Parte 4

115 8 2
                                    

Chego em casa às seis e meia. Corro para comer algumas bolachinhas recheadas para enganar a fome. Tomo um banho e, como lavei meu cabelo ontem, não demoro muito. Pego um vestido lilás, que vai até abaixo do joelho e é leve, com alcinhas finas e um decote em V. A estampa da cintura é floral, uma gracinha. Não posso usar sutiã com esse vestido, mas não me atento a isso, tenho até adesivos, mas eles não serão usados.

Pego um salto reto, ele é prateado e rosa bebê na sola. Minha bolsa de não é branca com pedrarias rosadas. Deixo meu cabelo solto com a franja longa do lado esquerdo e algumas presilhas grandes do lado direito. Pego dois anéis. Um para o dedo mindinho, com um pequeno sol e outro para o indicador com uma pérola, bem simples. Meu colar com um pingente de meia lua no pescoço, fica perfeito com o decote, chamando um pouco mais de atenção para aquela área.

Escuto o celular apitar. Edward avisa que está me esperando. Pego um sobretudo bege, pois é o único que eu tenho limpo. Os outros estão bem gastos graças aos últimos meses de inverno bruto.

O carro prateado do Edward é bonito, mas não sei nomes de marcas e nem ligo para isso. Mas bom, Edward está lindo com uma calça jeans azul, uma camisa social verde-grama e um casaco preto. Resumindo: Lindo. E para completar, com o sorriso campeão de concursos de sorrisos imaginados por mim.

— Oi - digo quando nos aproximamos.

Envergonha. Estou envergonhada graças ao vestido. Sei que ele não vai me proteger do frio. Serei obrigada a usar o sobretudo até o fim da noite.

— Olá senhorita Swan. - Ele segurou a minha mão e a beijou. - Está ainda mais linda. Como isso é possível?

— Obrigada - fico envergonhada. De novo. Ele ainda nem viu o vestido, mas será que o elogio seria diferente? Devolvo o elogio. Ele está lindo.

Edward abre a porta para mim e seguimos para um restaurante no centro da cidade. Ele diz que o lugar é quente, a comida é ótima e é próximo de uma das empresas para quem ele trabalha. Ele me fala um pouco da Marlee também.

— Minha irmã, Elizabeth, tem um casal em casa, daí ela disse que eu precisava de uma presença feminina na minha. Jurava que ela ia me jogar para alguma amiga dela, mas bom, foi melhor que isso. – Não podia evitar a gargalhada que saíra de mim. Edward fugindo das mulheres que a irmã jogava devia ser algo interessante e engraçado de assistir. - Então conheci a minha filha de quatro patas e ela é uma coisinha invocada, cheia de raiva com desconhecidos que chegam lá em casa, mas eu juro, ela é um amor...comigo.

— Quem é o pai dos seus netinhos?

— Bom, Garrett, do trabalho, ele e a noiva tem um cachorrinho pequeno e bonitão sabe. Daí eu deixei Marlee dormir na casa deles por uma semana.

— Foi difícil ficar longe dela? - Pergunto imaginando um Edward ciumento e protetor com a menininha dele.

Quando criança, meus vizinhos tinham um cachorro. Eu brincava com ele e eu só a via latir para os outros, ele sempre queria meu carinho quando eu passava. Era fofo. Meus pais se recusavam cuidar de mim, duvidava eles me permitindo ter um cachorrinho em casa.

— Foi, eu estava acostumado a chegar em casa, escutar aqueles latidos, sua felicidade em me ver, e eu estava quase buscando ela quando soube que eles estavam cruzando, e como eu queria netinhos... - ele deu de ombros.

Pegou seu celular e colocou a digital, me passou e pediu que eu abrisse a galeria. Encontrei a pasta denominada "Marlee Cullen". Sorri com as fotos da cadelinha. Tinham muitas fotos dele com ela, de sua soneca, de sua bagunça e das suas aventuras no parque.

— Ela tem perfil em alguma rede social?

— Sim, em duas, te mando os links.

— Eu não estou brincando. - A cadela tem realmente perfil?

— Eu também não. - Escutei o carro parando e entramos no restaurante.


Silly LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora