Cap. 12 Chamas de Fogo

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A porta se abria lentamente e uma mao enrugada do passada retornava, com os olhos tremulos sem saber o que fazer, entrou no quarto, fechou a porta ruidosamente e pos-se a andar devagar até chegar perto da cama. Respirou profundamente duas vezes e puxou Estefannya para perto dele acariciando seu rosto e sentia o seu suave cheiro pertinente pronto para atacar uma presa. Cada vez mais, Carlos sentia a batida do coracao em um ritmo intenso, era como se estivessem levado uma descarga eletrica em seus corpos.

Os olhos dela pareciam enfurecidos. Mas ao mesmo tempo estavam queimando de paixao e pura exitacao.

--- O que voce faz aqui uma hora dessas?- perguntou-lhe furiosa.--- Os segurancas nao lhe viram?

--- Mas e claro que nao, linda! - exclamou ele, mordendo o labio.--- Eu me escondi detras de varias cortinas vermelhas, perto do seu quarto.

--- Como sabe que esse e o meu quarto?

Ele ergueu os olhos para ela e cada vez mais estava perto da sua boca e respondeu:

--- Porque espie na hora que tu entrou no quarto.

--- Voce e um bobo mesmo - murmurou ela.

--- Sou mesmo - afirmou ele, a olhando em volta.--- Porque te amo e estava morrendo de saudades de voce e desse rostinho lindo que faz tremer de vontade de beijar. Eu preciso de voce...

--- Ah! Eu te amo - disse ela, sem a menor ansiedade.--- Mas agora tenho que pensar no meu sobrinho, na minha querida filha e mais a editora.

--- Sempre os outros o primeiro lugar - disse ele, em inconformado.--- Sera que voce nao percebe o quanto te adoro! E estou disposto a lutar por voce. Sera possivel que voce vai me perder mais uma vez?

--- Isso nao, nao mesmo!- exclamou ela, sem folego.--- Mas sinceramente nao seja egoista, eles precisam.

Ele a olhou fixadamente com os olhos verdes brilhantes e nao fez questao de falar nada. Isso fez com ela despertar-se.

Carlos a puxou de uma vez e comecaram a dancar em um ritmo lento, sem musica, sem nada, somente com a melodia do coracao com varias trocadas de olhares. Na escuridao, ela so conseguia ver a boca dele, era rosada.

Sem folego para suportar mais aquela situacao. Ele lhe da um beijo de lingua demorado de lingua, segurando seus cabelos loiros. Esta nao diz nada, apenas correspondia o beijo e sentia as maos tensas sobre a sua cintura.

Era um momento tao esperado e inesperado para os dois que as lágrimas invadiram aquele momento tao desejado. E finalmente se entregaram ao amor pela primeira vez, sem medo de demonstrarem o que sentiam um pelo outro.

As maos dele e os labios passavam pelo seu corpo corroendo tudo que encontrava. Eles trocaram jurias e mais jurias de amor. Ela passava por detras do corpo dele e o tocava suavemente em sua barriga a beijando e subindo para outras partes. Depois de horas e mais horas, as suas maos nao oferecia mais resistencia e caiu no sono profundo sem sonho, sem nada.

Carlos deu-lhe o ultimo beijo no rosto, sem que ela despertar-se. E depois caminhou em leves passos até a janela. Este pegou varios lencois no guarda-roupa, no lado oposto da cama e amarou um no outro. Depois de ja pronto, amarou na janela e desceu lentamente até chegar na grama. Esperou a madrugada chegar para ir embora escondida detras da roseira para o seguranca nao o ver, porem os segurancas estavam em um sono profundo sentados na beira da calcada, era sua chance de pegar as chaves, abrir o portao, levar em seguida, colocar no bolso e sair correndo. Este fez isso, porem na hora que chegou perto do portao aberto. O seguranca o viu e disse:

--- Quem e voce? Algum ladrao que nao tem o que fazer em plena madrugada?

Carlos olhava espantado.

--- Nao te espantes - continou o seguranca.--- Eu nao vou fazer nada com voce. So quero saber quem voce e?

