Cap. 2 Festival do amor

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Já havia se passado dois dias de puro tédio em Cisne Branco. Quem admira? Ninguém. Nem sequer um pobre carneiro aguentava mais esse clima de tensão. Todavia, o mês de dezembro entrou contudo. Num clima pra la de animado com varias festividades, inclusive o festival do amor que trazia muita sorte para os casais separados pelo tempo. Impossível? Mas era verdade.

Contudo, o grande musico da noite nao poderia participar por falta de vontade ou ate mesmo vergonha. Era o senhor Martins, conhecido como Pedro da viola. Ele estava bastante nervoso e, era o único mais bem preparado de todos os tempos e com grande ousadia no que fazia.

No fundo era o que mais queria, mas dormia silenciosamente. Apenas os ombros, as pernas e a boca se mexiam. Era uma imaginacao fertil que nao dizia muita coisa. Apenas lhe dava um toque de realidade atravessando os parametros da vida.

Após ter sonhado tanto aproveitando a calmaria do ambiente, acorda assustado.

--- Maeee - gritou euforico da janela, com o corpo d'agua na mao, perto da parede esquerda da sala onde o horizonte era mais explicito a luz do sol.--- Vem aqui?

--- O que foi? - perguntou-lhe varendo folhas secas do quintal apaixonadamente e sintia-se admirada pelas rosas vermelhas da sua estufa.

Depois de uma intensa e sufocante decisao para criar coragem e largar de admirar aquelas rosas magnificas e ir até ele, Cristina deu-se por satisfeita e concordou em voz baixa o seu pedido, levando o par de chinelos na mao e sendo observada pelo vizinho mais gato e viuvo do lado da sua casa. E sentia-se horrivel por seu coracao gelar quando o via.

Ele tinha por volta de 40 anos, trajava berbuma jeans azul e uma camiseta florida aberta aparecendo o peitoral, o cabelo preto em degrade medio e o olhar de sedutor. Este virou-se de uma so vez e apertou os dentes num olhar intrigante de tirar o folego de qualquer mulher e aproximou-se.

--- Voce vai no schow hoje? - ele contem uma risada e tira o par de chinelos da sua maos e quando ela tenta afastar envergonhada, ele segura.

--- Nao tem como, Marcos. Alem disso, o meu filho está precisando de mim nesse momento - explicou cruzando as pernas de forma elegante e ele a observa dos pes a cabeca e lamenta.

Embora Cristina quisesse ir, nao o daria a menor possibilidade de entrar no seu coracao. Apesar de ser uma mulher forte, decidida e linda. O seu coracao parece uma mula quando o assunto é amor. E estava pronta para assumir a figura materna.

--- Vamos, por favor! Faz tempo que nao saio com alguem especial e o P pode tambem se destrair no festival - afirmou ele sorridente.

Cristina respirou fundo num charme angelical e fitu- o.

--- Voce é muito cara de pau, ne? Ainda usa o meu filho...! - disse ela ironicamente.

A expressao de docura no seu rosto, nao apagava a intencao sincera e brilhante de correr atras da mulher com quem escolheu para casar-se e viver o resto do seus dias.

--- Sou mesmo porque so penso em voce - disse ele pacientemente, esperando que ela reagir-se de maneira igual.--- E com voce tudo é diferente.

--- Até parece! Voce é o cara mais galinha da rua - respondeu- lhe furiosa.--- Por onde voce passa tem um rabo de saia correndo atras de voce ou ao contrario...como é que eu vou confiar em alguem como voce?

O seu olhar esmureceu.

--- Assim voce me ofende - disse ele conformado e permaceu vidrado em seus olhos e continou com a voz ofegante.--- Eu amei muito a Adriana, a respeitei enquanto estava viva e quando encontro alguem especial novamente, simplesmente me despresa.

Uma viagem sem voltaOnde histórias criam vida. Descubra agora