O Tempo》9《A cura

456 42 4
                                    

Agora eu estava com meu pai indo até a rodoviária da cidade buscar minha mãe, hoje era a véspera do natal e ela vinha passar as festas conosco.

Eu vestia uma camisa cinza com as mangas dobradas e uma calça rasgada, nos pés usava uma bota preta, no pescoço meu colar de cobra inseparável. Jogo meus cabelos rebeldes misturando as mechas loiras naturais minhas com as platinadas causando um maravilhoso contraste, usava um óculos de sol para disfarçar a noite em claro.

Meu pai estava sentado ao meu lado  dirigindo o carro, ele me olhava até dizer

—Mateus, eu sinto como seu pai que você não me disse tudo...
Seu tom de voz era serio

—Tudo o que?

Me fiz de desentendido — eu havia ficado bom em fazer isso —

—O motivo para vim pra Cá, esse vizual... Essa raiva repentina do Barry... Me diz o que tá havendo filho.. Eu só quero te ajudar...

Eu sabia que essa era a intenção mais o que eu poderia fazer se nem no meu pai eu confiava mais? Bufei dizendo

—Tem toda razão pai, tem sim um motivo para  tudo isso...

—Me diga então
Ele disse óbvio

—Primeiro eu sou gay, depois o Barry gosta de mim..

Ele parou o carro pois havíamos chegado na rodoviária e me olhou com uma cara estranha

— o fato de ser gay não é problema Mateus, se eu e Ana que somos seus pais não questionamos não é justo que os outros façam isso, quanto ao Barry.. Ele é um cara legal... O dê uma chance... Quem sabe ele amolece essa pedra que você trocou pelo coração..

Ela sorriu saindo do carro me deixando pensativo, ele tinha razão quanto ninguém precisar me questionar sobre nada, porém  sobre Barry talvez não.

Entramos na rodoviária eu comprei um milk shake ,alcancei meu pai e sentamos num dos bancos, meu pai ainda parecia querer dizer algo e eu disse

—Pai.. Você quer fazer outra pergunta?

Ele soltou o ar

—ainda bem que perguntou filho..

Sorrimos e ele disse

—Eu.. Queria perguntar.. Você ainda é virgem né?

Naquele momento eu arregalei os olhos e cuspi todo o milk shake que tinha posto na boca, ele sorriu e eu disse

—Pai?!

Ele me olhou

—É normal um pai perguntar isso ao filho ué... Então é ou não —Ele cruzou os braços — e não adianta mentir...

—Não
Eu disse fechando os olhos e ele sorriu

—esse é meu filhão! Arrancando o coração dos garotos!

Ele me abraçou e eu me senti feliz por perceber que ele involuntáriamente apoiou a normalidade da minha sexualidade, saímos do abraço quando vimos uma mulher de aparentes 40 anos loira, meio baixa vestida com uma saia azul marinho ,blusa branca e blazer azul , se aproximando sorrindo

—Ah meu Deus!! Matt você tá incrível meu filho!! Olha só que pão!!

Ela pulou me abraçando e eu a apertei o mais forte que podia minha mãe, meu pai sorriu dizendo

—Ei!! Eu tô aqui!!

Sorrimos e ela abraçou ele fortemente, nesse instante eu percebi que eu tinha uma família incrível...

O vilão (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora