David sendo David

413 67 18
                                    


Se vc é um leitor fantasmas também, deixa pelo menos o seu votinho aqui ಥ_ಥ incentiva muito saber que tem alguém gostando.

~~Boa leitura~~



Quando as aulas acabaram ao final do dia, estava eu entrando no carro vermelho da familia campbell, Dave estava todo agitado.

–Todo mundo está comentando sobre você maninho! - Gritou, quase estourando meus tímpanos, inquieto no assento. – Todo mundo viu você salvando a vida daquele cara! Você salvou a vida de um Martinson!

- Eu não salvei a vida de ninguém - retruquei, enquanto ajeitava pacientemente o espelho retrovisor para dar uma olhada nos cabelos. Ótimo. Apesar desse vento todo e o ar salgado não fazerem tão bem.

- Como não? Eu vi o tamanho daquele troço de madeira, se aquilo tivesse caído na cabeça dele, plaft, estaria esmagado e mortinho da silva. Então, você salvou ele sim. Pode crer que salvou!

- Ergh – disse eu, passando protetor labial. - Talvez.

- Ah mano, caramba, hoje foi só o seu primeiro dia de aula e você já é o garoto mais popular da escola!

Dave não conseguia mesmo se conter, e acabava saindo da pose de nerd, pra de um guri da idade dele todo "maneiro".

Às vezes eu ficava pensando se um Bromazepam (medicamento relaxante sedativo) não seria uma boa. Não que eu não gostasse dele. Na realidade, ele era o filho do Andy de que eu gostava mais - o que no fundo não quer dizer muita coisa, mas é o melhor que posso dizer. Ele foi quem chegou para mim na noite anterior, quando eu estava tentando decidir o que vestiria no primeiro dia de aula, e me perguntara, muito pálido, se eu tinha certeza que não queria trocar de quarto com ele.

Fiquei olhando para ele como se ele estivesse maluco. Seu quarto era bem legal, e tudo mais, mas espera aí. Desistir do meu próprio banheiro e da vista para o mar? Nem pensar. Nem que isso significasse que eu estaria me livrando do meu incomodo companheiro de quarto, que na realidade não tinha voltado a aparecer desde que eu o tinha mandado pastar.

Anteriormente

- Por que diabos eu iria de querer trocar o meu quarto? - Perguntei.

Dave deu de ombros.

-É que... Bem, é que este quarto aqui é meio horripilante, não acha não?

Fiquei olhando para ele. Vocês deviam ver como o meu quarto estava. Com o abajur da mesinha de cabeceira aceso, envolvendo tudo numa maravilhosa luz roxa azulada, e o minha playlist do spotify tocando Ennio Marricone – tão alto que duas vezes minha mãe tinha gritado para eu abaixar. Horripilante era a última coisa que alguém diria sobre o meu quarto.

- Horripilante? – Repeti, olhando ao redor. Nenhum sinal do Jungkook. Nenhum sinal de nada anormal. Estávamos perfeitamente instalados no reino dos seres vivos. – O que tem de horripilante aqui? 

o pequeno franziu a boca.

- Não conta nada ao papai – explicou – mas tenho andado investigando um bocado por aí e pesquisando sobre esta casa, e cheguei à conclusão, sem a menor sombra de dúvida, de que ela é mal-assombrada.

Eu poderia achar que ele estava somente brincando, mas quando eu olhei para sua carinha sardenta, vi que ele estava falando sério. Tipo muito sério MESMO, ainda mais quando deixou seu comentário.

- Embora a maioria dos cientistas tenha descartado quase todas as alegações de casos de atividades paranormais no país, persistem muitos indícios de fenômenos espectrais acontecendo no mundo sem explicação. Minha investigação na nossa casa ficou a desejar em matéria de indícios considerados tradicionais de presença de espíritos, como os chamados pontos frios. Mas ainda assim, Tae, ficou perfeitamente evidente a variação de temperatura neste quarto, levando-me a concluir que provavelmente houve aqui pelo menos um caso de uma grande violência, talvez um assassinato? E que alguns remanescentes da vítima (que você pode chamar de alma, se quiser) ainda estão por aqui, talvez na vã esperança de conseguir justiça para sua morte violenta.