Cansado de olhar o seguranca, Carlos cruzou os bracos e foi embora sorridente. La se foi um cavaleiro puro e com muita sabedoria que guardou-se para a mulher amada a vida inteira.

Amanhecia. Estefannya acordou atrassada para ir ao trabalho. Era oito e meia da manha e o sol ja estava batendo nas janelas e as rosas abrochavam-se cada vez mais linda. Era um acordar alegre e farto de quem dormiu feliz da vida, sem se preocupar com o dia seguinte. Esta levanta e olha ao seu redor e ver em cima da cadeira um objeto esquecido pelo amado. Ela seria capaz de reconhecer aquele objeto em qualquer lugar do mundo.

Mas era simplesmente um palito preto de serda com cheiro de perfume adocicado. Ela pegou o palito de cima da cadeira e comecou a cheirar locamente dando cinco passos até a janela e depara-se com aquele dia perfeito, com o sol cada vez mais lindo e quente, porem a realidade batia em sua porta.

--- Senhora... Senhora - repetia Josy, preocupada.

--- O Pedro finalmente saiu do quarto e a sua bonequinha lhe esperava para tomar cafe desde cerdo. O que aconteceu com a senhora hoje? A senhora esta atrazada para a reuniao mais importante com os novos escritores e os acionistas da editora.

Estefannya mexeu a macaneta ligeiramente em todas as direcoes, mas nao conseguia abrir. O caso era que o Carlos trancou a porta com a chave. A medida que ela abria a porta, Josy a disse:

--- Gracas a Deus! - Fanny segurou suas maos e procurou uma forma de contar o que havia acontecido na noite anterior.

--- Por favor - disse Fanny.--- Entre. Fica calma, repetia ela para si mesma.

--- E claro que se trata de um assunto delicado, nao? - perguntou-lhe ansiosa. O seu olhar nao nega nem um pouquinho, e ele?

--- E que... E que nao quero que voce me leve a mau amiga - respondeu ela, palida.

O tempo da divina patroa estava esgotando-se e logo nao daria tempo de ir para a editora. Foi, entao, que teve uma ideia de tomar um banho rapido e voar para o bairo de ipanema onde se encontrava a editora juvenil. E essa pequena conserva com a Josy deixava para depois.

A Eliza ja havia ido para a escola e o Pedro Lucas voltava para o quarto desanimado repetir as mesmas coisas de sempre. Isso era um tedio medonho, lhe deixava cada vez mais sem folego para suportar tamanho desanimo. O seu desejo ou vontade era desistir de tudo para sempre. Esse era o seu fim.

Ele saiu do quarto chorando excessivamente, entrou na cozinha sem forca para suportar mais e pegou a faca dentro da caveta do armario sem ninguem perceber, uma corda grossa e empurou a cadeira de rodas veloz com muitas lágrimas desesperada caindo sobre seu rosto, olhou para foto da Val e disse:

--- Voce nao sabe como e! Voce nao sabe!

--- Eu so precisava de voces e de mim mesmo.

--- Agora me sinto parado no tempo como viciado, com dias negros e vivendo em volta de um pesadelo.

--- Mesmo que aquelas pessoas me amem, elas nunca vao poder me ajudar, esss vazio nao preenche, esa dor nao sai da minha alma.

Saiu da cadeira de rodas, olhou mais uma vez ao seu redor sem remedio para curar as dores e decidiu que aquele seria o momento. O mais decisivo, o mais insuportavel e o mais doido. Que nao pensou duas vezes antes de cometer uma loucura.

Ele fez o que podia. Amou perdidamente, lutou por um pai preocupado pelo trabalho, conseguiu viver ao lado de uma mae que o amou incondicionalmente, teve um melhor amigo para todos os momentos, mesmo doente, um amor que reapareceu das cinzas e ganhou uma famila linda, mas nao suportou viver dessa forma. E se foi para uma viagem longa, profunda e sem volta.

Uma viagem sem voltaOnde histórias criam vida. Descubra agora