Duas semanas depois comecou a saga de arrumacao. Numa tranquilidade de dava pena, parecia mais e que iriam fazer uma viagem pra vida inteira.E isso fazia com o Pedro ficar-se sentadinho, absolutamente imovel apreciando tudo que estava ao seu redor ha pouco tempo.--- Ei - chamou Val pegando com a mao no seu rosto, sentada no chao.--- Olha pra mim?
Ele nao reagiu e ficou inerte novamente.
--- O medo que voce estar sentindo agora, vai passar - sussurou ela inclinando-se para atrás da parede.--- Mesmo que a gente nao se veja. Esse sentimento que construimos juntos vai se tornar eterno, prometo!
--- So de pensar nisso - disse ele sem muita animacao.--- Fico destruido por dentro. Agora que sei o que sentia por voce, vou te perder? Vai ser assim mesmo, a distancia?
--- Tente entender que tudo na vida nao é por acaso - explicou ela pensativa, depois deitou em cima das suas pernas.--- Nos dois eramos apenas amigos, mas depois descobrimos que esse sentimento que persistia era muito mais do que isso. Entao, se for pra gente ficar junto, vamos ficar.
--- Deixe de falatorio, e me beija? - sussurou ele perto do seu ouvido.
Ela saiu da posicao que estava e o sentou em cima do seu colo, o beijando profundamente.
Sem querer parecer muito intrusa, Cristina sentou-se no chao com a costa encostada para parede um pouco pensativa e ficou o observando os dois por um longo periodo de tempo.
--- Desculpas ai casal - disse cris entrando no quarto.--- Filho nao ta esquecendo de nada?
--- Alem dessa incrivel gata e dos meus amigos, o violao - respondeu ele, brincando.
Cristina esbanjou um sorriso de gratidao.
--- Voce é muito engracadinho, ne Martins?
--- Claro que sou. E voce sendo a razao da minha alegria, ta tudo otimo!
Val bancou a chatonilda.
--- Parem de ser grudentos? - murmurou Val completamente enciumada.
--- Nao fica assim meu amor, ciume faz parte da vida - disse Cris.--- Mas voce nao precisa ter ciume de mim, nao sou uma abarreira entre voce e o Pedro, sabe?
Valentina olhou para eles calada e em seguida juntou as chaves do chao, contorcendo-se de raiva. De alguma forma ela iria piorar a sua situacao com Cristina, que ja nao era nada boa.
--- Dar pra ver de longe que tem algo em voces que é estranho, diferente - deduziu Val.--- Nao sei bem.
Cristina ficou chocada com tanta insinuacao de uma so vez.
--- Onde voce quer chegar garota?
--- A lugar nenhum senhora.
Chocado com o comportamento das duas, Pedro assistiu a tudo horrizado. E acabou se metendo sem a menor compaixao.
--- Dar pra voces pararem com isso? E se realmente quiserem brigar como um bicho selvagem, vao pra porta da rua porque nao estou disposto a olhar esse baraco aqui.
--- Podemos sim - afirmou Cristina, com o olhar de quem nao queria nada em troca.
Valentina andou dois passos até a janela sem nenhuma preocupacao em vista e arriscou mais uma pergunta, que a deixou sem chao.
--- Se o Pedro nao tem suas características e nem o do pai, de quem ele tem?
Cristina respirou profundamente para nao descontrola-se, mas nao teve jeito.
--- Voce pensa que é muita esperta, ne garota? Sempre se acha a tal, a detive, a sabe tudo, mas na verdade tu nao sabe de nada.
--- Será? - disse ela debochadamente.--- E se essas perguntas lhe chamarao á atencao, é porque ai tem e como tem.
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Uma viagem sem volta
General FictionO adolescente Pedro Martins, de 16 anos, tem tudo que alguem poderia ter na vida: amor de mae incondicional, um melhor amigo pra todas as horas, uma cidade fascinante pra apreciar e um amor que reaparece das cinzas. Mas quando se depara com um passa...