Parte 5

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Entreguei meu sobretudo na chapelaria e Edward entregou o casaco dele. Sua camisa abraçava bem o seu corpo e eu estava feliz demais em notar que ele não parava de olhar para mim.

— Você ainda não me respondeu. - Ele diz depois de puxar a cadeira para mim. - Como você consegue ficar mais linda que o normal? - Ele sussurra na minha orelha antes de se afastar. Assumo que ainda é uma pergunta retórica.

— Bom... Edward, me convidou para que nos conhecêssemos melhor, então, me diga, onde nasceu?

— Nasci e cresci numa fazenda no interior entre Port Angeles e Forks. Nós, eu e meus irmãos, fomos morar na casa de uma tia nossa para cursar o ensino médio e depois a faculdade.

Edward me disse que tinha dois irmãos: Elizabeth e Elliott. A irmã se formou em medicina veterinária e se mudou para Port Angeles para morar perto dos pais e também auxilia os animais da fazenda vizinha. O irmão mora em Forks, se formou em administração e bom, a fazenda prospera hoje graças a ele.

— E se tornou advogado para...

— Eu sou aquele que cuida dos negócios de lá. – Ele balança a cabeça e dá de ombros. Solto uma risadinha de novo.

Logo depois ele me mostrou as fotos de lá. Fiquei espantada com a beleza do lugar, o imenso jardim de lavanda, o enorme casarão e o rio. Eu senti vontade de mergulhar, de andar descalça, de dormir numa rede próxima ao barulho da correnteza...

— É estranho querer estar lá agora? - Eu sorri lembrando do meu devaneio.

— Não. Se pudesse, estaria viajando para lá agora.

Nosso pedido chegou. Comemos entre conversas, ainda sobre ele, mas não queria mesmo falar sobre mim. Edward notou isso e passou a perguntar sobre mim. Suspirei e passei a contar sobre a minha linda história.

— Em Forks, eu nasci lá. Meus pais se separam, ele se mudou, eu fui pra Stanford. Fui casada por dois anos e... - Parei quando pensei em Jasper. - Ele... foi meu amigo, mas não estávamos apaixonados.

— Se você se sente mal em falar disso, não precisa.

— Você sabe quem ele é. - disse mexendo na nossa sobremesa. Um pudim para os dois.

— Sei. E eu esperei muito por isso. Desde que cheguei, percebi que estava muito intimidado por você.

— Intimidado? - Digo lambendo a colher.

— Sim, eu te disse que sou ansioso. Quando conheço pessoas novas, sinto que não sou muito bem recebido. As pessoas são sérias, eu sei, vivo sorrindo para compensar a seriedade das pessoas.

— Isso é ser esforçado demais.

— Mas eu espero isso de todos, abrir um sorriso. Mas quando eu te vi, tentei te fazer me olhar. - Ele sorriu e baixou a cabeça envergonhado.

— Edward - toquei a mão dele - Eu vi você. Bom, se você está sendo tão honesto comigo, também posso ser com você. Eu te vi, desde o primeiro dia, aquele em que você trouxe aqueles doces de amora para todos os chefes de departamento.

— Pensei que você não estivesse lá.

— Eu estava no canto. Fingindo não estar ali. Kate sentou na minha cadeira e eu fiquei no canto com os estagiários.

— Um bom disfarce. - Ele apertou a minha mão. As entrelacei. Porra, uma garota apaixonada surgindo.

Talvez eu fique com Edward até ele vacilar. Esperar até ele parar de ser gentil, deixar cair a máscara, mostrar que não somos compatíveis... enfim, ser o que Jasper foi para mim.

— Por favor, não quebre o meu coração. - Penso e digo sem querer. Edward puxa a minha mão até a sua boca e beija meus dedos. - Me desculpe.

— Vamos combinar de sermos sempre sinceros. E já que você começou, eu vou seguir dizendo: Eu não quero quebrar seu coração, apesar de saber que talvez você vai quebrar o meu?

— Eu não...

— E é uma honra, não pensei que estaríamos aqui hoje, eu pensei sobre isso por tanto tempo.

— Essa frase fez você parecer um perseguidor - eu gargalhei quando vi seu olhar assustado.

— Agora não preciso sorrir sozinho. - Ele prende meu olhar e agora nós estamos os dois calados. Me pergunto se a energia que começou a fluir entre nós essa semana está crescendo. Talvez ele me responda em alguns dias.

Alguns dias?

Eu quero mais?

Sim, eu quero mais.

Que confusão.

Saímos do restaurante e Edward disse que tínhamos mais um lugar para ir. Como era sábado, me deixei levar. Fiquei encantada com o lugar. Uma danceteria de luzes coloridas, cortinas claras e cheia de pedrarias. Uma pista vermelha e vi um palco vazio.

— Toda noite tem um tema, eles trocam os nomes a cada três meses. - O olhei curiosa. - Garrett traz a noiva aqui algumas noites, ele me recomendou.

— Sinto que devo conhecer esse seu amigo que te incentiva tanto.

Deixei meu sobretudo e bolsa no carro, Edward estacionou perto e andávamos de mãos dadas desde então.

Nós fomos para a pista, sua mão alcança a base das minhas costas, sua outra mão leva meus braços até o seu pescoço. Esse é o nosso primeiro abraço, sinto seu peito firme contra o meu, posso sentir seu cheiro gostoso. Fechei os olhos quando ele apertou a minha cintura.

— Isabella. - Ele fala depois da segunda música acabar. - Sabe qual é o nome dado a esta noite aqui na danceteria?

— Não - me afastei um pouco para olhá-lo. - Estava esperando você me dizer, mas me esqueci de perguntar.

Ele fez um biquinho. Foi rápido. Fez cara de espertalhão.

— Eu te faço esquecer de tudo? - Desci minhas mãos para entrelaçar com as dele.

— Espero que me faça esquecer o meu nome. - E ali estava ele, o sorriso mais lindo da face da terra.

— Eu posso tentar - ele desceu seu rosto até o meu. Me afastei e ele ainda parecia enfeitiçado com a minha boca.

— Você não pediu para me beijar.

— Eu estou pedindo pela força da mente. Implorando que leia meus pensamentos, assim como fiz desde o dia em te vi pela primeira vez. – A próxima parte ele sussurra - Posso te beijar? Me beije, me ataque, realize os meus sonhos...

— Sonha comigo?

— Sim, e eu deveria me envergonhar.

— São sonhos sórdidos? – Ele assente. Mordo os lábios quando começo a perceber que estamos parando de nos mover.

— E são como metas também.

— Sim. – Abraço o seu pescoço, me aproximo mais e espero ele compreender o que eu disse.

— Sim? – Reviro os olhos, mas não o achando bobo ou qualquer coisa parecida, dessa vez, Edward só está mais lento que o normal por estarmos muito próximos.

— Me beija, Cullen.


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