Garoto Cheio

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Eiii cerejinhas! Sejam todos bem-vindos a minha nova história.
Trago para vocês uma noveleta, que terá 20 capítulos de mais ou menos 1000 palavras cada.
Essa história é na maior parte do tempo narrada através de flashbacks. Esses flashbacks são os únicos que precisam ser escritos, pois a narração de fora já está prontinha e editada. Duas mil palavrinhas escritas durante os intervalos da escola hehe
Espero muuuuito que gostem e que comprem a premissa da história. Vou amar ler vossas teorias.
Se tudo der certo sairá um capítulo por semana, mas como nada nunca dá certo quando envolve eu e rotina na mesma frase é provável que eu demore para atualizar :)

Aproveitem ⏳











"Já inventei todo tipo de personagem. E nenhum deles 'se apossou de mim' ou 'tomou conta da minha história', como dizem alguns escritores por aí, com certo orgulho de sua parceria com o além. Os personagens dominam essa estirpe nobre de artista da mesma forma que vermes caem sobre cadáveres."

Escrevendo No Escuro - Patrícia Melo

Criei Alastor quando tinha doze anos. No começo ele era apenas um garoto da minha mente, que escutava meus desabafos e me consolava com palavras doces. Ele era alguém bom, do sorriso brilhante e olhar estrelado, com a voz aveludada e jeito agridoce.

† Primeiro Flashback - Garoto Cheio †


Corri meus olhos pela vizinhança enquanto tentava pelo que parecia ser a milésima vez me ajeitar no pequeno espaço quadrado delimitado pela janela.

De baixo de mim um fino travesseiro ajudava a me equilibrar e em meu colo repousava um caderno, aberto em uma folha em branco, somente com a data e o tema do trabalho anotados.

Era sempre desconfortável ficar pendurada na janela, mas a vista para o quintal do meu vizinho recompensava o sacrifício. Ele tinha um quintal cheio de árvores e arbustos floridos que me davam a sensação de estar presa em uma floresta encantada.

Muitos pássaros passavam por seu quintal, deixando a rua mais alegre com suas melodias. Gostava de fazer meus deveres os ouvindo cantar, era relaxante.

Nesse dia específico porém a bela vista do quintal não parecia me trazer muita inspiração, já que me faltava vontade para começar a escrever sobre educação.

Batuquei a caneta em cima do papel tentando pensar em um bom começo. Não entendia minha dificuldade, o dia na escola não havia sido tão ruim e a conversa animada da minha mãe com minhas tias não atrapalhava.

Em meu íntimo sabia, havia algo me incomodando. Isso não era novidade, sempre havia algo me incomodando.

Nada de incomum, apenas algo normal da idade. Estava entrando na adolescência e me rebelando contra o mundo. Também estava com depressão e frequentando duas vezes por semana ao psicólogo.

Eu era alguém paranoica, sempre me achando o centro do universo, como a Terra no século XIX. Eu era alguém muito insegura com minha personalidade e aparência, costumava montar a fantasia de que eu era alguém especial, de que algum dia veriam o quão incrível eu era.

Acabava sendo arrogante e arredia com as pessoas, supondo que era melhor que elas, de que era diferente da maioria dos adolescentes.

Passava a maior parte do tempo sozinha, imaginando o dia em que tudo mudaria. Queria poder ter amigos verdadeiros, um lar amoroso, que se orgulhassem de mim e um namorado. Alguém que me amasse incondicionalmente e nunca fizesse eu me sentir sozinha.

AmênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora