Minhas cabeças trocaram de lugar.

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— Está tudo bem?

— Katsuki teve apenas um pequeno contratempo com seu copo de água. Homens, sabe? Mãos grandes e essa coisa toda. — Disse Izuku.

All might ri e se senta, enquanto começo a avaliar minhas chances de ser absolvido depois de estrangular Midoriya Izuku.

Uma hora depois, estamos aguardando o café e a sobremesa. Izuku não está na mesa. Acho que a bexiga dele devia estar quase estourando para ele ter me deixado sozinho na mesa com All might.

Ele me observa por um momento e diz:

– Gostei do que vi aqui esta noite, Katsuki, Bem impressionante.

— Obrigado, Toshinori.

No mundo dos negócios, sempre use os primeiros nomes. Não é falta de respeito. Isso mostra que todos são iguais — que estão do mesmo lado. Isso é muito importante.

— Com base no que vocês me mostraram, estou pronto para dar o meu negócio à Academia.

Sim! Estoure o champanhe, querido.

— Fico feliz em ouvir isso. Acho que este acordo será muito lucrativo para ambos, quer dizer, para todos nós — não posso esquecer do maldito nerd, certo? Como se ele me deixasse. — Você pode confiar totalmente em Izuku e em mim. Não vamos te decepcionar.

Ele mexe na taça de cristal.

— Certo. Sobre isso. Antes de assinar, só tenho uma exigência.

Esse tipo de coisa sempre acontece. Não é nada de mais.

— Pode falar, Toshinori. Tenho certeza de que podemos suprir todas as suas questões.

— Fico feliz em saber disso. Então, por que você não pede para aquele lindo garoto, izuku, me levar os contratos no meu apartamento, hoje, por volta da meia-noite?

Ele me entrega um cartão de visitas, e sinto um nó no estômago.

Consegue sentir isso também?

— É aí que estou hospedado. Peça pra ele levar os papéis... sozinho.

Sabe, na TV, quando acontece um daqueles momentos chocantes e estranhos e tudo o que você consegue escutar são grilos no segundo plano?

Maldito barulhinho do caralho. Este é um daqueles momentos.

– Não tenho certeza de que eu...

– Ah, claro que você tem, Katsuki. Você sabe como isso funciona. Quando um homem fica trabalhando até tarde e precisa de um pouquinho... de conforto. De uma distração.

O que acha de eu meter a mão na sua cara, Toshinori? Isso serviria como uma distração?

— Esse seu garoto é uma peça essencial. Meu negócio renderá milhões à sua firma. Isso sem falar nos clientes adicionais que vai conseguir depois que todo mundo ficar sabendo que estou trabalhando com você. Portanto, um servicinho após o expediente é um pequeno preço a se pagar, não acha?

Faz sentido – se você for doente, pervertido e tarado. Mas acha que isso importa? Lógico que não. Eu me levanto. Tenho medo do que posso fazer se tiver que olhar seu sorriso convencido de merda por mais um minuto.

Jogo uma dúzia de notas na mesa e digo a ele:

– Esse não é o tipo de negócio que fazemos. Se é este o tipo de acordo que está procurando, o lugar que procura fica a dez quarteirões, naquela direção. Não sou um cafetão e Midoriya definitivamente não é um prostituto. Esta reunião está encerrada.

Você não sente orgulho de mim? Eu não sinto. Apesar do que eu disse não ter sido nada satisfatório, foi profissional — digno. Eu me comportei. Nem o chamei de safado, bundão e pervertido, como deveria ter dito. Palmas para mim. E eu deveria ter feito ele engolir a coxa de frango do seu prato.

Vou para o bar, no outro salão, enfurecido. Consegue ver a fumaça saindo das minhas orelhas? Não? Bem, está claro que você não está se esforçando para ver. Aquele cara é muito cara de pau. Sugerir que Izuku... ele é muito mais do que um rosto bonito. Ele é brilhante. É engraçado. E – ok, talvez ele não seja legal, tenho certeza de que ele seria se não me odiasse. De qualquer modo, ele merece muito mais – mais respeito – do que acabou de receber. Muito mais.

É quando o vejo, passando pelo bar para voltar à mesa, após sair do toalete. Ele me vê e caminha em minha direção, com um sorriso no rosto.

– Então, como foi? Ele aceitou, certo? Sabia, Katsuki! Logo que mostramos nossas projeções, sabia que ele já estava dentro. Também sei que não foi nada fácil trabalharmos juntos, mas acho que seu pai estava certo. Formamos uma ótima dupla, não acha?

Eu me contenho. Olho para sua mão em meu braço e depois para aqueles olhos inocentes e doces e... não consigo fazer isso. Não posso contar para ele.

— Eu estraguei tudo, Izuku. Toshinori não se interessou.

— O quê? Como assim? O que aconteceu?

Olho para os meus sapatos de novecentos dólares.

— Eu ferrei tudo. Podemos só ir embora?

Quando o olho novamente, ele tem uma expressão confusa de simpatia no rosto. Até aqui, apenas contei que perdi a conta – nossa conta –, e não há um traço de raiva em sua expressão. Céus, sou tão idiota.

– Bem, vou falar com ele. Talvez consiga arrumar isso.

Balanço minha cabeça:

– Não, você não vai conseguir.

– Me deixe pelo menos tentar.

– Izuku, espera...

Mas ele já está voltando para a mesa onde All might continua sentado.

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