A gente faz nossas escolhas e nossas escolhas fazem a gente

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- Cala a boca, Castiel!- Mikael diz.- Ele é seu novo brinquedinho agora?- se direcionando a mim, pergunta enquanto me analisa.

- Não fale o que você não sabe!- o ruivo diz.- Vamos, solte ele! Ou você quer apanhar de novo?-  pergunta, se aproximando de Mikael. Sinto o mesmo engolir um seco, enquanto me põe no chão e me solta.

Eu corro em direção aos braços de Castiel, que é meu porto seguro. Ele me abraça de volta e acaricia minha cabeça.

- Emanadiel, o que você está fazendo aqui?- o ruivo pergunta, se direcionando ao loiro, chamado Emanadiel, pelo visto.

- Ambre tem que pagar pelo o que me fez!- ele responde.

- Vá para a casa!- Castiel diz super protetoramente e, admito, sinto uma pontada leve de ciúmes.- E, da próxima vez, não ouça Mikael e as idéias psicopáticas de nossa família, até porque você é nossa maior salvação.- eles riem.

- Nossa família?- eu levanto a cabeça, olhando para Castiel, enquanto digo baixinho ao mesmo, me entrometendo na conversa.

- Foi mal, Nath. Esses são meus primos, Mikael e Emanadiel.- ele responde. Eu-o solto e os olho com um olhar semicerrado.

- Como vocês me conhecem?- pergunto.

- Longa história.- Mikael responde.- Então, pode responder nossas perguntas?- ele pede calmamente.

- Eu já respondi: realmente não sei.- digo.

- Hã, ela é sua irmã, não é?!- Emanadiel pergunta calmamente.

- É, mas digamos que não somos muito próximos.- respondo. Com o olhar decepcionante, baixo a cabeça.

- Como assim?- Mikael pergunta bravo, se aproximando de mim.

- Deixa ele.- Castiel diz sério, com o olhar demoníaco, enquanto coloca sua mão sobre o peito de Mikael, fazendo o mesmo se afastar. Eu coro e dou um leve sorriso tímido. Emanadiel e Mikael, vendo minha reação, se entreolham. Um pouco depois, os irmãos começam a se cutucar, cochichando alguma coisa.

- Que merda vocês fizeram agora?- Castiel pergunta.

- Nós, hã- Emanadiel começa.-... nossa casa está em construção e nós precisamos de um lugar para ficar durante uns três ou quatro dias.- ele põe a mão atrás da nuca, coçando-a timidamente. Castiel arregala os olhos e começa a desviar o olhar.

- E-existe algo chamado Hotel, sabia?!- o ruivo afirma nervoso.

- Não temos grana para pagar um.- Mikael responde.

- Para comprar a porra de um cigarro e a caralha de um esqueiro vocês tem grana...- Castiel murmura e eu o cutuco.

- Qual é, priminho! Por favor.- Emanadiel resmunga.

- Não.- Castiel diz secamente. Sem nem pensar no caso de seus primos, pega em minha mão. Vamos ao Grêmio Estudantil e depois embora.

Na rua, andando com Castiel de mãos dadas alegremente e com um pouco de medo de ser espancado pelos olhares alheios, lembro-me que tinha de passar na minha antiga casa.

- Castiel, podemos ir a minha antiga casa? Preciso pegar algumas coisas.

- Claro.- ele concentiza com a cabeça.

Um grande Deja Vú aperta meu coração no caminho. Sinto saudade, medo, tristeza, felicidade, dor, amor, todos os sentimentos juntos e misturados. Mas, parece que com Castiel ao meu lado, segurando minha mão, com seus olhos brilhantes me encarando intensamente, tudo fica melhor.

Chegando na casa, eu entro e pego tudo que é meu, tirando os móveis, é claro. Com a ajuda de Castiel, consigo levar minhas coisas para sua casa. Ao cair da noite, fui em "meu" novo quarto, ajeita-las. É dobrando roupas e colocando-as no armário que ouço o ruivo gritando.

O Moço da gravata e o Cara da jaqueta - Nathaniel x CastielOnde histórias criam vida. Descubra agora