~~Boa leitura~~
A noite estava tranquila, a lua jazia cheia no céu. Sabe aquela noite onde tudo está claro pela lua, porém não se tem uma estrela? Ou nuvens? É exatamente assim que está. Ali, da frente da casa, eu a via sobre o mar, o pacífico, parecendo à distância um espelho tranquilo, estava negro, exceto numa estreita faixa iluminada pela lua, branca como papel.
Sob a luz do luar eu podia ver a cúpula vermelha da igreja da Missão. Mas ver não é sinônimo de perto, não é? Afinal, ela ficava a bem uns três quilômetros de distância. Antes de pular a janela eu havia pego as chaves do Jeep, o mesmo que de dia era turquesa, ficava parecendo cinza naquela sombra. Bom, sei perfeitamente que não tenho carteira. Mas se o Brad pode...
Porém, acabei vacilando. E isso é o melhor mesmo não? Pois se eu não sabia como fazer... pois é, poderia da merda, e bem, não quero que Andy tenha que me buscar durante a madruga por aí, por ter batido com o carro dele.
Ah, esquece. Dei meia-volta e caminhei em direção à garagem. Tinha de haver uma bicicleta em algum lugar. Afinal, eram três garotos, nessa casa confere? (Não dá pra contar comigo, afinal não comprei e nem trouxe nada do tipo). Tinha de haver pelo menos uma bicicleta. Por sorte, acabei encontrando uma. Era uma bicicleta com uma aparência velha e um assento duro demais. Mas parecia funcionar bem. Pelo menos os pneus não estavam vazios.
Muito bem, lá vou eu vestido de preto, andando de bicicleta pelas ruas depois de meia-noite. O que está faltando? Não esperava mesmo encontrar alguma fita fosforescente, mas fiquei pensando que um capacete não seria mau. Havia um pendurado num cabide ao lado da garagem. Abaixei o capuz do meu moletom e pus o capacete. Uau! Charmoso e bem protegido, só mesmo eu.
E lá fui eu, descendo a ladeira. Cascalho não é exatamente a melhor coisa para andar de bicicleta, especialmente descendo. E logo ficou claro que o caminho todo era descendente, pois a casa, com vista para a baía, ficava num dos lados daquela espécie de outeiro. Descer certamente era melhor que subir - eu nunca ia conseguir voltar para casa subindo aquela ladeira; entendi perfeitamente que na volta teria de empurrar a bicicleta -, mas dava uma aflição enorme aquela descida. A colina era tão íngreme, o caminho tão tortuoso e a noite estava tão fria que pedalei com o coração na boca quase o tempo todo, com lágrimas escorrendo pelas bochechas por causa do vento. E aqueles buracos...! Vou te contar! Como aquela porcaria daquele assento machucava quando eu passava por um buraco!
Mas a isso não era o pior de tudo. Quando finalmente cheguei lá embaixo dei de cara com um cruzamento de pistas. O que dava muito mais medo que a colina, pois mesmo que já passasse de meia-noite havia carros passando. Um deles até buzinou para mim, mas não foi culpa minha. Eu estava indo tão rápido, por causa da descida e tudo mais, que se tivesse parado provavelmente teria voado por cima do guidão. De modo que fui em frente, escapando por pouco de ser atropelado por uma pick-up (o que se tivesse acontecido, eu iria ficar bolado, pois deixei de vir de carro, para evitar acidentes, e se atropelado em uma bike, seria uma puta sacanagem do destino), de repente, nem sei como, eu estava entrando no estacionamento do colégio.
A Missão era totalmente diferente à noite. Primeiro, durante o dia o estacionamento estava sempre lotado, com todos aqueles carros dos professores, alunos e turistas que visitavam a igreja. Mas agora estava vazio, não havia um único carro, e tão tranquilo que era possível ouvir, bem longe, o som das ondas na praia de Carmel.
Além disso, por causa do turismo, suponho, eles tinham instalado aqueles focos de luz para iluminar certas partes do prédio, como a cúpula - que estava toda iluminada - e o frontispício da igreja, com seu enorme pórtico de entrada. Mas para minha grande sorte, que é algo que já vimo como está precária por aqui né, a parte posterior do prédio, onde eu tinha que fazer meu serviço, estava bem escura. Mas que, afinal, me convinha perfeitamente.
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A Terra das Sombras - Taekook Ver. - [REVISADO]
FanfictionUma Adaptação da série a mediadora de Meg Cabot... [ PRIMEIRA TEMPORADA] Kim Taehyung, um jovem sul-coreano é um adolescente igual a todos os outros - ou quase. Isso é, se ele não visse fantasmas. Sua missão como Mediador é ajudar as almas penadas...