11

2.4K 126 9
                                    

Chase decidiu que era hora de firmar a dominação, colocar limites ali. Mostrar mesmo quem mandava. E sim, ia doer. Ela sabia que ia doer. August sentiria na pele, ia demolir aquele aspecto de liderança que ela tinha - ela ia passar a depender de Chase.

- Eu vou mostrar à você quem manda aqui. E você vai tomar uma boa de uma surra. - Avisou Chase.

August sentiu um nó no estômago.

- Surra? - Perguntou chocada. - Não pode estar falando sério.

- Estou. Abaixe essas calças e a calcinha até os joelhos. - Avisou.

O choque foi visível.

- Por quê? - August deu um passo para trás.

- Você vai apanhar na bunda. - Chase explicou com paciência. - E eu preciso saber o que estou fazendo.

- Me desculpe. - August pediu, vendo as consequências. - Chase, isso tudo é novidade pra mim, e eu... eu só não sei como agir.

- Eu vou lhe ensinar isso. - Concordou. - Abaixe a roupa, e deite no meu colo, de bruços.

O choque foi visível de novo.

- No... seu... no colo? Com a bunda pra cima?

- Exato. - Chase tentou ler a expressão facial dela. - Vamos.

- Mas...

- Mas o quê? - Chase levantou a sobrancelha.

- Vai aparecer.

Chase franziu a testa, sem entender por um segundo. Tentou forçar o cérebro e então se deu conta do que ela estava falando.

- Está preocupada que seu ânus vai aparecer? Sério? - A professora ficou chocada. - August, esse seu pudor me preocupa, mas eu não consigo ver como isso é um problema.

- Eu não quero apanhar.

- Ficaria surpresa se quisesse! - Bufou irritada. - Mas você está encostando no limite desde que começou, e agora eu vou dar um basta. E eu sugiro que abaixe essa roupa antes que eu abaixe pra você.

- Olha, Chase, eu...

Quando ela ia encher a boca com desculpas, Chase puxou ela pra perto e colocou a mão no cós de sua calça macia.

- E mantenha sua mão longe! - Avisou. - Eu não quero ela aqui!

Abaixou as calças dela junto com a calcinha até o joelho e viu que ela corou honestamente envergonhada - Talvez pela situação. Puxou ela pela mão, para vir pro seu colo e viu que ela travou.

- Por favor. - Pediu August.

- Deite, vamos.

- Mas vai...

- Só eu vou lhe ver assim. Está tudo bem. Obedeça.

August foi meio à contragosto.

Ótimo, pensou Chase. Ia ser mais fácil assim. Ajustou August em sua perna, deixando sua parte de trás bem lisa e visível para ela e segurou sua cintura com uma mão. August, naquela posição, se sentia... vulnerável. Era estranho.

Quando a mão de Chase a acertou a primeira vez, ela já desabou em choro.

Paft!

Foi uma surpresa de novo, Chase decidiu, ouvindo o choro tomar conta dela. Não estava doendo... não ainda... mas ela parecia psicologicamente tomada pelo momento.

Paft!

Paft!

- Ai, chega! - Pediu a menina, com o choro intenso já.

Chase não conhecia os limites dela ainda, não entendia como ela funcionava... ela sentiu-se um tanto confusa com a situação, mas decidiu que pelo menos 10 tapas seria o necessário.

Paft!

Paft!

Paft!

Paft!

Paft!

Paft!

Paft!

Deu seus 10 tapas, apenas para provar que estava falando sério e deixou August chorar ali. Foi passando a mão nas costas dela, com calma, tentando amparar o choro.

- Calma... respire... - Falou com paciência. - Está tudo bem...

Foi difícil segurar ela pelo braço, e começar a levantar ela do colo. A confusão imediata entre os olhos dela e todo o resto parecia quase palpável. August estava em outro lugar agora... agora ela era Alice, e tinha caído no buraco no coelho. Estava numa queda livre, confusa e cheia de perguntas, sem ao menos ver o chão.

- Eu fiz o que fiz porque quero que pense, August. - Declarou. - Pense no que fez, e não repita. Você entende isso?

Ela balançou a cabeça positivamente.

- Ok... - Concordou Chase. - Pode subir a roupa.

- Eu posso ficar um pouco sozinha?

- Por quê? - Quis saber. - Não, não pode. Você vem pro colo agora.

Ela negou com a cabeça, chorando intensamente, com as bochechas vermelhas enquanto se vestia de novo.

- Gus... - Chase pegou carinhosamente no braço dela. - O que foi?

- Ninguém nunca tinha... - Respirou fundo puxando o ar. - Nunca tinha me dito não assim... e dói... por quê dói?

- Querida... - Chase a puxou pelo braço para perto, segurou-a pelos dois braços, de frente para si e sorriu. - Dói... eu sei... mas é porque é algo sério. Algo que tocou você...

- Eu não quero que doa.

Chase levantou-se e abraçou August com todo carinho, deixando ela desabar. Ela estava entrando tão rapidamente no vórtex da dominação psicológica que Chase tinha que lidar com demônios saindo rapidamente da cartola. Ela só não entendia porque.

- Dor faz parte da vida, minha doçura... tristeza faz parte da vida. - Explicou a mulher. - A diferença é que não precisa lidar com isso sozinha mais.

- Você deve estar me achando ridícula... - August puxou os braços para si, virando de costas, buscando espaço para caminhar. - Eu nem sei porque estou chorando tanto...

- Chorar comigo não é um problema. - Chase observou o movimento, cruzando os braços. - Mas eu sinto que não é só com o choro que está incomodada...quer me contar o que é?

- Nem eu sei. - Declarou. - Essa agonia... essa sensação que meu peito está afundando dentro de mim, e de que eu não posso lidar com seu não... que eu não...

- Gus... pare de pensar. Solte a corda. Deixe eu guiar.

- Eu não sei como.

Ali estava, pensou Chase. Controle.

Controle era uma grande questão. E sim, iria doer. Arrancar o controle, depender de alguém... deixar alguém realmente ver o lado ruim. A professora podia entender o medo, a ansiedade.

- Eu não vou te deixar cair. - Prometeu.

- É, mas eu vou.

Chase caminhou até a mulher, e segurou-a pelo braço, forçando-a a olhar para ela, no fundo dos olhos. Havia algo vivo ali, algo que ela não compreendia. Algo que levava August para cima e para baixo, como uma montanha-russa.

- Você não precisa lutar tanto... nós vamos em frente, devagar, e vai ficar tudo bem.

- Eu preciso lavar o rosto. - Pediu August.

- Certo... lave e venha para cá de novo. Vamos ver algo para nos distrair um pouco.

A guardiã dos ossosOnde histórias criam vida. Descubra agora