04. Bebedeira

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— Hey, Cole. — digo ao Cole enquanto sentava ao seu lado no balcão após chegar no bar.

— Hey. Por que me chamou pra beber? Não que eu não tenha gostado mas isso tá fora da nossa rotina. — diz rindo.

— Ela me traiu. — falo com o olhar focado no chão.

— An?

— Camila me traiu.

— Eu realmente não sei o que dizer. Sinto muito.

— Mas sabe o que é pior? Eu não consigo chorar por ela. Parece que não caiu a ficha ou talvez ela não valesse a pena e meu eu interior soubesse disso.

— Isso acontece quando a gente não ama ou sente paixão. Talvez a relação de vocês estivesse vazia.

— Realmente estava. Mas eu não queria admitir. Desde o início do nosso namoro, a gente nem...

— Transou? Não precisa ter vergonha, Lili. Somos amigos.

— É. Nunca transamos. Eu sempre ficava insegura porque nunca transei com uma mulher. Mas acho que ela não compreendia porque logo achou uma parceira sexual pra lhe satisfazer.

— Bom, se você se sentia insegura, ela tinha que entender. Se ela preferiu te trocar só para satisfação, significa que ela não te merece.

— Tem razão. — digo virando um copo e fazendo um sinal com as mãos pro garçom para que ele enchesse novamente meu copo.

— Ela pelo menos se "explicou"?

— Ela pediu para explicar e eu deixei que ela falasse, mas nenhuma palavra saiu de sua boca, a não ser palavras gaguejadas.

— Sei que está chateada, mas acho que deveria conversar com ela, pelo menos para vocês não ficarem em um clima estranho lá na empresa. — diz virando sua lata de Coca Diet.

— Você não bebe?

— Beber eu até bebo, mas não tô afim. E amanhã eu tenho trabalho e tudo mais.

— Merda. Amanhã tem trabalho, vou estar com uma ressaca da porra, do jeito que tô bebendo. — digo olhando para um monte de copos que haviam no balcão. — Ei...

— Sim?

— A gente vai mesmo ficar falando da minha ex ou vamos nos divertir?

— Você quem manda.

— Então vamos logo para essa pista de dança, caso contrário, vou enlouquecer.

Fomos pra pista de dança e dançamos, rebolamos e tudo mais. Até que uma música lenta começou a tocar.

— Acho melhor voltarmos pro balcão. — diz Cole.

— Ei, espera. Fica aqui comigo. Vamos dançar.

O mesmo cede e segura na minha cintura e na minha mão, para podermos dançar.

Não sei o que deu em mim, porque depois de alguns segundos de dança, aproximo minha boca até seu ouvido e sussurro.

— Beije-me.

— Uma relação de chefe e secretário? Você tá vendo muito filme. — sussurra de volta.

— Se assim que interpreta, então...eu sou sua chefe, e ordeno que me beije. Agora. — sussurro em um tom sexy que fez o mesmo soltar um sorriso.

Ele encostas seus lábios nos meus e assim nos beijamos. No começo, o beijo realmente não tinha sentimento algum, mas ao decorrer do mesmo, o beijo começou a ficar mais suave e apaixonado.

Até que tudo ficou escuro.

— An...onde eu tô? — digo ao abrir os olhos e ver que estou em uma cama e...esse não é meu quarto.

Olho pra o lado e vejo alguém deitado ali, junto comigo.

— Cole? Cole! Acorda!

— Bom dia... — diz o mesmo enquanto abre os olhos lentamente.

— Desculpa ser direta, mas...a gente transou? Não me lembro de nada depois do nosso...beijo.

— Na verdade, sim. Transamos. Loucamente. Enquanto você gemia "Oh Cole".

— Ai ai ai, minha nossa senhora da bicicletinha! Como assim transamos?

Cole começa a rir da minha cara.

— Não tô vendo graça.

— Você tinha que ver sua cara! A gente não transou, Lili. Quando a gente terminou de se beijar, meio que você adormeceu, acredito que por conta da bebida, estresse e todos os acontecimentos recentes.

— Só eu mesma pra desmaiar no meio do beijo, viu. Olha, sinceramente, eu gostei do nosso beijo. E...sei lá, poderíamos ser amigos além da empresa, até porque eu tô solitária ultimamente.

— Então eu sou uma segunda opção, senhorita Reinhart?

— Não, longe disso. É que...acho que agora só tenho você, não que não seja o suficiente mas...argh, você entendeu.

— Eu tinha entendido desde o começo. — responde rindo pouco.

— Tudo bem então, agora a gente tem que ir pro trabalho.

— Ás suas ordens. — diz Cole com brincadeira enquanto pega uma toalha para se arrumar.

— Vou pra minha casa, te vejo na empresa. — saio de sua casa soltando um beijinho no ar.

Entro no meu carro e vou em direção a minha, me arrumo e vou direto para o trabalho.

𝗔 𝘁𝗿𝗮𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼 | sprousehart Onde histórias criam vida. Descubra agora