~~ Boa Leitura
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Não tenho a mínima idéia de quanto tempo eu fiquei lá deitado debaixo das pranchas de madeira e das telhas quebradas do desmoronamento.
Pensando bem, devo ter perdido a consciência, ainda que por alguns minutos apenas. Só lembro de uma coisa dura batendo na minha cabeça, e quando vi estava tudo completamente escuro ao meu redor e parecia que eu ia sufocar.
Um dos truques favoritos de certos fantasmas é sentar-se no peito da vítima quando ela está despertando, para que a pobre coitada pense que está sendo sufocada sem saber por quê. Eu não estava entendendo direito o que estava acontecendo, e por alguns instantes cheguei a pensar que tinha fracassado e que o Felix ainda estava neste mundo, sentado no meu peito, torturando-me e se vingando do que eu tentara fazer.
Mas aí eu pensei que talvez estivesse morto. Não sei por quê. Talvez fosse daquele jeito, estar morto. Pelo menos inicialmente. Era assim que ele devia ter se sentido quando acordou no seu caixão. Devia ter se sentido do mesmo jeito que eu naquela hora: preso, sufocado e paralisado pelo medo.
Minha nossa, não é de se estranhar que ele estivesse sempre tão mal-humorado. Ele só podia mesmo estar querendo voltar desesperadamente para o mundo que conhecera antes de morrer. Aquilo era horrível. Era pior do que horrível.
Era o inferno.
Mas aí eu mexi uma das mãos, a única parte do corpo que ainda conseguia mexer, e senti uma coisa áspera e fria sobre mim. Foi então que entendi o que havia acontecido. A galeria tinha desmoronado. Felix tinha usado seu último restinho de poder de movimentar as coisas para me atingir. E tinha feito um belo trabalho, pois eu não conseguia mexer, preso debaixo de sabe-se lá quantos quilos de madeira e telhas espanholas.
Legal, Felix. Obrigada mesmo. Eu devia estar com medo, pois estava completamente paralisado, incapaz de me mexer, na mais total escuridão. Mas antes mesmo que pudesse entrar em pânico, ouvi alguém me chamando pelo nome.
No início achei que podia estar ficando louco. Afinal, ninguém sabia que eu tinha ido ao colégio, exceto Jungkook, claro, e eu deixara bem claro para ele o que lhe aconteceria se aparecesse por lá. Ele não era burro. Sabia perfeitamente que eu ia fazer um exorcismo. Será que tinha decidido aparecer assim mesmo? Será que tudo já tinha se acalmado? Eu não sabia. E se ele entrasse no círculo de velas e sangue de galinha, será que seria sugado para o mesmo mundo de sombras que havia levado o Felix? Agora eu estava começando a entrar em pânico.
-Jungkook! - berrei, esmurrando um pedaço de madeira que estava bem em cima de mim e recebendo no rosto uma pequena chuva de lascas de madeira e poeira. - Sai daí! - gritei. Aquela poeira toda estava me asfixiando, mas eu não me importava. - Vai embora! É perigoso!
De repente, um enorme peso foi retirado do meu peito e eu voltei a ver. Acima de mim estava o céu de um azul de veludo, salpicado de uma poeira de estrelas. E naquela moldura de estrelas um rosto se debruçava sobre mim com expressão preocupada.
-Ele está aqui! - gritou o David, com a voz quase irreconhecível. - Jake eu o encontrei!
Um outro rosto veio juntar-se ao primeiro, envolto numa moldura de longos cabelos loiros.
-Jesus Cristo - disse ele ao me ver, com a voz arrastada. - Você está bem, Tae?
Eu fiz que sim com a cabeça, atordoado.
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A Terra das Sombras - Taekook Ver. - [REVISADO]
FanfictionUma Adaptação da série a mediadora de Meg Cabot... [ PRIMEIRA TEMPORADA] Kim Taehyung, um jovem sul-coreano é um adolescente igual a todos os outros - ou quase. Isso é, se ele não visse fantasmas. Sua missão como Mediador é ajudar as almas penadas...