"Olá rapazes"
Disse minha Mãe apos levar um susto tao grande quanto o meu.
—Ola dona Ana..
Disse Rafael envergonhado, minha Mãe com a boca aberta e os olhos arregalados não disse nada, apenas ficou seria e voltou a sala, Rafael me olhou e eu disse
—Rafael.. Você pode ir embora?
Ele me olhou serio e disse
—Eu acho que devo né... Mais qualquer coisa me liga tá?
Ele anotou o número dele num papel que ficava no balcão e me deu um selinho antes de sair da cozinha indo em direção a porta de saída e ali sumido de meu campo de vista, eu não sabia o que fazer. Estava perdido , fui para a sala atrás da minha Mãe mais foi falho, pois não a vi ali, subi na escada devagar e ao chegar no corredor eu ouvi um choro baixinho vindo de seu quarto, não tive coragem de me aproximar.
Encostei-me na porta e ali me sentei, chorei junto. Tudo o que eu menos quis foi ver minha Mãe chorar. Mais eu tinha que falar com ela, precisava explicar e conversar com ela, precisava falar que nem eu mesmo entendia isso que acontecia comigo e que não era uma escolha minha, mas sempre foi involuntário. Eu precisava dizer que eu nao mudaria em nada, que continuava sendo seu garoto, seu mateus.
Abri a porta devagar e entrei com os olhos vermelhos encontrando os seus, ela me olhou séria e eu disse
—Acho que te devo uma explicação né?
Minha voz foi trêmula e ela tremeu por isso, ela se levantou e disse
—sim.
Ela se aproximava de mim devagar, o olhar amargo em seu rosto era inconfundível e eu estava ficando com medo
— Mãe me desculpa... Eu não pedi pra nascer assim, eu sempre senti diferente dos outros.. Eu sempre quis conversar mais eu nunca tive coragem...
Ela estava cara a cara comigo e isso era horrível, ela levantou sua mão direita e eu fechei os olhos. Eu ja sabia oque viria depois e já esperava por isso.
Nunca foi facil pra nenhum lgbtq+ nao seria comigo, eu mesmo sabendo que minha mãe não me aceitaria deixei que Rafael me beijasse dentro de casa, mas que culpa eu tenho se eu o amo?
Cerrei os dentes e esperei pelo tapa porem ele nao veio, senti uma mão calma em meu rosto e eu abri meus olhos amedrontados, Ana ,minha mãe estava ali me acariciando e me olhando um pouco sorridente. A encarei sem entender e ela disse.
—Aquele é meu genro?
Sua emoção esbanjou em lágrima e meu alivio também, soluçamos juntos e ela me encarou com seus olhos pretos incríveis, logo me abraçando.
—Filho.. Me desculpa, por não ter tempo pra você.. Por não te ouvir nunca... Eu jamais ficaria magoada com você.. Ouviu bem? Jamais..
Eu não dizia nada, apenas estava em choque de felicidades, aquilo era incrível, minha mãe não estava me repudiando e sim me apoiando o que era incrível pra mim, eu sentia que agora poderia ser eu mesmo com ela.
—Filho...
Ela disse ainda no abraço
—Oi mãe..
Eu me separei dela devagar e ela pôs sua mão em meu rosto
— Eu sei que vai ser difícil contar pra todos seus amigos... Vai ser duro porque a sociedade lá fora não aceita as diferenças... Mas eu quero te pedir... — seus olhos marejados — não quero nunca que deixe sua felicidade ir embora por causa dos outros me ouviu bem?
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O vilão (EM REVISÃO)
Random1 Mateus é um adolescente de 17 anos inseguro e antisocial, vive atormentado pelo bullying que sofre de um grupo de sua escola. porém o cara que ele gosta lhe dá atenção e tudo começa a mudar de rumo. autor: Apolo Erlantz Todos os direitos autora...