O meu ponto fraco tem seu nome.

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Já faz quatro dias que descobri que o saco de merda terminou com o Izuku. Depois daquele dia, ele voltou ao trabalho parecendo o mesmo de novo. Para os devidos efeitos, parecia ter se esquecido por completo do cafajeste.

Ah sim. Apenas mais um detalhezinho que você deve saber: não transo com alguém há doze dias.

Doze dias. Puta merda.

Duzentas e oitenta e oito horas sem sexo. Não consigo calcular os minutos — é muito deprimente.

Doze dias podem não parecer muito tempo para vocês, amadores, mas para um homem igual a mim? É um recorde. Não estive em uma seca igual a esta desde o dia que inventei de seguir algumas regras da igreja. Não durei muito tempo lá.

A razão por trás do meu recém-ampliado apetite sexual? Eu culpo Izuku. É tudo culpa dele.

Aparentemente, desenvolvi uma consciência. Não sei quando aconteceu, não sei como aconteceu, mas não estou feliz com isso.

Sabe como algumas pessoas têm um radar para gays? Bem, eu tenho um radar para chutados. Isso significa que posso sentir de longe o cheiro de uma mulher ou homem que levou um pé na bunda. Eles são alvos fáceis. Tudo o que você tem que falar para eles é que seu ex é um idiota por deixá-los, e que ele vai implorar para voltar.

Izuku está agora na categoria de foras que mencionei. Seria um tiro certeiro, certo?

Errado.

Não consigo dar o primeiro passo. A ideia faz eu me sentir como um maldito predador. É difícil dizer se ele ainda está se sentindo mal. Não parece estar, mas nunca se sabe. Pode apenas estar com uma boa aparência. E se ele estiver — machucado e vulnerável — este não é o jeito que o quero. Quando rolar algo entre eu e Izuku, quero que ele arranque minhas roupas e as dele também, porque não consegue esperar nem mais um minuto para eu me enfiar dentro dele. Quero que ele fale meu nome gemendo, que arranhe minhas costas e grite por causa da grandeza disso tudo.

Caramba e lá vou eu de novo. Estou com pau duro só de pensar nisso.

Que bagunça. Não posso comer o Izuku e não quero comer mais ninguém. É o desastre perfeito. O que eu fiz para merecer isso?

Apago as luzes da minha sala e vou até ele. Ele não me vê de imediato, então cruzo meus braços, me apoio no batente da porta, e fico apenas o observando. Seus cabelos estão bagunçados e está debruçado sobre a mesa, olhando para o computador. Está cantando:

"Me perdi pelo caminho, mas não paro não, já chorei mares e rios, mas não afogo não..."

Ele tem uma voz muito bonita. E o jeito como ele está debruçado sobre a mesa... quero apenas ir atrás e... Céus. Esquece. Estou apenas me torturando.

— É melhor a Iza se cuidar — ele olha para cima, acompanhando o som de minha voz e fica completamente envergonhado. Eu peço:

— Não pare por minha causa. Estava curtindo o show.

— Muito engraçado. O show terminou.

Aponto o polegar para baixo, fazendo um gesto negativo:  

— Fala sério. Estou te mandando embora. Já passa das onze de uma noite de sexta-feira e você ainda não comeu. Conheço um lugar. Eu pago. Eles fazem um ótimo sanduíche de peru.

Izuku desliga o monitor e pega a mochila.

— Ahhh, é o meu favorito.

— É, eu sei.

Conseguimos uma mesa perto do bar e fazemos nosso pedido. A garçonete traz nossas bebidas e Izuku toma um gole da margarita que pedi para ele.

— Hummm. Isso era tudo que eu precisava. Meu Deus!

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