É um dos meus lugares preferidos em Tacoma. - Disse Chase sorrindo por cima do cardápio, aproveitando que o garçom ainda estava ali. - Posso pedir pra você?

- A vontade. - August abaixou o menu. - O que é que eu vou comer?

- Um burrito aberto, com guacamole. Come porco?

- Como. - Concordou. - Parece ótimo. O que você vai comer?

- Enchiladas de frango. - Ela sorriu, abaixando o menu e olhando para o garçom que anotava o pedido. - Pode nos trazer uma jarra de sangria também?

- Claro, senhora. - O homem anotou tudo e as deixou sozinhas novamente.

- Você vem muito em Tacoma?

- Mais do que gostaria. - Chase disse, abaixando o menu de lado e sorrindo amplamente para August. - Meu trabalho acaba me levando pelo país inteiro.

- Posso dizer o mesmo.

- É um estilo de vida... - A professora estalou a língua. - Quando não se tem família.

- Por isso parou de escavar? Pois se casou?

- Humm... - Chase avaliou se queria entrar em um assunto pessoal, mas não viu mal em fazer isso. - Kimberly viajava a trabalho também... eu acho que nosso tipo de gente só se casa com nosso tipo de gente... então, não, não foi por isso. Parei de escavar porque eu queria crescer academicamente, e parecia um bom caminho. Não achei que fosse me fazer tanta falta.

- Mas fez.

- Fez... - Concordou. - Não me entenda mal, eu amo meus alunos... mas é na rocha que a gente se acha, não é mesmo? Eu cresci na poeira, então faz sentido.

- Onde você cresceu?

- Interprise, Alabama. - Sorriu.

- A terra do amendoim - August riu. - Houston, Texas.

- Vaqueira.

- Fui o esteriotipo, sim. - Concordou August. - Com cavalos, vacas e tudo mais.

- Aposto que você usava trancinhas no cabelo.

- E botas com esporão. - Sorriu August, deixando a imaginação de Chase vibrar.

- Você ainda monta?

- É quase uma ofensa perguntar para uma garota do Texas se ela ainda monta. Me dê uma coisa viva, e eu consigo montar nela.

"Monte em mim", pensou Chase.

- É mesmo? - Apreciou o comentário. - Eu sei comer amendoins, e sou muito boa nisso.

- Nunca montou nada?

"Só mulheres", pensou de novo.

- Não... sou boa com animais morto há 70 milhões de anos, só.

A guardiã dos ossosOnde histórias criam vida. Descubra agora