Uma Mudança Necessária

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Tyler

Gilmara tirou todos os cacos de vidro da minha mão, passou uns remédios, brigou comigo e me deu um tapa pra mim ser mais homem e parar de sofrer por causa de um remediozinho e enfaichou.

- Valeu Gil, e por favor não conta o que aconteceu aqui pro meu pai. - Peço fazendo cara de pidão.

- Mas ele vai notar que o jarro sumiu, vou ter que explicar alguma coisa pra ele. - Ela me encara enquanto cruza os braços.

- Eu sei, fala pra ele que eu esbarrei sem querer na mesa e ele caiu, sei la, mas só não conta que eu quebrei porque estava com raiva. - Falei me jogando na cama.

- Tá bom menino, agora vai se arrumar pra sair. - Ela ordena, e como eu obedeço tudo que ela manda, levantei da cama pequei uma blusa branca, uma calça jeans preta, um tênis da Adidas e um boné da Oakley

Desci as escadas, fui pra garagem, como estava afim de um pouco de velocidade pequei minha Ferrari, entrei e fui pra balada mais longe que eu conhecia.

Estacionei o carro, entrei lá, não estava afim de dançar, então fui para o balcão de bebidas, pedi uma dose de whisky com gelo.

- Noite difícil? - Um garoto pergunta assim que eu termino de virar minha terceira dose.

- Semana difícil. - Respondi forçando um sorriso.

- Entendo. Prazer sou Eric Montgomery. E você é?

- Tyler Melton.

- Mais e aí Tyler, problemas com garotas? - Ele pergunta e faço uma careta. - Problemas com garotos?

- Sim, meu namorado, quer dizer ex, terminou comigo hoje, e decidi que não ia ficar chorando por ele. Mas e você tá com problemas com alguém? - Pergunto sendo gentil.

- Garotos também, meu ex terminou comigo a algumas semanas e hoje eu descobri que ele estava saindo com o meu melhor amigo. - Ele fala meio triste.

- Então um brinde aos nossos exs e a nova amizade que nasce aqui. - Digo levantando minha dose.

- E a minha nova vida longe daqui. - Ele levanta a dele e fazemos o brinde.

- Para onde você vai? - Não sei porque mas me deu uma vontade imensa de ir junto com ele para sei la onde ele vai.

- Vou me mudar para Toronto amanhã, por que não vem junto, as vezes é preciso mudar de ares e conhecer novas pessoas.

- Quem sabe, essa é uma boa ideia. Só vou avisar minha família e terminar os estudos que eu me mudo pra lá, posso morar com você daí?

- Pode, a casa é grande mesmo, ia me sentir muito sozinho. - Ele diz sorrindo.

Ficamos conversando por mais um tempo, ele é legal, bem diferente das pessoas que eu estou acostumado a conviver, acho que foi isso que mais fez eu querer ser amigo dele.

- Cara, acho que vou pra casa, tá tarde e eu ainda tô sóbrio. - Falo levantando do banco.

- Ei será que dava pŕa você me dar uma carona? É que meu amigo foi embora que eu nem percebi. - Ele diz rindo completamente bêbado .

Levei ele até o apartamento em que ele ainda morava, depois fui para a praia, fazia tempo que eu não ia lá, sai do carro e me sentei na areia, fiquei um tempinho lá só olhando pro céu e ouvindo o som do mar quando meu celular começa a tocar.

Ligação onn

- Fala Caio, o que foi?

- É só que são 4 da manhã e você não está em casa, papai tá preocupado, e a gilzinha do meu coração contou pra mim o que você fez.

- Mano eu pedi pra ela não contar...

- É pro papai, mas você não falou nada dela contar pra mim então.

- É tá bom você tem razão.

- Eu sei, mas onde você tá agora?

- Na praia, eu tô bem, só fui pra uma balada.

- Tá bom, mas só vem pra casa agora tá bom, papai tá surtando aqui e eu estava quase.

- Ok, te amo maninho, e fala pro papai que eu também amo ele.

- Também te amo, tchau.

Ligação off

Ele desligou na minha cara, Caio sendo Caio né, tô acostumado com isso.

Entrei no carro e fui pra casa, chegando lá, dou de cara com papai sentado na sala e Caio dormindo no colo dele, pra quem tava mo preocupado comigo no telefone, estar dormindo é um ótimo jeito de demonstrar.

- Oi pai. - Sussurro pra não acordar o babaca do Caio.

- Oi filho. - Ele sussurra de volta.

- Podemos conversar no teu escritório? - Pergunto.

- Vamos. - Ele levando com cuidado pra não acordar o Caio.

- Mais então filho por que você saiu assim sem avisar ninguém? Fiquei preocupado, pensei que tinha acontecido alguma coisa. - Ele pergunta cheio de preocupação.

- Eu avisei a Gilmara que ia sair, mas foi por causa do Noah. - Contei a ele o que tinha acontecido hoje mais cedo, escondendo a parte que eu quebrei o jarro dele.

- Entendo, mas da próxima vez me avisa antes, pensei que alguém da gangue do Campelo tinha te pegado ou algo parecido.

- Pode ficar tranquilo que eu te aviso sim. - Falo dando um sorriso. - Pai, tem uma coisa que eu queria te pedir permissão.

- Pode falar meu filho. - Ele diz me encarando confuso.

- É que eu estava pensando em depois de acabar a escola, em ir morar em Toronto por um tempo, pra dar uma amadurecida e esquecer das coisas que aconteceram.

- Eu vou sentir saudade, mas eu sei que vai ser bom para você ir, então pode ir sim, mas conta antes pro seu irmão que você vai, você sabe como ele é.

- Conto sim, amanhã mesmo eu conto. - Dou um abraço apertado nele e sussurro um obrigado em seu ouvido.

- Agora vai descansar vai, hoje foi um dia longo pra todos nós.

Estava indo pro meu quarto quando eu vejo o Caio e eu tive uma ideia.

- O mané, acorda. - Dei um tapa na orelha dele. - Vem dormir comigo, que nem quando a gente era crianças e você tinha medo da chuva.

- AI seu idiota. - Ele resmunga colocando a mão no ouvido. - Tá bom, mas só porque a gente fazia isso quando você estava com muito medo do escuro.

Ele levantou do sofá, eu abracei ele pelo pescoço e fomos pro meu quarto, eu deitei primeiro na cama e ele deitou com a cabeça no meu ombro, fiz cafuné nele até nos dois dormir.

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Odeio você (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora