Já havia se passado dois dias de puro tédio em Cisne Branco. Quem admira? Ninguém. Nem sequer um pobre carneiro aguentava mais esse clima de tensão. Todavia, o mês de dezembro entrou contudo. Num clima pra la de animado com varias festividades, inclusive o festival do amor que trazia muita sorte para os casais separados pelo tempo. Impossível? Mas era verdade.
Contudo, o grande musico da noite nao poderia participar por falta de vontade ou ate mesmo vergonha. Era o senhor Martins, conhecido como Pedro da viola. Ele estava bastante nervoso e, era o único mais bem preparado de todos os tempos e com grande ousadia no que fazia.
No fundo era o que mais queria, mas dormia silenciosamente. Apenas os ombros, as pernas e a boca se mexiam. Era uma imaginacao fertil que nao dizia muita coisa. Apenas lhe dava um toque de realidade atravessando os parametros da vida.
Após ter sonhado tanto aproveitando a calmaria do ambiente, acorda assustado.
--- Maeee - gritou euforico da janela, com o corpo d'agua na mao, perto da parede esquerda da sala onde o horizonte era mais explicito a luz do sol.--- Vem aqui?
--- O que foi? - perguntou-lhe varendo folhas secas do quintal apaixonadamente e sintia-se admirada pelas rosas vermelhas da sua estufa.
Depois de uma intensa e sufocante decisao para criar coragem e largar de admirar aquelas rosas magnificas e ir até ele, Cristina deu-se por satisfeita e concordou em voz baixa o seu pedido, levando o par de chinelos na mao e sendo observada pelo vizinho mais gato e viuvo do lado da sua casa. E sentia-se horrivel por seu coracao gelar quando o via.
Ele tinha por volta de 40 anos, trajava berbuma jeans azul e uma camiseta florida aberta aparecendo o peitoral, o cabelo preto em degrade medio e o olhar de sedutor. Este virou-se de uma so vez e apertou os dentes num olhar intrigante de tirar o folego de qualquer mulher e aproximou-se.
--- Voce vai no schow hoje? - ele contem uma risada e tira o par de chinelos da sua maos e quando ela tenta afastar envergonhada, ele segura.
--- Nao tem como, Marcos. Alem disso, o meu filho está precisando de mim nesse momento - explicou cruzando as pernas de forma elegante e ele a observa dos pes a cabeca e lamenta.
Embora Cristina quisesse ir, nao o daria a menor possibilidade de entrar no seu coracao. Apesar de ser uma mulher forte, decidida e linda. O seu coracao parece uma mula quando o assunto é amor. E estava pronta para assumir a figura materna.
--- Vamos, por favor! Faz tempo que nao saio com alguem especial e o P pode tambem se destrair no festival - afirmou ele sorridente.
Cristina respirou fundo num charme angelical e fitu- o.
--- Voce é muito cara de pau, ne? Ainda usa o meu filho...! - disse ela ironicamente.
A expressao de docura no seu rosto, nao apagava a intencao sincera e brilhante de correr atras da mulher com quem escolheu para casar-se e viver o resto do seus dias.
--- Sou mesmo porque so penso em voce - disse ele pacientemente, esperando que ela reagir-se de maneira igual.--- E com voce tudo é diferente.
--- Até parece! Voce é o cara mais galinha da rua - respondeu- lhe furiosa.--- Por onde voce passa tem um rabo de saia correndo atras de voce ou ao contrario...como é que eu vou confiar em alguem como voce?
O seu olhar esmureceu.
--- Assim voce me ofende - disse ele conformado e permaceu vidrado em seus olhos e continou com a voz ofegante.--- Eu amei muito a Adriana, a respeitei enquanto estava viva e quando encontro alguem especial novamente, simplesmente me despresa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma viagem sem volta
General FictionO adolescente Pedro Martins, de 16 anos, tem tudo que alguem poderia ter na vida: amor de mae incondicional, um melhor amigo pra todas as horas, uma cidade fascinante pra apreciar e um amor que reaparece das cinzas. Mas quando se depara com um passa...