Capítulo XII

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"A dominação do homem pelo homem, não nasce na força daquele que domina, mas na ausência de consciência daquele que é dominado, o que produz a invisibilidade das grades do sistema de dominação."- Cesar Luis Theis

Henry Hopper

Após a noite incrível com a Lauren, me sinto realmente um caco, aquela mulher sabe como fuder e isso é raro, porém esse não é o verdadeiro motivo  para meu estado de espírito perturbado, nunca transei com alguém que encarou a minha foda como um problema. Mas aquela mulher... como alguém consegue ir da água para o vinho em um piscar de olhos? Ponho minha cabeça para trás deixando toda a minha frustação fluir pela minha mente. Um buzina incessante me tira dos devaneios e observo que o sinal abriu, dirijo calmamente e faço o trajeto de casa. O percurso é feito em silêncio, apenas com o meu cérebro relembrando cada cena maravilhosa, aquele pele bronzeada, seus seios arredondados que encaixavam perfeitamente em minhas mãos e sua buceta encharcada cada vez pedindo mais. EU VOU FICAR MALUCO. Chego em casa e olho para o relógio, preciso me apressar tenho uma reunião em poucos minutos, deixo a noite atormentada de lado e separo tudo que irei precisar.

A tarde passa rapidamente e a noite logo dar seus primeiros sinais, uma típica noite de terça, entretanto algo parece estar errado, meu corpo quer apenas descansar e minha mente apenas beber. Aperto os olhos e bagunço meus cabelos a fim de fazer a enxaqueca parar, mas nada acontece. Fecho os olhos e respiro fundo, como do nada um homem como eu fica nesse estado? Ainda mais após uma transa tão incrível, por que parece que falta algo?

-  Senhor Hopper, vai ficar aqui? (Meu secretário questiona)

- Não Alex, já estou de saída. (pego meu blazer e pasta e saio da sala.) Alex?

- Sim senhor!

- Amanhã temos uma reunião na Campbell, correto?

- Sim, as nove horas na sala de conferência.

- Bom, eu quero que mande um e-mail para Jean com a apresentação que preparei e diga a ele para expor tudo que combinamos hoje. Precisarei me ausentar amanhã, mas como é uma reunião apenas de coleta de dados ele pode administrar.

- Pode deixar senhor, farei isso.

Saio do prédio me sentindo um pouco mais leve, não vejam isso como covardia, mas não quero encontrar aquela mulher antes de descobrir o que realmente está acontecendo da minha vida. Em uma noite parece que meu mundo desandou por completo, sinto que não sou mais o responsável pela minha vida e sim aquele diabo bronzeado. Chego em casa e automaticamente   me sirvo com uma dose de uísque eu necessito de algo forte. Acho que só agora a ficha caiu, ela é a mulher que me atormentou por dias seguidos, é a mesma mulher que me viu tirar a roupa em cima do palco e a mesma que manda do meu trabalho. Tem noção de quanto isso é insano? Bebo mais uma dose, a minha chefe é a mulher que vem fudendo com a minha mente. (Dou uma risada involuntária.) Meus parabéns Henry Hopper, você é um cara realmente sortudo, a mulher que pode alavancar o seu futuro, é a mesma que pode arrastá-lo para lama a qualquer momento. Ela não faria isso, faria? Meu cérebro articula rapidamente todas as variáveis possíveis e por mais que meu consciente afirme que tem 99% de chances de ela não misturar a vida pessoal com a profissional, minha cabeça só pensa no 1% que ela encarou como um "problema". Outra dose é ingerida, mais uma, mais, minha cabeça começa a girar e a única coisa que escuto antes de apagar é sua voz...

" Por favor se vista encontro com você lá fora, vamos resolver esse problema..."

A luz em meu rosto me faz acordar, minha cabeça lateja de dor e só então tenho noção do quanto bebi, quando olho a mesa de centro a minha frente com uma garrafa de uísque vazia... Caralho, eu ainda estou vivo? Levanto-me devagar, tentando fazer o mínimo de movimento possível para que a cabeça não doa a cada passo. Vou ao banheiro e deixo a água levar essa visão deplorável, se meus amigos me vissem nesse momento, com toda a certeza, me zoariam pela eternidade, esse não sou eu. Acabo o banho, visto um short folgado e vou para a cozinha, bebi demais e não comi absolutamente nada, além de um hamburguer oferecido pelo Alex as cinco da tarde. Abro a geladeira e cada vez mais ela parece vazia, a única coisa comestível é um iogurte de frutas vermelhas e torradas com geleia de cereja. Faço meu desjejum em silêncio e apenas me permito comer. Após uma refeição tranquila, tomo alguns medicamentos para enxaqueca e vou à procura do meu celular, o encontro no chão da sala, eu realmente não estava bem. Olho o visor e já se passam das doze, novidade acordar tarde está virando costume. Leio alguns e-mails enviado pelo meu secretário informando da reunião e seus resultados, vejo o noticiário do dia e ligo a tv para distrair a mente, pareço deplorável? Talvez, mas é apenas uma medida de proteção antes de recuperar a sensatez, eu nunca me permitir fraquejar em nenhum momento da minha vida, não será agora que me permitirei fazer isso. O resto do dia se passa e não produzo nada, apenas vou da cozinha para a sala e por fim para o quarto, apesar de não fazer nada, pensei em tudo! Às vezes, tudo o que precisamos é tirar um tempo para analisar o que acontece ao nosso redor, se não, sucumbimos aos questionários da vida e não encontramos a solução para o que realmente precisa.

Dominados REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora