CAPÍTULO 17-O PLANO DE MAGNO NÃO DÁ CERTO

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Elisson não sabia o que lhe dava mais ódio: a traição da irmã...a traição de Magno...ou as armações idiotas do ex-melhor-amigo para desviar a sua atenção de Bruno! Talvez ainda houvesse uma quarta opção: perceber que Magno, depois de décadas de amizade, ainda não o conhecia o suficiente para saber que ele nunca cairia naquelas armadilhas!

Chegaram ao destino, logo ficou claro que o assistente escondera dele que a festa tinha sido adiada para dali a alguns dias e, sendo assim, não havia toda aquela necessidade de viajar às pressas. Elisson poderia ter ido ao encontro com Bruno sem problemas para cumprir a sua agenda, se não fosse a traição de Magno!

Foi por isso, que assim que teve a oportunidade de dispensar o restante da equipe e se encontrar sozinho com Magno, Elisson despejou toda a sua ira sobre o funcionário!

_Molecagem sim, Magno! Sua e da Vera!_ele deu um tapa forte na mesa do quarto assim que percebeu que fora enganado não apenas na questão da data do evento.

Magno agora já não tinha tanta certeza se tinha agido corretamente, pois via que o seu plano só estava destruindo todas as chances que ele tinha de reconquistar Elisson! Talvez, fosse pior ainda: com as suas atitudes atrapalhadas, o amigo poderia ficar mais interessado  ainda em conquistar Bruno! 

_Quer dizer que o cara liga pra você dias antes...aliás, quase um mês antes...te avisa que a festa vai ser adiada e você decide que não quer me informar, é isso, Magno?_berrou o empresário não se importando se todo o prédio pudesse ouvir os seus gritos de ódio.

_Poucos dias, Elisson, não precisa também exagerar... ele avisou há apenas doze dias, pra ser mais exato!_Magno tentou se defender.

_Que fossem algumas horas, seu traíra, que eu que sou o chefe da equipe tinha que ser informado!_novamente Elisson esmurrou a mesa._Você não tinha o direito de decidir isso por mim!

O assistente ficaria eternamente agradecido àquela mesa por servir de alvo para aquele homem enfurecido!

Magno não desistiu de tentar aliviar para o seu lado e apresentar alguma vantagem para aquela viagem prematura:

_O cara está pagando tudo, Elisson e até ficou mais satisfeito ainda por ver que a gente chegou antes! Isso conta pontos pra nossa empresa!

_Sou eu quem estou com vontade de contar pontos depois que rachar a sua cara ao meio, isso sim! Tivesse um voo pra voltar agora mesmo, eu voltaria!_Elisson socou a mesa pela terceira vez._Cretino! Traidor! Irresponsável!

Aí sim Magno se assustou, pois nunca vira Elisson tão nervoso!

_Não acha que está exagerando?

Elisson interrompeu a sua marcha que o afastava de Magno e deu um passo ameaçador atrás:

_Assumo que estou exagerando se você assumir que passou de todos os limites! Acha que eu te dei  liberdade de controlar a minha vida? Eu nunca lhe concedi todo este espaço nem quando tive a ideia insana de tentar ter algum relacionamento com você! Se arrependimento matasse..._bufou fechando e abrindo os punhos.

Magno sentiu-se doer por dentro, pois Elisson estava pegando pesado e talvez estivesse levando a amizade dos dois pra um caminho sem volta.

_Controle-se aí, cara...também não é assim..._disse com a voz chorosa, humilde e arrependida._Nossa amizade não nasceu num botequim de esquina!

Elisson pareceu não ouvi-lo:

_Durval...o que o Durval estava fazendo me esperando no aeroporto, posso saber?

Durval, um veterinário alto, moreno e lindo  era um dos homens que se apaixonara por Elisson e que, por um período, o promotor de eventos aceitou levar para cama junto com Magno. Era uma fase meio louca onde ele queria experimentar um grupal e tentou com Durval e depois também com Cristiano, um comerciante negro, forte e de olhar doce.

COINCIDÊNCIAS NÃO EXISTEM!-Armando Scoth Lee-romance espírita gayOnde histórias criam vida. Descubra agora