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Eram quase seis da tarde e Chase decidiu que a chuva estava forte demais e que era perigoso forçar a bateria do seu notebook. Por isso, desligou tudo e esticou os braços, pensando que precisava comer.

Estava chovendo há horas, e estava frio, o que a fez pensar que também precisava ligar o aquecedor. Ela iria fazer um macarrão, rápido e prático e convidar sua nova menina, August para jantar com ela. Iria começar a fazer seus movimentos, devagar, e conquistar ela.

Chase levantou, andou até o aquecedor, e regulou ele para 25 graus. E olhou a chuva pela janela. Meu Deus, aquilo faria uma bagunça no sítio. Quando olhou pela janela, um frio percorreu sua coluna. August estava lá, na mesma posição, debruçada sob a chuva, arrumando o fóssil, trabalhando, puxando panos.

Esquecendo tudo, Chase abriu a porta e gritou.

- AUGUST! - Ela berrou para a menina. - PELO AMOR DE DEUS!

- NÃO PODEMOS PERDER O FÓSSIL! - August gritou, continuando a trabalhar.

- Venha até aqui, AGORA! - Chase ordenou.

- EU JÁ VOU, VOU SÓ ARRUMAR TUDO!

Ótimo, agora Chase sentia a dominação e a preocupação na ponta dos dedos. Ela poderia ir até lá, dar umas palmadas em August ali mesmo! Se segurou, travou os dentes e começou a procurar um guarda-chuva. Ela ia evitar a cena. Ia puxar August para dentro e ali se resolveria com ela. Ótimo, seus planos de calmaria estavam indo por água abaixo!

Tentou controlar a raiva. Pegou o guarda-chuva para si e saiu, pisando nas poças de água, praticamente correndo até chegar em August. E ela continuava trabalhando duramente para a água não destruir seu trabalho. Os raios caiam sobre elas, e estava frio - muito frio.

- August, vamos para dentro. Agora. - Chase chamou-a com a mão. - Anda, deixa isso aí.

- Eu não posso perder meu trabalho. - Ela falou focada.

- August, eu estou mandando.

Era a primeira ordem, e August sentiu um frio na boca do estômago. Olhou para Chase. A sensação de ser ordenada a pegou de surpresa, mas a sensação no estômago, isso ela conhecia - era ansiedade, medo, preocupação. Chase estava parada ali, e tinha um olhar duro, e August sabia... oh, ela sentia. Ela parecia estar encrencada.

- Chase, eu já vou, eu só... - Era melhor usar a lógica.

- Não, August, você vai agora. - Ela falou mais firme.

Ela quis dizer que não, quis negar, mas ela não conhecia o chão ali - aquilo era novidade para August. E ela tinha que saber onde estava pisando.

- Ok. - August disse esticando o tecido sob o fóssil. - Eu só vou por mais um pano e podemos...

- Agora, August.

Contrariada. Essa era a palavra. Ela se sentia contrariada. Ela engoliu a amargura que se formou na boca e acompanhou Chase. Não porque achava sensato ou porque queria, mas porque não seria mal educada, pelo menos daquela vez.

Ela caminhou com Chase até o trailer dela, e entrou, e espero Chase fechar a porta e fechar seu guarda-chuvas. E quando a mulher a olhou, ela parecia estar furiosa.

- O que pensa que está fazendo, August? - Perguntou séria.

- Eu estava trabalhando. - Riu.

- Você está ensopada! E gelada! - Chase falou séria, se aproximando e vendo os lábios roxos de August.

- Eu posso perder o que eu já fiz... - Explicou. - Sabe disso.

- E perdeu o juízo também! - Deu uma bronca. - Tira essa roupa, anda, eu vou esquentar uma água para você tomar um banho.

A guardiã dos ossosOnde histórias criam vida. Descubra agora