05. Eu te odeio

1.5K 157 129
                                    

Hoje com certeza foi um dia bastante estressante no trabalho. Reuniões euxaustivas, ressaca, cansaço, estresse. A única coisa boa foi Cole. Passamos o dia trocando olhares.

O que você tá falando Lili? Vocês são amigos, se beijaram uma vez, mas são amigos. Além do mais, não vai mais acontecer.

Ainda estou na empresa, arrumando minha mesa, até que escuto a porta abrir e Camila entrar com uma expressão furiosa.

— Eu tentei impedi-la, mas convenhamos que ela faz academia e eu não. — diz Cole, que vinha logo atrás dela.

— Senta na porra da cadeira e vamos conversar como pessoas maduras.

— Tão madura você hein. — respondo.

— Se retira, Sprouse. Por favor. — Camila praticamente grita.

Cole sai da sala, fechando a porta.

— Então? Pode começar. Sou toda ouvidos.

— Primeiro, me desculpa por ter te enganado todo esse tempo.

— "Todo esse tempo" significa exatamente quanto tempo?

— Faz um mês. Mas olha, eu tô aqui por você. Sei que errei mas eu...te amo.

— Acho que você devia ter pensado nesse seu "amor" que tem por mim antes de enfiar a língua na boca daquela lombriga com cabelo rosa.

— Lili... por favor. Você é tudo que eu tenho. Que tal se a gente fosse lá no Baker's pra conversar melhor?

— Vai com a lombriga lá. Ora mais.

— Ela não é uma lombriga. Ela é minha amiga, respeita ela por favor.

— Ai mulher, quer saber? Enfia um abacaxi no cu e roda. Agora sai da minha na sala.

— VOCÊ É UMA VACA, GROSSEIRA, NEM SEI COMO TE AGUENTEI POR DOIS ANOS E AINDA COM ESSA MERDA DE "AI NÃO TO PRONTA"

— Sai. Da. Minha. Sala. Agora.

— NO COMEÇO EU ATÉ GOSTAVA DE VOCÊ, MAS PAREI FAZ MUITO TEMPO. SÓ TE AGUENTEI POR CONTA DA EMPRESA, VOCÊ ACHA QUE EU NUNCA QUIS TER SUA VIDA? PELO AMOR DE DEUS, VOCÊ MORA NUMA MANSÃO E EU MORO NUM APARTAMENTO. POR ISSO EU QUERIA FICAR COM VOCÊ, PRA PODER PEGAR ESSA MERDA DE EMPRESA.

— SAI DAQUI AGORA SUA VAGABUNDA. E LEMBRE-SE: EU. TE. ODEIO.

Camila sai da sala espumando de raiva, e agora sim eu consegui chorar por ela. Não pela Camila em si, mas sim pelas coisas que ela me disse, que só me suportava e que era tudo interesse por causa da empresa.

— Com licença. Posso entrar? — pergunta Cole aparecendo pela fresta da porta.

Balanço a cabeça de forma positiva, o deixando entrar. Estava sentada em minha cadeira, chorando e com a maquiagem borrada.

— Eu ouvi os gritos. Eu sinto muito por tudo que ela disse, seja lá o que ela tiver dito.

— Era tudo interesse, ela só queria a empresa. — digo chorando.

— Vem cá. — Cole me puxa para um abraço, enquanto eu choro em seu ombro.

Depois de um tempo, saio de seu abraço.

— Tá melhor?

— Sim, muito obrigada. Você pode por favor encaminhar uma carta de demissão para a Mendes?

— Claro.

Nos abraçamos novamente.

— Cole?

— Sim?

— Quer passar a noite lá em casa? Eu tô bem na bad e não tenho amigas para uma noite de meninas... não que você não seja suficiente...

— Claro. Passo lá às 21h, pode ser?

— Sim. Te espero lá.

— Bom, já que está melhor agora, vou voltar para meu trabalho. Tchau. — diz Cole saindo da minha sala.

— Tchau. — sussurro.

𝗔 𝘁𝗿𝗮𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼 | sprousehart Onde histórias criam vida. Descubra agora