Morangos Doces

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Olá, olá cerejinhas! Capítulo novo!
  Demorei um pouquinho, eu sei.
  Não escrevi nada durante as férias, e todo mundo sabe que o ano só começa depois do carnaval. Agora que estou de volta os capítulos devem sair com mais regularidade.
  A quem interessa, não há previsão para os próximos capítulos de "Todo Mundo Deve Odiar o André" ou "Você vai pular?", estou mais focada em Amência agora, e vou tentar terminá-la antes de voltar a publicar as outras histórias.

Aproveitem ⏳



 O tempo foi passando mais rápido do que gostaria. 

Quando me dei conta já havia me acostumado com a nova cidade, deixando o passado para trás e me aventurando em novos lugares. Eu tinha saído da depressão, feito amigos e até começado a frequentar um clube de música. Fiquei com algumas pessoas, experimentei coisas novas e aprendi a cozinhar algo decente.

  Eu estava feliz. Pena Alastor não compartilhar dessa felicidade.

† Quinto Flashback - Morangos Doces †


— O professor de música é ótimo! Ele disse que posso entrar na banda se continuar tocando assim.

  Sorri para Alastor, contando mais um acontecimento da minha vida. Fazia algum tempo desde a última vez que nos vimos, não estava imaginando ele mais como antes, então me encontrava ansiosa para contar tudo que vinha acontecendo.

— E a professora de Matemática disse que sou a melhor aluna da sala, meus pais estão tão orgulhosos.

— Que bom Tina, isso é muito legal.

  Alastor estava deitado de barriga para cima, observando sorridente o céu cheio de nuvens em formato de coração. Em sua mão repousava um punhado da grama verde, seu cabelo escorria por sua testa, um pouco maior do que a última vez que o imaginei e eu não podia ver seus olhos, pois eram ofuscados pelo sol.

  Estávamos em um piquenique, era um dia quente, a grama pinicava minha pele e as peras, maçãs e morangos me hipnotizavam com sua coloração vibrante.

— Não é incrível como minha mente pode criar um lugar tão belo? — comentei virando minha cabeça em sua direção.

— Seria incrível se você fizesse o sol menos ofuscante.

  Escutei o seu pedido, fiz com que uma das nuvens cobrisse a luz que caia sobre nós. 

  Rolei pela grama, me apoiei em meus braços e observei o quieto Alastor.

— Achei que estaria mais feliz, não é sempre que podemos fazer algo assim.

— Eu estou.

— Mas?...

— Queria que isso fosse rotina e não tédio de fim de tarde.

  Abri meus olhos por um momento me deparando com a janela do quarto, as cortinas tremulavam mesmo não existindo vento. Minha cama estava cheia de cadernos e livros, meu celular vibrava insistente e minhas tias não calavam a boca por um segundo. Na escola o ensino médio estava acabando comigo e em casa era minha família e seu barulho descomunal.

  Fechei meus olhos e em um segundo estava de volta a toalha xadrez. Os morangos pareciam tão reais, peguei um e levei aos lábios. 

Doces. Doces como morangos deveriam ser na vida real.

— Está vendo? Você nem consegue ficar comigo sem ter que sair para responder alguém ou fazer algo a cada minuto.

— Isso não é verdade.

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