Você vai gritar, eu vou gritar, a polica vai chegar e vamos gritar na delegacia

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Ela coloca a mão no braço dele e aí meu homem da caverna interior bate no peito como o King Kong com roupas.

Tem um copo vazio na minha frente.

Lembra-se da Bela em eclipse? Quando ela ganha uma força sobrenatural e ganha uma guerra de braço com Emmet? Bom, não é uma guerra de braços, mas com toda certeza o meu braço arremessaria esse copo na cabeça loira dele. Será que consigo?

Já repararam que assassinos em série e terroristas quase sempre são do sexo masculino? É porque os homens gostam de espalhar agonia. As mulheres, no entanto, guardam a dor internamente. Guardam para si. Até a morte. Sim, eu fiz aula de Introdução à Psicologia na faculdade. Mas o que importa é que, em vez de ir até lá e arrancar os fios de cabelo do loirinho, como eu realmente gostaria de fazer, eu me levanto.

— Vou pra casa.

Toga pisca.

— O quê? Como assim? — aí, ela repara no meu rosto. — O que aquele idiota fez agora?

Um conselho: quando estiver nervoso com seu companheiro, tente não contar isso para as amigas. Mesmo depois que você perdoá-lo, pode apostar que elas
nunca se esquecerão. Em vez disso, recomendo reclamar para a família dele. Eles já viram seus traços negativos, egoístas e imaturos em alta definição, então não é como se estivesse abrindo o jogo.

Mexo a cabeça.

— Nada. Estou apenas... cansado.

Ela não engole essa desculpa. E seu olhar se fixa na direção em que continuo olhando. A Pernuda joga sua cabeça para trás e ri. Seus dentes são branco-perolados e perfeitos. Aparentemente, a bulimia ainda não apodreceu seu esmalte. Ainda.

Toga vira para o marido.

— Kirishima, vá buscar seu amigo. Antes que eu vá, porque, se eu for, você vai precisar de um esfregão para pegá-lo.

Mantenho meu queixo erguido, teimosamente.

— Não, Kirishima, não vá. Katsuki está, claramente, feliz lá. Por que tirá-lo de lá?

Imaturo? Provavelmente. Eu me importo? Não.

Kirishima olha de um lado para o outro para nós. Em seguida, sai correndo até o Katsuki. toga o treinou direitinho.

Dou um abraço de despedida.

— Te ligo amanhã.

Depois, vou até a porta sem olhar para trás. Nunca vivi sozinho. Quando fiz dezoito anos, saí da casa de meus pais e fui morar em um república. No segundo ano, Shinsou se juntou a mim e a Toga na Pensilvânia, alugamos uma enorme casa velha fora do campus com outros quatro alunos. O teto tinha goteiras e o aquecimento era horrível, mas o aluguel cabia no orçamento. Depois nos mudamos para a cidade e o resto você já sabe. Por que estou te contando isso? Porque não sou tão independente quanto pareço ser. Sou um daqueles homens. Sou do tipo que acende cada luz na casa quando está sozinho. Sou do tipo que dorme na casa de uma amiga quando o namorado está fora da cidade. Nunca estive sozinho. Nunca fiquei sem um namorado. É uma das razões de Shinsou e eu termos durado tanto tempo, pois preferia uma relação acabada a não ter nenhuma.

Quando voltei ao apartamento, fui até o quarto e coloquei uma blusa e uma calça de pijama cereja. Ao terminar de tirar a maquiagem do rosto, escutei a porta da frente se abrir e fechar.

— Midoriya?

Não respondo.

Seus passos soam pelo corredor e, um minuto depois, Katsuki está na porta do banheiro.

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