Capítulo 8

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JULHO

Dora

- Agora eu descobri o motivo da sua proposta de namoro falso - digo quando entramos em uma área do Jardim que está vazia, me sento no Banco e Lucas senta ao meu lado empurrando os óculos para trás e sorrindo.

- Ele está morrendo...

Sinto um bolo se formar em minha garganta, olho para Lucas percebendo o quão ruim está sendo isso para ele.

- Ele já não responde aos tratamentos. Temos medo dele morrer sem realizar seus sonhos e desejos.

- E é um desejo dele que você namore?

Ele da uma gargalhada baixa, assentindo com a cabeça.

- Eu achei que era brincadeira dele. Mas não, é verdade. Eu não entendo o porquê, mas é verdade.

- Você tem um coração bondoso, Lucas! Isso é muito bonito.

Nos entreolhamos, pego sua mão.
Lucas empurra os óculos para trás novamente e me encara abrindo um sorriso afetuoso.
Queria poder dizer algo para confortar ele, mas é impossível. Nando é um garotinho, doente e que pode morrer a qualquer momento, e meu falso namorado sofre com isso.
O Evento foi um tanto quanto interessante, receberam muitas doações e o leilão foi um completo sucesso.
Lucas disse que cada centavo é doado ao Instituto, onde eles pagam água, luz, mantimentos, compram roupas e também brinquedos para as crianças.
Acho bonito a iniciativa dos pais de Lucas em ajudar em instituto de crianças com câncer, admiro os dois por isso.
Estamos sentados na mesa onde esta os pais de Lucas, Fernanda e o pequeno Nando, todos radiantes com o resultado do evento, exceto Nando, que parece cansado.
Com uma voz franca, ele chama a mãe e imediatamente fala algo em seu ouvido, fazendo a atenção de Lucas se voltar para eles.
Fernanda sela os lábios na testa do filho e se volta para Lucas.

- Acho melhor irmos para o hospital...

- Está tudo bem?

Érica pergunta.

- Ele só está um pouco cansado e com um pouco de dor. Já ficamos por bastante tempo fora do hospital hoje.

- Levamos vocês - Lucas diz, então me encara perguntando: - tudo bem para você?

- Claro! Claro!

Levantamos, Fernanda pega a bolsa que está com o oxigênio de Nando, Lucas fica atrás da cadeira de rodas e após nos despedirmos de Érica e Edgar, saímos do evento, levando o pequeno Nando para o hospital.
Quando chegamos no hospital, logo levamos o pequeno para o quarto dele, as enfermeiras o arrumaram na cama, com os devidos aparelhos que o monitora.

- Como se sente agora, garotão?

- Melhor - ele diz. - Leva a... a sua namorada pra... casa.

- Eu vou levar - Lucas da uma gargalhada. - Mas eu quero saber se você está bem mesmo.

- Estou...

Ele diz sorrindo fraco, Lucas da um tapinha fraco no ombro de Nando e então caminha até mim, pegando minha mão. Sinto algo me meu coração que não seu explicar, apenas sorrio para ele e depois desço meu olhar para Nando, que está sorrindo, mesmo com a máscara de oxigênio.

- Tchau, Nando! Foi um prazer te conhecer. Eu venho te visitar, combinado?

Ele balança a cabeça assentindo.

- Pode... vir!

- Eu venho - sorrio, sem soltar a mão de Lucas, dou alguns passos e selo meus lábios na testa de Nando. - Fique bem!

Quando chegamos no carro, saltamos para dentro, coloquei o cinto e Lucas ficou por um tempo parado, olhando para frente, pensativo.
Então coloco minha mão sobre a dele em sua perna e no mesmo instante, nos olhamos.

-  Ele vai ficar bem! Confia...

-  Eu quero confiar nisso. Eu me apeguei muito a ele... Só de pensar que ele pode morrer, eu me sinto extremamente inútil.

- Você não é... Está fazendo tudo para fazer ele feliz. Está realizando os desejos dele, olha pra gente - falo sorrindo - Está fingindo um namoro. Você está fazendo tudo que está ao seu alcance. Tenho certeza que ele é grato por isso.

Lucas fica quieto, e fica apenas me encarando com um sorriso fraco nos lábios, também sorrio.

- Ah, Doralice!

Escuto duas batidas na porta do meu quarto, logo Dan adentra abrindo um sorriso largo.
Fecho meu notebook e me arrumo na cama, dando espaço para meu irmão sentar ao meu lado, quando Daniel senta e encosta na cabeceira, puxamos meu edredom e ficamos olhando para o nada, pois minha televisão está desligada.

- Evento beneficente, é?

- Tem alguma coisa acontecendo comigo, Dan...

- Tem?

Respiro fundo.

- O meu namoro com o Lucas não é verdadeiro - digo, mas logo me arrependo quando vejo a expressão surpresa do meu irmão.

- Como assim?!

- Estou precisando de nota pra passar em uma matéria na faculdade. Lucas sabe muito sobre a matéria. Eu pedi para ele me ajudar, em troca, iniciamos esse namoro falso.

- Espera! Explica isso com calma. Eu não entendi absolutamente nada, Dora.

- Preciso de nota pra passar em uma matéria e assim poder participar do musical de verão, em dezembro. Você sabe o quanto isso é importante pra mim... O Lucas tem tirado boas notas na matéria, eu pedi que ele me ajudasse, em troca, a gente iria fingir que estamos namorando.

- Está bem - ele parece pensar. - O que não entra na minha  cabeça é o porquê desse namoro falso. O que você quer com isso?

- Não fui eu quem propôs esse namoro. Foi o Lucas. Eu apenas aceitei, Dan.

Daniel agora parece mais confuso.

- E o que ele ganha com isso?

- Eu não sabia. Até hoje. No evento beneficente para crianças com câncer que fomos, tinha um menino, o Nando. Lucas ama esse garoto de uma forma impressionante. Nando pode ter falado algo de namoro, os dois fizeram uma aposta e aqui estamos nós.

- Então o motivo dele é uma aposta com uma criança e o seu é cantar no musical de verão?

Balanço a cabeça assentindo, então encosto na cabeceira e suspiro, logo percebo o peso do olhar do meu irmão sob eu.

- Esse suspiro foi muito, muito, muito estranho!

- Só temos 1 mês juntos e eu sinto que minha vida mudou. Eu quero estar ao lado dele, quero conversar... Será que...

- ... você está se apaixonando!

Dan completa me interrompendo. Fecho meus olhos e encosto na cabeceira da cama.
Isso não pode acontecer.
Ele é o Lucas.
O Lucas e o Lucas não é alguém por quem eu devo me apaixonar.

Lembra dos termos!!

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