Velha Bruges

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Os raios de sol colorem o céu e transformam a vista em uma obra de arte. Como todas manhã tenho afazeres, como ordenhar a vaca para termos leite fresco ou ir até o mercado para termos um bom café da manhã para trabalharmos bem durante o dia todo. Meu pai sempre acorda muito cedo, trabalha como pescador no porto.

— Bom dia querida! Ande vá até o mercado e compre pães. — ela pega umas moedas do pote de barro e me entrega.

Ultimamente às vendas estão baixas no porto. O dinheiro na minha casa está bem limitado por isso venho pensando em trabalhar em costura com a minha madrinha.

Sem querer enaltecer minha madrinha,  Nora, ela é a melhor costureira da província de Bruges. As garotas locais sempre remendam seus vestidos, ou mandam fazer novos com a Nora.

Por sorte minha casa não fica longe do mercado, e não demoro para chegar. Cheio como sempre, monótono como sempre. Vou até o padeiro e compro pães frescos. Seu cheiro faz meu estômago roncar há dois dias não como pela manhã.

Como havia mencionado anteriormente, o dinheiro estava curto. Minha madrinha sempre oferece para mim algumas porções de comida para que eu leve para casa, mas, tenho vergonha de aceitar. Ela não pode nem sonhar que não tomo café.

Enquanto voltava para casa, vi minha amiga. Anna.

— Olivia! — a garota esbraveja ao me ver. Ela segura na barra de seu vestido e corre até mim. Em seu braço havia uma cesta com alguns legumes frescos.

— Cuidado! Pode acabar caindo, por que estás tão eufórica? — o peito da garota de dezesseis anos subia e descia freneticamente.

— Ficaste sabendo do baile que irá acontecer em breve no Palácio?

Revirei os olhos pela animação boba da garota, o rei sempre faz algumas festas e algumas vezes sem motivos. Não me importo com seus bailes pois o rei só convida os nobres da Bélgica.

— Anna, sabe que não me importo com esses bailes desnecessários que o rei faz. Ao invés de estar se preocupando em dar festas luxuosas deveria se importar com o porto.

— Está indo tão mal assim? — a garota começa a andar ao meu lado. Suspiro tristonha pelo o que vem acontecendo.

— Soube pelo meu pai que o conselho está considerando em cortar os gastos desnecessários. — ela afirma em silêncio — Se as coisas não melhorarem meu pai pode perder seu emprego.

— Não se preocupe, tenho fé que irão melhorar as suas condições. Tenho que ir, nos vemos depois! — ela deixa um selar em meu rosto e corre pelas rua estreitas afim de ir pra casa.

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Depois que ajudei minha mãe com todas tarefas, fui visitar minha madrinha. Ela havia comentado que precisava de ajuda com uns vestidos que precisavam imediatamente serem entregues.

— Madrinha estou pensando em arranjar um emprego. — comentei enquanto bordava os detalhes de um vestido simples, um azul bebê com uns detalhes em branco.

— Olivia, uma moça como você não deve ter um emprego. Apenas se dedique aos afazeres domésticos é como um emprego mas sem salário... O que é injusto! — ela ri. Nora me contou que sua mãe à fazia trabalhar quando criança, e quando montou seu próprio ateliê quis voltar para sua infância.

— Estou com problemas financeiros, preciso ajudar meu pai. Se quiser posso trabalhar aqui com você, juro que aprendo rápido.

A mulher me olha de relance e suspira pesado. Ela deixa a linha e agulha de lado e vem até mim com um olhar doce coberto de pena.

— Querida, eu iria adorar lhe ajudar mas não posso pagar por uma aprendiz. Mas, sei que estão precisando de funcionários novos para trabalhar no palácio agora que a família real está vindo passar às férias de outono.

É costume a família real vir passar o outono aqui em Bruges, mas não ficam por muito tempo. E com essas viagens todas estão sempre precisando de novos empregados para limpar suas sujeiras, até as que são ditas.

— Não sei madrinha... nunca me imaginei trabalhando no palácio.

— Sei que pagam bem, e isso é o que importa certo? — confirmo. — aliás só irá trabalhar pra eles enquanto estiverem aqui e quando aqueles cachorros vestidos de seda forem embora estará livre para voltar a ajudar sua mãe.

— Tem razão, talvez até possa trabalhar como faxineira no meu tempo livre. Sabe que quando a família real vem seus cachorrinhos nobres vem atrás.

Gargalhamos e voltamos à costura.

— E como está sua mãe?

— Melhor, o curandeiro diz que ela está melhorando. Mas toda vez que a vejo com a pele pálida, cada vez mais magra e fraca me faz ter pensamentos horríveis.

— Não pense nisso, ela vai ficar bem.

Há algum tempo minha mãe está doente, o curandeiro lhe dá chás e outras ervas para amenizar algumas dores ou até mesmo febres altas. Mas não vão ser chás que irão curar minha mãe.

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Eu estava lavando uns pratos quando vejo Anna e Rose se aproximarem. Rose a irmã mais nova de Anna, são inseparáveis. Às vezes sinto inveja delas, tem uma a outra e eu não tenho irmãos.

𝚃𝚘 𝚋𝚎 𝚌𝚘𝚗𝚝𝚒𝚗𝚞𝚎𝚍...

Meu Doce Rei "Imagine Jungkook"Onde histórias criam vida. Descubra agora