Silly Love

Parte 11

Tanya nos olhava maliciosa. Saí da mesa e fui para o sofá, mais perto delas e mais longe das mãos de Edward.

—Eu te disse mãe. Era só eu dar um empurrãozinho e....pronto, está pronto o sorvetinho.

— Não entendi. - Falo sentando no sofá.

— O que minha filha está querendo dizer, Isabella e Edward, é que a Tanya me disse que vocês pareciam muito próximos e resolveu fazer ciúmes em você. - Ela apontou para mim.

— A vida é mais legal com um draminha básico, confia em mim, sou atriz.

Eu fiquei envergonhada com aquela situação. Edward, Tanya e Carmem estavam me encarando. Limpei a garganta e me levantei.

—Vamos almoçar?

— Não sou boba, não é à toa que sou mãe dessa figura aqui – Carmem abraçou a filha que sorriu convencida. – Vou deixar os dois namorarem.

— Carmem.... – Tentei falar.

— Olha Bella, sei que vocês são competentes e responsáveis, tanto que são meus sócios agora. Sei que sabem separar e conciliar muito bem o pessoal com o profissional.

— Obrigada Carmem, Bella com certeza vai conseguir dormir melhor hoje. – O fuzilei com os olhos. Mas deixei passar, ele tinha razão. Ele me olhou sorridente e fiz cara feia para ele. As duas saíram e ficamos os dois ali olhando para a porta.

— O que foi que aconteceu agora? – Eu encostei as costas no sofá. Edward sentou ao meu lado. – Temos que ser mais cautelosos.

— Foi você quem entrou aqui na minha sala para me agarrar. – Ele ficou bem próximo a mim. Minha única reação com aquela aproximação toda foi a mais fogosa possível.

O puxei pela gravata e o beijei. Levantei um pouco a barra da minha saia e subi em seu colo. Suas mãos não passaram das minhas costas e eu não me esfreguei nele demais, sabia que precisava voltar ao trabalho e transar com ele não era uma boa ideia... para aquele momento. Fechei os olhos e me afastei um pouco dele, ele continuou a beijar o meu pescoço.

— Preciso ir. – Dei selinhos nele e acariciei a orelha dele. Beijei aquele pescoço dele.

— Então está. – Ele segurou a minha cabeça e me encarou. – Você é tão irresistível. – Nos beijamos de novo.

— Você é muito gostoso. – Levantei e desamarrotei a minha roupa. – Tchau gatinho. – Dei mais um selinho nele e saí dali de vez.

Kate parece meio ansiosa quando vou até o elevador. Preciso comprar pasteizinhos. Escuto passos atrás de mim e me viro. Alto, loiro, muito bonito, cheio de pose. Ele estava ao lado de Emmett McCarthy e outros acionistas das empresas que Edward representa.

— Jasper? – Sussurro e os encaro. Kate se apressa e vai conduzindo o grupo para a sala de reuniões. Jasper me encara em silencio.

— Oi Bella, como vai? – Ele se aproxima e me apoio na mesa. Não o tinha visto a muito tempo.

— Jasper. – Talvez eu tenha batido a cabeça em algum momento do dia. Ou... que porra está acontecendo. – Be-Bem... estou bem. – Ele me segurou pelos braços. Parecia preocupado.

— Bella, espero que esteja bem. Não nos vemos desde... bem, não os vemos a muito tempo e estou certo de que estamos prontos para entrar no perdão mútuo. – Ele afastou as mãos e pude me recompor.

— Estou certa de que podemos ser diplomáticos. – Digo séria.

— Sim. Alice e eu estaremos fazendo uma festa de noivado em breve, gostaria da sua presença lá.

— Não sei se...

— Você nos perdoou...

— Perdoei a Alice se apaixonar por você enquanto estávamos juntos, mas isso não significa que possa perdoar o tratamento que deu ao nosso relacionamento.

— Eu sei, eu sei. - Ele ia continuar falando, mas Edward apareceu e o chamou. - Podemos jantar, antes da festa. Posso chamar a Ali para não forçar nada. Quero que me deixe explicar e ganhar seu perdão. - Ele diz apertando a minha mão.

— Se eu puder ir acompanhada também...

— É claro, o que quiser. - Ele passou por Edward. Este me olhou preocupado. Sorri um pouco para mostrar que estava bem, ele suspirou e se apressou para ir atrás da reunião dele.

Jasper e eu éramos amigos, nosso vinculo foi muito além disso e tudo se estragou quando nos casamos. Mas agora, percebo que sinto falta de ter mais do que respeito por ele. Sinto que parte das minhas vivencias me trouxeram para esse tipo de pensamento. Ser direta, deixar os pensamentos ruins lá no passado e é claro, ser adulta.

Quantos mulheres eu vi sendo traídas e sendo impostas pela sociedade a respeitar o momento "minha carne é fraca" dos parceiros? Mas apesar de toda essa experiência, que não foi minha, percebi que o que Jasper e Alice fizeram foi amar, mas além disso, respeitar... a mim. Minha melhor amiga e meu ex-marido, agora, juntos, o que há a fazer? Pessoas amam e deixam de amar, elas são assim. Eu sou assim. Histórias começam e acabam. Jasper e Bella não eram mais um casal romântico. Alice e Jasper sim, Edward e Bella também?

Saí do prédio e nem vi a caminhada que fiz até a delicatéssen, entrei e fiz o pedido no automático, comecei a comer o salgado. Esperei o sinal fechar e então segui o resto das pessoas que estavam querendo atravessar a rua também.

Mas eu nunca cheguei a atravessar.

Nem deu tempo.

Senti um arrepio na espinha quando o carro branco parou ao meu lado. Dois brutamontes saíram do carro e minha mão apertou firme as sacolas com doces e salgadinhos. Minha perna tremeu e, puta merda, eu não conseguia sair do lugar. Minha garganta fechou, meu pescoço foi tomado por uma forte dor quando um deles me puxou pelos cabelos ali, um dos meus saltos saiu do meu pé e minha presilha saiu do lugar.

Me jogaram no porta malas e minha mão bateu em algo gelado lá dentro. Minha respiração ficou irregular quando percebi que seria colocada no escuro.

O escuro não!

Comecei a gritar, gritar e gritar.

Senti a mão pesada de um deles na minha cara, o tapa ferveu o lado esquerdo do meu rosto. Minha cabeça bateu no fundo do carro e fiquei zonza, sentindo o gosto de sangue. Escutei tiros, gritos e o carro se movimentar. O porta malas foi aberto e não vi ninguém por perto. Escutei um palavrão e passos se aproximando, metade do meu corpo para fora do corpo e logo depois o porta malas sendo fechado comigo ali. Gritei com a dor alucinante. Me empurraram de volta para a escuridão, senti o gosto de sangue. Minha vista se escureceu.

No fim, o lugar que eu mais temia me puxou.