A Terra das Sombras - Taekook Ver. - [REVISADO]

Sinto que fracassei

~~ Boa leitura~~

Eu corri tão depressa que mais tarde naquele mesmo dia a irmã Maria, a treinadora de corrida, perguntou se eu queria entrar para a equipe.

Mas a Gigi tinha apenas exagerado. O Padre Dominico não estava morto, muito menos o Minho.

E o que havia acontecido com eles não tinha nada a ver com algum tipo de acidente.

O que aconteceu foi o seguinte: o Minho entrou no gabinete do diretor por algum motivo, ninguém sabe qual. Talvez um passe de atraso, já que ele tinha perdido a formatura. Ele estava de pé em frente à escrivaninha da secretária, embaixo do crucifixo, a secretária não estava lá porque estava servindo café aos guardas que continuavam lá pelo pátio, quando aquela enorme cruz de quase dois metros de altura de repente se desgarrou da parede. Padre Dominico abriu a porta do seu gabinete exatamente na hora em que ela estava caindo para a frente, a ponto de esmagar o crânio do Minho. Mas, como o padre Dom deu um empurrão nele, só a sua clavícula foi atingida de raspão.

Infelizmente, o padre acabou recebendo todo o peso da cruz, que o levou ao chão, esmagando suas costelas e quebrando uma de suas pernas.

O professor Walden é um grupo de freiras ficou tentando fazer com que voltássemos para a sala de aula em vez de ficar tumultuando a galeria, à espera de que o padre Dom e o Minho saíssem do gabinete. Uma parte do pessoal se afastou quando uma das irmãs ameaçou todo mundo de castigo, mas não eu. Eu não dava a menor bola se ficasse de castigo. Eu precisava saber se eles estavam bem.

A irmã disse alguma coisa desagradável, dando a entender que talvez eu não me desse conta de como era ruim ficar de castigo na Academia da Missão. Eu sem papas na língua respondi que, se ela estivesse me ameaçando com castigos corporais, eu diria à minha mãe, que era apresentadora de um jornal local e chegaria lá com uma câmera tão depressa que não daria nem tempo para alguém dizer uma Ave Maria.

Ela ficou bem calada depois disso.

Foi pouco depois que eu vi que o David estava pertinho de mim. Como as crianças menores têm de ficar bem longe, do outro lado do colégio, eu olhei para ele e disse:

- E o que você está fazendo aqui?

- Quero ver se ele está bem - respondeu, com as sardas se destacando mais que nunca, tão pálido ele estava.

- Você vai arranjar problema - adverti. A irmã estava ocupadíssima anotando os nomes das pessoas.

- Não dou a mínima - fez ele. - Eu quero ver.

Eu dei de ombros. Aquele guri era mesmo um cara engraçado. Não tinha nada a ver com seus irmãos e não era só por causa do cabelo ruivo.

Lembrei-me do comentário maldoso do Brad sobre as chaves do carro e o "fantasma que Dave anda vendo", e fiquei me perguntando até que ponto o guri sabia de alguma coisa, se é que sabia, sobre o que estava acontecendo ultimamente em seu colégio.

Finalmente, quando parecia que já tinham passado várias horas, eles saíram lá de dentro. Minho foi o primeiro a aparecer, amarrado a uma maca e gemendo, lamento dizer, como um bebezinho, será que é a primeira vez que se machuca assim? Eu mesmo já quebrei e desloquei um bocado de ossos, e podem ficar sabendo que dói, mas não a ponto de ficar lá deitado gemendo (depois da primeira experiência, você acostuma com a dor). Geralmente, quando me machuco eu nem me dou conta. Como ontem à noite, por exemplo. Quando realmente me machuco eu só consigo ficar rindo, pois dói tanto que chega a ser engraçado.