Capítulo 2

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Dora

O corpo da minha avó chegou há algumas horas, graças a Deus, não demorou tanto para liberar o caixão com o corpo dela, meu pai mandou um jatinho para ir buscar meu avô e ela, colocaram meu avô em um lugar longe do caixão, porque ele está extremamente abalado com a morte dela.
Estou sentada no banco do lado de fora da sala de velório, minha mãe esta abraçada ao meu pai, chorando como uma criança, me sinto completamente impotente, queria poder abraçar ela e dizer que essa dor vai passar, mas eu não sei se vai passar, está doendo tanto que parece que não vai passar.
A gente sabe que a morte existe, sabemos que as pessoas morrem todos os dias, mas nunca pensamos que alguém da nossa família vai morrer, eu pelo menos sempre abominei a ideia de perder alguém da minha família. Agora, conhecendo essa maldita dor da perda, eu quero arrancar ela de dentro de mim e seguir em frente sem chorar ao lembra da minha avó materna.

- Come isso, maninha!

Dan senta ao meu lado e me entrega uma barra de cereal, balanço a cabeça negando e volto a olhar para as árvores que dançam ao serem tocadas pelo vento.
Ele me abraça e deito minha cabeça em seu ombro, sem tirar meu olhar das árvores, limpo uma lágrima que abandona meus olhos.

- Você precisa comer. Desde cedo sem comer nada...

- Estou sem fome. Obrigada!

Respiro fundo.

- Eu queria entender o porquê dela ter deixado a gente... Tínhamos combinado de eu ir para lá nas ferias.

- Tenho certeza que isso não partiu dela. Apenas, - ele faz uma pausa respirando fundo. - chegou a hora dela ir, Dorinha.

- Péssima hora!

Mais lágrimas abandonam meus olhos sem qualquer cerimônia. Fecho meus olhos querendo gritar novamente, mas seguro, quando ia dizer algo, escuto a voz da vovó Hanna, abro meus olhos e imediatamente ela abraça eu e Dan juntos.

- Meus netos! Eu não consigo imaginar a dor que sentem...

Ela se afasta de nós, beijos minha testa e em seguida a de Dan, então ela senta entre nós dois e pega nossas mãos.

- Vó, me promete uma coisa?

Vovó e Dan me encaram.

- Você nunca vai deixar a gente!

- Ah, meu amor! Eu não posso prometer isso a você, querida. Isso não é uma coisa que está no nosso alcance.

Revirei os olhos e voltei a olhar as árvores, que ainda dançam.

- Eu amo muito vocês dois! Amo tanto que não cabe em meu peito... Nesse momento, vocês só precisa ser fortes. Darem apoio um ao outro e darem apoio a mãe de vocês que está sofrendo muito, muito nesse momento.

Dan ia dizer algo, mas meu pai surge, ele abre um sorriso fraco ao ver sua mãe, seus olhos estão inchados e um pouco vermelhos por causa das lágrimas já derramadas.

- Que bom que está aqui, mãe!

- Eu sabia que você e muito menos Lorena iam poder ficar com esses dois, então vim pra cá ficar com eles...

Vivendo um Amor - Completo - Em Revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora