𝑃𝑟𝑜́𝑙𝑜𝑔𝑜 ⸙

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𝙰𝚚𝚞𝚊𝚛𝚎𝚕𝚊- 𝚃𝚘𝚚𝚞𝚒𝚗𝚑𝚘 𝚊 𝚙𝚊𝚛𝚝𝚒𝚛 𝚍𝚘 𝚖𝚒𝚗 2:10 ⸙

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𝙰𝚚𝚞𝚊𝚛𝚎𝚕𝚊- 𝚃𝚘𝚚𝚞𝚒𝚗𝚑𝚘 𝚊 𝚙𝚊𝚛𝚝𝚒𝚛 𝚍𝚘 𝚖𝚒𝚗 2:10 ⸙

Respira fundo... 1...2...3

- Jimin, querido, venha aqui, deixe-me ver seus olhos filho. -Ela sorriu para mim, os dentes amarelos, os lábios mal subiram, mal formaram as linhas mais bonitas dela.-

-Mãe? Você não vai embora agora né? -não podia, não agora, só mais um pouco, agora que eu mais precisava dela.

Respira fundo... 1...2...3

- Jimin, olha para mim. -ergui minha cabeça devagar encontrando seus olhos transbordando com as lágrimas. - preciso que você seja forte agora filho... Jimin, me escuta - ela se apressou a dizer quando balancei minha cabeça em negação, fechei meus olhos para não olhá-la, suas mãos frias estavam nas laterais do meu rosto, me forçando a sustentar o olhar.

- Você disse que ia ficar, você disse que a gente daria um jeito, tem médicos aqui, eles vão cuidar de você, eles estão cuidando de você, eu vi, eles... -funguei quando as lágrimas começaram a descer. -eles deram remédio, remédio cura a gente mamãe, você mesmo disse.

Sua testa veio de encontro a minha, senti seu cheiro, perfume, o que eu dei de presente no dia das mães alguns meses atrás.

- Presta atenção meu bolinho, mamãe vai ter que ir tudo bem? Eu juro que não quero, se pudesse ficaria por um tempão, até você ficar velhinho, mas preciso ir para outro lugar agora... -sua fala parou por um momento.

Ela iria chorar, mamãe nunca conseguiu segurar as lágrimas, naquela época achei que era porque as agulhas nos braços dela estavam doendo, mas depois percebi que, ela estava chorando sim,mas porque ia me deixar, ia deixar eu e meu pai, sozinhos.

Respira, inspira...abra os olhos...

- Deita aqui comigo? -Perguntou carinhosamente, meu pai já estava ao seu lado, sua mão na boca e a testa enrugada em sinal de frustração, pensei que ele estava bravo com mamãe por estar indo embora agora, mas era dor...era a dor de perder a pessoa que você ama. - vou cantar uma música para vocês dois, escutem com atenção.

Eu gostava quando ela cantava para mim, quando eu ia dormir, ela cantava com tanto amor, e eu dormia...com todo o amor dela.

- "Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida, com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida...- suas mãos acarinharam meus cabelos, meu olhos estavam pesados com as lágrimas, meu peito doía e naquela época eu não sabia que levaria aquela dor comigo para vida inteira, eu só queria sentir o cheiro dela naquele momento e só. -de uma América a outra, eu consigo passar num segundo, giro um simples compasso, e num círculo eu faço o mundo..."

Fechei meus olhos, o sono não me deixava consciente mais, estava tão bom, a ponta do meu nariz passava pelo seu pescoço, minha mão estava em seu cabelo, suas mãos frias...mas seu abraço quente. seu coração batia fraquinho, antes de deixar o sono me levar, fiz uma pequena nota mental de pedir a mamãe que fizesse os bolinhos de natal para mim guardá-los até o natal, uma última vez...

Nas Suas Mãos JK+PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora