Sr.Libertino

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A rainha retirou sua filha de perto de mim como se eu fosse alguma ameaça ou tivesse alguma doença. Seu olhar de desprezo sobre mim demonstra que o dinheiro pode comprar muitas coisas mas educação, classe e simpatia estão longe de ter um preço.

— Como ousa falar com a minha filha? — abaixei minha cabeça. Mas não por respeito ou medo mas sim que não posso correr o risco que ela reconheça meu rosto daqui a algum tempo.

— Mãe, só estávamos apenas conversando. — a garota tentar interferir.

— Ji querida, sabes que não gosto que fique falando com esse tipo de gente. Se eu lhe ver fazendo tal ato novamente irei imediatamente falar com o seu pai! — a garota se encolhe atrás da mãe e esconde seu livro por trás do corpo.

A rainha volta seu olhar para mim e berra novamente;

— O que ainda faz aqui? Retire-se!

Apenas me curvo e saio praticamente correndo, deixando-as para trás. E antes que eu deixasse o corredor totalmente pude ouvir mais algumas reclamações da rainha sobre a filha.

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Kalemera", como uma saldação de manhã ", kalo apoyevma" para diser "boa tarde" e "kalespera" para diser "boa noite."

– Use "ya sas" para diser Olá para as pessoas mais velhas.

Frequentar a igreja católica con mais frequência.

– Andar con as senhoras de respeito de Bruges.

– Obedecer meu marido.

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Na primeira folha de meu caderno escrevi alguns pontos importantes que absorvi da primeira aula do Duque. Não imagino como ele conseguirá transformar uma besta como eu, em uma futura rainha. Lembro-me do caderno que o Duque me deu com algumas palavras em grego mas tive grande dificuldade em tentar ler e pronunciar, as aulas que a princesa me ofereceu cairia de bom agrado para não acabar com o meu disfarce na frente da corte real.

Tiro meus sapatos e visto uma camisola me deitando na cama, hoje o dia foi bem cheio e corrido. Meus pés latejam por descanso e minha cabeça também.

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— Olivia... Olivia, abra a porta!

Ouvi uma voz ao longe me chamar, e quanto mais meus olhos se esforçavam para abrir, o chamado se fazia mais presente. Junto a essa voz pude ouvir também batidas constantes e impacientes da pessoa do lado de fora, muito relutante, levantei-me e me arrastei até a porta abrindo sem nem ao menos olhar quem era.

A pessoa entra rapidamente e só então vejo que se trata da Angélica, a garota tinha uma grande cesta em mãos que logo coloca a mesma sob a cama. Ela retira seu capuz longo e escuro e arruma seus cabelos ruivos que estavam levemente bagunçados.

— Trouxe o que me pediu, sua madrinha disse que nem todos estão prontos mas que em breve irá mandar os demais.

Abro a cesta e vejo alguns vestidos de seda extremamente finos, os bordados, os detalhes, as mangas bufantes e compridas e até alguns leques que combinavam perfeitamente com os vestidos. Nora sempre pensa em tudo.

— Ainda acho perigoso essa história, não tem outra maneira de pagar o príncipe pelo favor que ele fez? Sabes que se souberem dessa história a única que sofrerá as consequências será tu.

Angélica tem razão, esse jogo é perigoso. Preciso repensar em minhas ações.

— Agradeço pelo favor que me fizeste.

— O que não faço por uma amiga? — ela sorri. — Bom, nos vemos amanhã.

Aceno com a cabeça em concordância, e ela se retira do meu quarto. Pego a grande cesta e a escondo debaixo da cama, não posso correr o risco de alguém ver esses vestidos aqui.

E então volto a deitar-me e adormeço rapidamente.

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Como em algumas manhãs, levo o café matutino para o príncipe, e como esperado uma donzela deixa seu quarto às pressas. Vejo o homem sentado em sua mesa lendo algum livro, ele parece bem absorvido na leitura pois não disse nada assim que comecei a servi-lo. Durante a noite pensei e repensei nas palavras de Angélica, é muito arriscado o que estou fazendo mas também estou ajudando minha família de certa forma, se eu me tornar rainha, poderei tirá-los desse vilarejo pequeno de Bruges e mandá-los para capital para que tenham uma vida decente e um lugar onde minha mãe receba um tratamento adequado.

Ainda tenho muito no que pensar. No que posso ganhar e o que posso perder...

O príncipe beberica o chá e logo limpa a garganta e se pronuncia;

— Sua segunda aula será hoje, mas o Park não poderá vir. Então serei seu professor! — ele sorri como se aquilo fosse uma ótima notícia. Acho que pode estar sorrindo da minha desgraça ou pela cara desagradável que meu rosto demonstra.

— Não acho que seja uma boa ideia que eu esteja trancada com o senhor, no seu quarto, a sós. — Quanto mais penso nesse cenário, sinto minhas bochechas queimarem.

— Não se preocupe, não é como se isso fosse estranho. E ninguém irá nos atrapalhar, o estranho vai ser que as pessoas que estejam do lado de fora não escutem seus gritos... — um pequeno sorriso surge no canto de seus lábios.

Safado! Sem vergonha! Libertino! Gostaria de gritar essas palavras em sua cara, mas um dia terei esse prazer.

— Certo... — ele se põe de pé. — Vou banhar-me e enquanto isso pegue suas coisas e traga para cá, para iniciarmos a nossa aula.

Antes que eu contestasse ele dá as costas. E eu vou para meu quarto pegar minhas anotações.

𝚃𝚘 𝚋𝚎 𝚌𝚘𝚗𝚝𝚒𝚗𝚞𝚎𝚍...

Meu Doce Rei "Imagine Jungkook"Onde histórias criam vida. Descubra agora