O Tempo》10《A cura

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Finalmente hoje era o ultimo dia, o ultimo dia do ano em que eu tanto chorei e pedi para que acabasse... O ano que houveram tantas humilhações e finalmente o fim da espera pela justiça!

Agora eram 17:35 eu estava pronto com uma calça colada e rasgada no joelho na cor branca e uma camiseta regata cinza, meu lindo colar de cobra estava sob meu pescoço e eu mexia no celular vendo algumas atualizações de Atena no instagram ,meus olhos brilhavam por conta da grande cede de vingança ,sou tirado dos pensamentos por tania que diz

—Estamos prontas, esperamos você lá fora!

Nós iriamos para a festa de fim de ano da cidade, era numa praça e era comum todos os moradores se juntar e confraternizar juntos o término do ciclo anual.

Eu não estava nada feliz com aquilo, porque  significava só uma coisa: Eu iria ver Barry e Estevão Juntos de novo e eu não queria passar pela situação de novo

Segui o caminho da porta e lá foram todos inclusive meu pai estavam decorando a rua, varias pessoas sorridentes e animadas... Parecia o país das maravilhas. Mas pra mim não aquilo não passava de breguiçe... Bom como dizem.. Quando você muda por fora você acaba mudando por dentro.. Deve ser isso que houve comigo, me sentei na mesa onde minha família estava e logo varias pessoas vieram nos cumprimentar.

A hora passava um pouco rápido demais e quando nos demos conta ja era quase meia noite, levantamos e começaram a contagem regressiva e logo minha mente ficou reflexiva lembrando de todas as vezes que eu chorei só nesse ano.

Dez.

Imagens dos primeiros xingamentos se formaram e o arrependimento de nunca ter dito nada a ninguém se formaram em meu peito.

Nove!

As saídas vieram em minha mente, assim como todas as vezes que eu corria de alguém por medo de apanhar.

Oito.

Aquela péssima sensação de que um dia iria piorar, o quanto eu fui burro de não ter dado um fim nisto enquanto eu pude.

Sete!

O gosto do sangue, e a sensação das lagrimas soltas em publico.

Seis!

A vergonha que eu senti de ser quem eu realmente era.

Cinco.

O dia em que Rafael me fez aquele convite, as sensações de esperança de um novo recomeço.

Quatro.

Todas as vezes que ele disse que gostava de mim, todas as vezes que eu retribui seus falsos beijos.

Três

As vezes que Atena me humilhou e eu não disse nada, absolutamente nada, ou quando Tony, Herbert e Gregory me batiam ,de novo vieram.

Dois!

As ligações para Rafael e aquela noite em que tudo mudou.

Um!

A minha jura de vingança.

Oficialmente era um novo ano, novo ar e novas expectativas pois todos se desejavam felicidades e prosperidades, a alegria e a esperança de tempos melhores reinava naquele local harmônico, a festa em si era maravilhosa –ainda brega-  e acomida deliciosa. O ambiente era saudável pois estar com a família é a melhor coisa deste mundo.
Eu estava feliz depois de meses de tanta dor e eu pretendia estar agora assim talvez durante um bom tempo – feliz – se não fosse por um detalhe.
Barry estava agora a minha frente e eu não pude evitar de olhar em seus olhos que pareciam meio frustrados ,ele faz um sinal com a cabeça e segue para um local mais reservado da rua, o sigo e ao chegar perto ele poe suas mãos no bolso e eu digo

—O que quer?
Ele suspira

— Jéssica me disse que vai embroa amanhã...

— Vou, passei na faculdade e ja começaram as aulas...

Ele limpa os olhos e eu percebo algo

— Você estava chorando?

Minha voz sai como preocupaçao, ele sorri baixo e eu posso ver seus reais sentimentos.

— É.. eu estava
Balanço a cabeça em negação e digo

— Olha, me perdoe Barry... eu se que não deveria...

Ele me interrompe

— Brincar comigo? Ou me dar esperanças de um futuro mesmo que soubesse que não iria ficar?

Eu franzo o cenho, não é possível eu jamais havia o dado tanta esperança assim

— Você sabe que isso não é verdade, jamais eu disse que teríamos um futuro, pare de se fazer de vitima!

Cuspo as tais palavras em seu rosto e o mesmo olha para o lado e diz

— Quando eu te vi pela primeira vez... logo quando sua irmã me disse o que tinha acontecido... eu realmente te achei alguém especial Mateus... alguém frágil e cansado de sofrer, mais você não passa de um garotinho sonhador que acha que tudo se paga com a mesma moeda... – ele me encara e eu vejo sua irritação – você vive dizendo por aí o tanto que ja sofreu... o que ja te fizeram de mal.. na verdade a vitima sempre foi você... isso que você é hoje.. esse garoto da moda, descolado... tudo isso é graças a mim, eu quem te criou Mateus, esse personagem aí –ele aponta pra mim- ele é criação minha.

Passo as mãos no cabelo ,irritado.

— Escuta aqui!

Ele sorri alto e se aproxima brutamente

— Escuta aqui você! –ele me olha nos olhos – aqui o único quem se faz de vitima é você... você não entende, você não sabe o que é ter um dia ruim... você só é uma criança caprichosa e mesquinha!

Abaixo a cabeça e algumas lagrimas caem de meus olhos, por parte aquelas palavras eram verdade mais por outro lado tudo o que eu passei não foi envao, nada do que eu sofri foi por que eu quis.

— Eu tenho pena de você... não sei como um dia eu pude realmente achar que você era um cara legal... você é como todos eles, egoísta!

Me viro e saio andando, mais logo Barry me puxa de volta e grita

— Não se atreva a dizer isso! Eu estive do seu lado todos esses dias em que você esteve sofrendo! Eu enxuguei suas lagrimas Mateus, eu chorei junto... eu mataria pra não te ver daquela forma outra vez! Você não sabe o que eu sofro por ver o tempo que você vai perder com essa vingança idiota! Você não sabe de nada! Então não se atreva a dizer que eu sou o egoísta quando na verdade esse titulo é seu!

Puxo meu braço de volta e deixo soluços de tristeza, talvez eu reconhecesse tudo o que ele tinha feito e eu até gostasse dele. Mais eu não podia deixar esse sentimento mexer com minhas metas, eu ja fiz isso e me dei mal

—Você não vai dizer nada?!
Ele diz

— Eu não vou perder meu tempo...

Ele me olha com rancor e diz

— É.. talvez você ja perca tempo demais tentando acabar com monstros, quando na verdade o monstro é você!

Ele se vira e me deixa sozinho ali, olhei perfeitamente sua frustração em seu olhar e pude perceber o real motivo para tal sentimento: eu.
Horas depois.

Eu estava me despedindo de tudo e todos daquela pequena cidade que me acolheu e me ensinou coisas que eu jamais havia entendido antes. Meu pai e sua família eram felizes. Eu tentaria ser tambem, mesmo que isso dependesse das lagrimas de alguém.

O vilão (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora