Os dramas da inconfiança

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- Nada, já falei! - cancelo a ideia de tentar ser aberto. A questão é que a situação aqui é diferente, com uma pessoa diferente.

- Tá, se você não quer contar, tudo bem. Eu descubro sozinho. - percebo um certo tom de relutância em sua voz.

- Não precisa gastar seu tempo, não é nada importante. - forço um sorriso e sinto os olhar de Castiel flamejar de raiva.

- Quer saber?! Não diga que eu não tentei ajudar, cansei de ver você esconder as coisas! - ele diz furioso.

- Eu escondo as coisas? EU? - sinto um fogo percorrer meu corpo. - Castiel, quem me escondeu dos primos por um tempo? Quem ainda não contou para os pais sobre a minha presença?

- Quem não contou para os pais onde está morando? Quem escode de todo mundo as marcas? Quem me esconde? - nos calamos, pois sabemos que ambos estão certos em suas teorias. - Acho que nenhum de nós é aberto. - ele declara.

- Ou talvez nós dois temos motivos suficientes para esconder as coisas. - sorrio.

- Você pode estar certo. Mas não pense que vou me desculpar com um beijo, porque esse seu segredinho com a diretora ainda não me agrada.

- Não se preocupe, não é nada demais... - engulo um seco e ele revira os olhos.

Logo, professor Faraize convida todos para entrar e formar grupos de dois, apenas olho para Castiel, que suspira e concorda. Enquanto entramos, a diretora pisca, o que me dá vontade de lançá-la um gesto rude, mas me controlo: não é porque a diretora é uma sem noção, que eu também preciso ser.

- Nosso quarto é o vinte e sete. - Castiel me mostra a chave com o número e fica calado em seguinte.

A diretora e o professor passam algumas instruções antes de nos liberarem para ir até nossos respectivos quartos.

Meu quarto e de Castiel é agradável. Um cabideiro esbarra em nós logo que entramos e conseguimos avistar duas camas. Várias luzes redondas no teto brilham fortemente, iluminando o quarto rosa salmão e uma porta simples próxima a uma das camas que leva ao pequeno e confortável banheiro.

Ponho minha mochila sobre a cama do canto direito da parede, enquanto Castiel se ajeita na cama em frente ao banheiro. Ele está incrivelmente quieto e isso me assusta.

- Casth - murmuro. - ... não quero ficar de mal com você.

- Eu também não queria - ele sorri tristemente. - , mas é difícil quando se descobre que seu amor não é confiável. - ele deita na cama e eu me calo, sem palavras.

Me sinto terrível e talvez devesse mesmo, mas não sei o que fazer. Ver Castiel assim me parte o coração, mas sei que partirá mais ainda se eu o envolver nessa confusão toda. Essa batalha é minha, não dele, e eu gostaria que o ruivo não fosse tão impulsivo e conseguisse entender isso.

A noite passa totalmente devagar e Castiel mal consegue me olhar nos olhos, isso é péssimo. Quando já estamos deitados com as luzes apagadas, vou pé por pé até sua cama e deito ao seu lado, abraçando-o por trás.

- Nath, não faça isso... - ele sussurra.

- Isso o quê? - provoco.

- Tentar fazer com que eu me sinta mal, decida esquecer, te beije e faça com que essa noite seja divertida.

- Funcionou? - minha voz falha e ele pausa por breves instantes.

- Não, até você dar essa falhadinha ingênua na voz.

Castiel vira, seu corpo contra o meu. Ele me olha fixamente e suspira.

- Não dá, sinto muito. Até você não me contar o que caralho está acontecendo, eu vou sentir essa incerteza em meu peito e não vou nem conseguir apertar sua mão.

O Moço da gravata e o Cara da jaqueta - Nathaniel x CastielOnde histórias criam vida. Descubra agora