O mundo de Maven Calore é divido pelo sangue: vermelho ou prateado. Maven e sua família são prateados: a família real, a elite destinados a governar os plebeus e o resto da população.
Sendo o segundo filho do rei, Maven, o filho esquecido, sonha em...
P A R A M A I O R E S D E 18 A N O S (o u p a r a q u e m q u i s e r l e r)
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TENTO NÃO SACUDIR MUITO A GARRAFA DE VINHO ENQUANTO ANDO o mais sorrateiro possível. Os cálices na minha outra mão fazem um barulhinho estridente quando se chocam um contra o outro a cada passo que dou.
Estou confiante. Nada pode dar errado hoje.
Quanto mais próximo fico do quarto dela, mais rápido o meu coração bombea sangue.
Será apenas eu e ela esta noite. Sem Cal, sem Elara. Nós dois e o vinho.
Hoje estou otimista, o que é até um pouco estranho. Não tenho medo da rejeição. Nem penso na possibilidade de ser rejeitado por ela.
Sinto que hoje tudo é possível.
Ao chegar em frente ao quarto de Mare, bato na porta sem hesitar. Ela abre quase que imediatamente, a expressão surpresa, e o melhor, sem maquiagem.
— Maven?
— Oi, Mare.
— Oi. Tem algum problema? — sua testa franze.
— Sim e não.
— Como assim?
— Estar um pouco carente é considerado um problema? — tento soar divertido. Preciso que ela se sinta confortável.
Comemoro internamente quando vejo a sombra de um sorriso se formar no canto dos seus lábios.
— Não era o tipo de problema que eu esperava, mas não deixa de ser um problema.
— Concordo com você.
Ficamos em silêncio por um tempo.
— Está preocupado com o plano como eu estou? — ela engole em seco.
— Claro que estou, mas não posso ficar, nem você. — digo sendo sincero. É tão bom não precisar mentir.
Ela assente.
— Eu sei. — suspira. Seus olhos descem para a garrafa em minha mão, em seguida para os cálices. — Pra que isso tudo?
Sorrio tímido pra ela. É fácil ser assim quando estou ao lado dela. É fácil atuar sem realmente achar que está.
— Deduzi que você estaria nervosa e achei que seria uma boa ideia bebermos um pouco parar relaxarmos. Aceita?
A resposta não demora para vir.
— Aceito. Entra.
Me sento em sua cama. Ela se senta ao meu lado. Sirvo o vinho para ela primeiro.
— Obrigada.
Me sirvo também. Mare não perde o hábito de virar a bebida de uma vez.