Lentamente eu me sentei na cama, pois caso contrário, poderia ter caído.

- Nossa - disse, fazendo força para manter a voz normal. - Impossível eu me sentir mais bem-vindo que isso.

Dave ficou meio embaraçado.

- Desculpa - disse, com a ponta das orelhas ficando vermelha. – Não devia chegar dizendo essas coisas assim. Quando eu falei disso com o Jake e o Brad e eles disseram que eu estava maluco. E talvez esteja mesmo. – depois de engolir em seco, tomando coragem disse – Mas considero meu dever, como irmão mais novo em me oferecer para trocar de quarto com você. Como vê, não estou com medo.

Depois dessa eu esqueci totalmente meu choque numa repentina onda de afeto, eu sorri pra ele. Fiquei realmente sensibilizado, dava para ver que o carinha tinha precisado reunir toda a coragem para fazer aquela proposta. Ele realmente estava convencido de que o meu quarto era mal-assombrado, apesar de tudo que a ciência lhe dizia e no entanto se mostrava disposto a se sacrificar por minha causa, por puro sentimento de irmão mais novo, apesar que ele podia ser egoísta quando a isso.

Impossível não gostar do carinha. Impossível mesmo.

- Relaxa, David – eu acabei esquecendo completamente de tudo, eu estava realmente achando uma gracinha ele ali na minha frente. – Acho que sou perfeitamente capaz de enfrentar qualquer fenômeno paranormal que venha a ocorrer aqui.

- Bom, se você realmente não se importa...

- Claro que não, está tudo bem. Mas tem algo queria te perguntar – continuei abaixando a voz, para o caso de o Jungkook estivesse em algum lugar por ali. – Nas suas pesquisas, em algum momento você ficou sabendo o nome desse pobre coitado cuja alma estaria vagando pelo meu quarto?

Negou com a cabeça.

- Mas se você quiser realmente mais detalhes, eu posso conseguir para você. Aqui tem a biblioteca central, lá eles têm todos os jornais que já foram publicados em nossa região desde que fundaram a imprensa local, pouco antes da construção desta casa. Está tudo em microfilmes, e tenho certeza de que se ficar algum tempo dando uma olhada...

A coisa me parecia meio absurda, um garoto passando o tempo todo numa biblioteca cheia de mofos vendo microfilmes, isso atacaria minha rinite se fosse eu. Mas cada um na sua, certo?

- Ok – foi tudo que consegui dizer.

Atualmente

Parando para pensar, eu acho que estou virando o tipo de irmão "herói" que os irmãos mais novos veem nos mais velhos. Primeiro eu calmamente me prontifiquei a viver num quarto que segundo diziam podia ser mal-assombrado (se bem que isso não é problema para mim), depois salvei a vida de Minho Martinson. E agora? Que grande proeza me esperava? Encontrar Abraam Lincoln? Prevê o futuro?

- Olha só - falei, enquanto Jake lutava com a ignição, que aparentemente tinha uma certa tendência a não funcionar na primeira tentativa. - Eu fiz apenas o que qualquer um de vocês teria feito se estivesse lá.

- O careta do Brad estava lá e não fez nada - detalhou dave.

Brad então interfere..

- Ah, corta essa nanico, eu não vi nenhuma droga de viga, está bem? Se tivesse visto, também teria empurrado ele dali. Minha nossa!

- Tudo bem que você não viu. E isso deve ter um motivo, que provavelmente se chama "estar ocupado demais olhando para Catarina Devine".

Ao dizer isto, o pequeno levou um belo tapa no braço...

- Cala essa matraca, David. Você não sabe do que está falando.

- Dá pra todo mundo calar a boca! - cortou o Jake, num raro acesso de mau humor. - Nunca vou conseguir tirar este carro do lugar se vocês continuarem me atrapalhando desse jeito. Brad, pare de bater no David, David, pare de gritar no meu ouvido, e Tae, se você não tirar este seu cabeção aí do espelho nunca vou conseguir ver para onde estamos indo. Vou contar pra vocês viu, mal posso ver a hora de botar minhas mãos naquele Camaro e deixar de ser motorista de vocês!









I purple you 💜

A Terra das Sombras - Taekook Ver. - [REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora