CAPÍTULO 26-TRÊS ENCONTROS DE AMOR

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Elisson tomou mais um pouco do chá de erva cidreira que a irmã lhe preparara. Estava morno e sem açúcar e ele avaliou que talvez fosse o caso dele tomar  mais daquele chá para acalmar a alma.

O promotor de eventos havia chegado à casa da idosa nervoso e ficou pior ainda quando percebeu o estado do seu bebê: Bruno estava agitado e parecia totalmente abatido. A irmã disse pra ele se acalmar, mas não deu. Não era fácil ver o homem que se ama daquele jeito. Foi aí que a irmã lhe ofereceu a bebida milagrosa e minutos depois  Elisson estava melhor.

Bruno dormia pesado na cama humilde  da irmã Carolina, enquanto a ex-freira tentava evitar que o promotor de eventos tivesse um colapso pelo excesso de informações que ela lhe repassava, como acontecera com o lavador de pratos.

_Tadinho do meu bebê, irmã...tadinho._disse Elisson olhando o corpo pequeno e frágil totalmente inconsciente ali perto._Nem acredito que aconteceu tudo isso na vida dele em menos de vinte e quatro horas! Graças a Deus que a senhora o fez desabafar, colocar tudo pra fora antes que ele desse um troço!

_Há realmente casos de pessoas que travam após tanta tensão e tantas informações. Realmente foi providência divina ele ter vindo pra cá e não pra outro lugar, por exemplo, como atrás da sua irmã Vera ou, pior, atrás da irmã Aline dele!_explicou a irmã com sua voz calma.

Elisson teve que discordar:

_Mas é justamente aí que eu acho que a senhora está enganada, irmã! Bruno deveria sim ir atrás daquela descompensada da irmã dele e deveria ter jogado umas verdades na cara dela, o que já faria tarde demais, na minha opinião! Aline é uma peste...uma cruz na vida do meu Bruno, irmã!_falou o promotor de eventos revoltado.

Irmã Carolina ficou calada, enquanto o promotor de eventos, sem que ela precisasse insistir, se servia de mais chá e tomasse mais um pouco.

_Não foi pra falar da Aline que eu te pedi pra vir aqui, Elisson._ela finalmente retomou a fala.

Ele a olhou envergonhado, pois imaginou que a irmã tinha o direito de corrigi-lo naquela postura de criticar a irmã do outro.

_Me desculpe, irmã, mas não me conformo com o que ela faz com o Bruno. 

_Não se preocupe...Deus está no controle. Confie e, onde existem nós, Deus dará um jeito de criar um laço.

_Mas Bruno não tem apenas um nó na vida dele e sim um novelo inteiro emaranhado feito um ninho de gatos!

A irmã fez uma pausa proposital, como se desse tempo para o promotor de eventos organizar suas ideias.

A irmã anunciou o que queria com Elisson ali naquela noite de forma solene, pausada...

_Confesso que não estou querendo esperar mais para fazer o seu encontro com Túlio, Elisson,  mas não é bom que esse encontro seja hoje.

Elisson sentiu o corpo arrepiar! Ele não queria pensar naquilo, pois se voltasse a se sentir culpado pela morte de Túlio e pela doença da mãe, talvez não achasse que merecia estar com o rapaz!

_Eu não sei se quero ter este encontro, irmã. Vocês mesmos já me disseram e eu concordei: este corpo que está ali já foi Túlio um dia, mas agora não é mais! Graças a isso eu não me sinto praticando incesto com o meu próprio irmão!_disse voltando a ficar aflito._Então, por que voltar nisso, irmã...

Ela o interrompeu:

_Porque seu pai acha que você deve se lembrar da verdade, ou então a culpa lhe perseguirá pra sempre igual as rodas perseguem as patas de um boi. 

COINCIDÊNCIAS NÃO EXISTEM!-Armando Scoth Lee-romance espírita gayOnde histórias criam vida. Descubra agora