Vivendo um Amor - Completo - Em Revisão

Capítulo 14

Agosto

♡

Lucas

Abrir meus olhos sentindo a mãozinha de Nando mexer, quando levantei meu olhar para ele, o pequeno estava com os olhinhos abertos, me levantei acariciando sua carequinha e ele parecia incomodado com os aparelhos e o cano da intubação, pedi para ele se acalmar e chamei a enfermeira apertando o botão acima do leito.

Não demorou muito e a enfermeira adentrou ao quarto, informei que ele estava respirando sozinho, e logo fizeram o procedimento para desentubar o pequeno.
Foi uma cena dolorosa, mas logo Nando estava calmo, ainda com alguns aparelhos ligados ao corpo, mas respirando sozinho.

- Como você se sente, campeão?

- Be... Bem... Cadê... A Dor...ra...?

- Na casa dela. Logo ela deve vir te ver, você conquistou o coração dela mais do que eu em - dou uma gargalhada baixa. - Deu um susto na gente, pequeno.

- A mama... mamãe?

- Ela já vem. Está trazendo uma surpresa pra você e eu tenho certeza que...

Sou interrompido quando Fernanda adentra ao quarto, ela abre um sorriso largo quando vê o filho acordado, corre e o abraça.

- Está respirando sozinho, meu amor! Sozinho! Que maravilha!

- Eu falei com... o papa...papai...

Fernanda me olha assustada, depois volta a olhar para Nando.
O marido de Fernanda, pai de Nando, morreu há alguns anos, infarto, Nando nunca falou do pai, nunca tocou no nome do pai.

- Ele disse que vamos ficar... - Nando puxa o ar - ficar juntos.

- Filho...

- Promete que não vai chorar quando o papai... o papai vir me... buscar?

- Oh, meu amor... Eu... Eu - a voz de Fernanda embarga completamente. - A mamãe vai sofrer muito, vai, vai doer muito, meu filho. Eu te amo tanto!

- Eu também te amo...

Limpei algumas lágrimas que abandonam meus olhos rapidamente.

- A mamãe vai sofrer muito. Mas faz uma coisa, diga ao papai pra ele esperar mais um pouco, mais um tempo, a gente precisa de mais tempo, não é mesmo? Precisamos.

Ela sorri fraco e limpa algumas lágrimas que descem pelas bochechas de Nando que a encara com ternura e medo.

- Sabe quem está aqui? Quem veio ver você e ficar te mimando?

- Quem?

- Pode entrar!

Viramos e logo a Sra. Maria e o Sr. José adentram ao quarto de mãos  dadas, Nando começa a chorar sentido e os avós correm para perto do neto amado.
Me afasto encostando na no vidro e sinto algumas lágrimas abandonar meus olhos sem qualquer cerimônia.

- Eu senti saudade!

- Eu sei meu neto! Estamos aqui agora. E não vamos sair, nosso sapeca!

Os quatro se abraçaram me causando uma reação de choro impossível de controlar.
Quando faço menção de sair do quarto, sinto uma mão se entrelaçar na minha e quando me viro, fito Dora, também com algumas lágrimas abandonando seus olhos maquiados e sorrindo para a pequena família emocionada.
Sinto meu coração se encher de tanto amor por ela.
Como alguém tão pequena, tão difícil de lidar, tão chata pode ter feito eu me apaixonar por ela dessa forma.
Eu preciso me lembrar todo dia do termo, preciso me lembrar que isso, esse namoro falso, é um acordo, preciso lembrar que ela não pode se apaixonar por mim e muito menos eu me apaixonar por ela, preciso me lembrar, mas é praticamente impossível.
Dora tem me conquistado a cada segundo que passamos juntos.
Seu sorriso, sua voz, sua forma delicada de falar, sua forma de lidar com as coisas, seu empenho, seu amor pela família, seu chatice, sua paixão pelo Nando, seu olhar quando está prestando atenção no que estou explicando... tudo, tudo, absolutamente tudo fez eu me apaixonar por essa garota mimada, e aquele beijo foi o que transbordou o sentimento que eu luto para conter.