I Would do it All Again "Eu Faria Tudo de Novo"

Terceiro Dia

 Passei a manhã acertando alguns compromissos de trabalho, não tinha certeza se estava fazendo o certo em aceitar gravar aquele filme aqui na cidade dela onde teria que ficar morando por no mínimo um ano e meio, a produtora do filme demorou em concordar com meus termos de confidencialidade para que meu nome não fosse citado até a estreia, para que não divulgarem que eu estou aqui até o lançamento do filme, então tenho um ano e meio para acertar minha situação com a Juliana, nesse tempo quero mostrar para ela que não tem nada de errado com nosso amor, que mesmo que digam e falem no fim ainda nos amaremos de um jeito ou de outro isso é o que importa. Mal posso esperar pela reação da Juls quando souber que em um mês volto para cá de mudança, que medo dela não reagir bem, e se ela surta ou achar que estou forçando uma barra, Diós mio sinto que posso enlouquecer a qualquer momento de tantos pensamentos e questões.

Saiu dos meus devaneios ao receber uma mensagem dela:

~Baby, não poderei ir hoje desculpe. ~

-Porque, aconteceu algo? Tudo bem contigo? - pergunto já preocupada, ela saiu daqui ontem super bem e até essa manhã ainda estava tudo certo -

~Estou bem, mas um dos gêmeos não está bem agora, pouco ele deu uma piorada então vou levá-lo ao hospital. ~

-Está bom, mas por favor me avise se precisar de algo, e que ele melhore logo. -

~Ok. ~

Saber que um dos filhos dela estava doente me deixou preocupada sem saber o que fazer, e o pior sem poder estar ao lado deles, isso me deixa tão frustrada, eu só queria estar lá para ela e para eles, meu amor por ela é tão grande que se estendeu aos filhos, me lembro quando descobrimos a gravidez dela.

Flashback on

Fazia exatos 5 meses do último contato que tive com a Juliana, ela me mandou nunca mais a procurar, e antes daquela noite eu tinha ignorado aquele pedido por várias e várias vezes, fazia um ano e pouco que estávamos longe, ela estava em um relacionamento, no início ela me apresentou para ele (por facetime, óbvio) como sua melhor amiga que de fato eu era mesmo nos primeiros meses foi tranquilo tínhamos até um grupo lá para nós três interagirmos e tal, mas chegou num certo ponto que ele começou a desconfiar que tínhamos mais que uma simples amizade, porque éramos muito apegadas, compartilhamos tudo mesmo estando em cidades diferentes e a quilômetros de distância, nossa ligação mesmo estando longe fisicamente uma da outra sempre foi bastante visível para quem estava ao nosso lado, só não via quem não queria ver, então ele começou ficar cada dia mais desconfiado e enciumado, e toda vez que ele perguntava para ela, a resposta era óbvia que não tínhamos nada além de amizade, não demorou muito para ele descobrir a verdade. Um dia ele aproveitou que ela estava distraída e o celular estava perto dele, ele pegou e mexeu até achar provas que o que tínhamos era muito mais que somente uma amizade, ele ficou tão furioso que esperou os pais dela chegarem em casa e contou para eles que nós ainda mantenhamos contato e que nunca deixamos de fato de nós falar, foi onde obrigaram ela a me ligar e dizer um monte de coisas que por mais que eu sabia que era eles mandando porque eu ouvir eles dizendo o que era para ela me falar, aquilo machucou muito mais que eu imaginei, a cada frase que ela repetia que era para mim a esquecer eu dizia que a amava e iria esperar por ela não importando o que ela estava falando porque era da boca para fora não tinha significado para mim apesar daquelas palavras estarem me destruindo. Ficamos meses sem nenhum contato não faço ideia do que aconteceu com ela naqueles meses, já eu estava uma bagunça, não sabia como seguir em frente, como reagir ou o que fazer, e depois de tanto tempo eu tomei um porre daqueles e usei como desculpa para ligar para ela, era de madrugada pensei que ela nem atenderia.

– Oi, quem é? – disse sonolenta-

– Vida, sou eu amor – eu disse já com os olhos marejados -