Destino cruel

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Agarrei o braço do Duque esperando o julgamento de Élea cair sobre minha cabeça.

— O que tenho a dizer é... que com muito orgulho e felicidade, tenho a honra de entregar para o nosso futuro rei. A aliança de esmeralda da família Jeon... — a mulher abre uma pequena caixa de veludo vermelho e mostra para todos o grande anel esverdeado.

Tal objeto ofuscou tudo, os cachorrinhos reais estão sedentos pela demonstração de poder que é lhes mostrado. Os patriarcas estão quase jogando suas filhas para cima de Jungkook na esperança de tais garotas serem as futuras rainhas.

Mas o que não entendo é;
O que aconteceu com a Élea de poucos minutos atrás? O que fez ela mudar de ideia tão rapidamente?

Jungkook logo se aproxima da mulher que se reverência para o homem lhe entregando a pequena caixa. Ela se volta novamente para os convidados e finaliza.

— Que Deus abençoe o futuro rei! — ela esbraveja e os convidados também repetem tais palavras.

Élea, logo se retira do palanque e sinto o ar que estava preso em meus pulmões serem soltos. Meu peito subia e descia pelo nervosismo, talvez ela esteja tramando o meu castigo e isso seja apenas uma tortura. Fiquei tão distraída imaginando o início de minha tortura planejada por Élea que quase não prestei atenção nas palavras do príncipe.

— Assim como meu pai e meus antepassados, espero continuar levando a Bélgica à glória e prosperidade. Eu, Jungkook de Saxe-Coburgo-Gota pretendo continuar a linhagem de minha família governando esse país de maneira sábia e justa. — seus olhos vagam por todos e por fim permanecem em mim. Seu sorriso aparece de maneira discreta.

— Chegou o grande momento senhorita. — Jimim sussurra em meu ouvido, estremeço ainda mais pelo nervosismo e me agarro ainda mais nele.

— Por este motivo quero a melhor mulher ao meu lado... — o príncipe prossegue com seu discurso. — para que juntos possamos guiar este povo e esse país para um futuro próspero, uma mulher que irá dar um herdeiro a este povo e a este país.

Nossos olhos se fixaram por breves segundos, apertei ainda mais minhas próprias mãos e soltei um suspiro calmo. Estou me controlando para não sair correndo de nervosismo.

— Gostaria de pedir a mão em casamento para a senhorita... — as garotas o olhavam esperançosas e seus pais mais ainda. E como um golpe de misericórdia na curiosidade de todos ele põe seu olhar em mim. — Senhorita Odette Francois, aceita se tornar minha esposa?

Os olhares decepcionados das garotas, os olhares raivosos da nobreza e os olhares confusos do rei e da rainha, todos, se voltam para mim. Entrei um pânico interno ao ver tantos olhares e cochichos sobre mim, e Jimin percebe isso e logo me guia até a família real e a cada passo que damos começo a repensar em todas as minha decisões e consequências futuras que poderiam surgir conforme o tempo.

Enquanto caminho até o príncipe que segurava a caixa com o pequeno anel de esmeralda em mãos, senti esvair dele o meu destino cruel. Irei me enforcar nas mentiras que criamos mais cedo ou mais tarde e irei morrer em frente a nobreza.

Era esse tipo de pensamento que eu sinto vindo sobre ele...

Assim que o Duque me deixou em frente ao homem, ele logo tratou de se aproximar ainda mais de mim e estender a pequena caixa em minha direção.

— Me concederia essa honra? — ele estende sua destra, e antes de respondê-lo encaro seus olhos mais uma vez.

— Sim, aceito. — digo convicta e ele logo põe o anel em meu dedo o mostrando para os convidados.

E então o salão foi preenchido por aplausos e sorrisos falsos, olhei de relance para os pais do príncipe e sua mãe, parecia ler meus pensamentos ou até mesmo devorar minha alma.

Desvio meu olhar deles, e volto para o salão vendo o Duque novamente entre a multidão e ao seu lado estava Angélica e ambos sorriam em nossa direção de maneira discreta e duvidosa para os olhares alheios.

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Em uma sala mais reservada e longe da festa e dos ouvidos curiosos, o rei e a rainha, seus filhos e eu estávamos reunidos para uma breve conversa. Na verdade pelo jeito que os pais do príncipe me encaravam parecia mais um interrogatório ou um julgamento.

— Francois? Há anos que não ouço esse sobrenome... — o rei dita e logo começa a me rodiar, como se estivesse procurando algum vestígio de minhas mentiras.

— Da última vez que vi a senhora Francois ela estava grávida e um pouco doente. Mas durante todos esses anos nunca ouvi falar de você, como isso é possível?

— Vivi durante muito tempo na Grécia, fiquei por lá após o falecimento dos... —  engulo em seco. — Meus pais vossa majestade.

A rainha afirma, desconfiada.

— E por qual motivo veio para Bruges? Não acredito que fizeste uma viagem tão longa para correr o risco de voltar de mãos vazias, podes ser apenas uma aproveitadora querendo poder e riqueza. Como posso acreditar em ti? — o rei se aproxima de mim, enquanto eu me encolho ainda mais sobre suas palavras duras e frias.

— Vim acompanhada do Duque de Bruges majestade.

— Jimin? — ele ri. — Tanto o Duque quanto meu filho pensam mais com os hormônios do que... enfim, ainda não creio na senhorita!

Olho de relance desesperada para que o príncipe faça algo para me ajudar, mas ele ainda permanece quieto assim como sua irmã e mãe.

— Minha família... — ditei em um tom baixo para o homem em minha frente. — serviu durante muitos anos para sua família e quero tornar nossos laços ainda mais fiéis pela união matrimonial. Quero dar a este país o futuro que merece, com herdeiros saudáveis e forte para governarem futuramente.

Argumentei confiante e acredito, de maneira convincente para a família. Enquanto o rei me analisava ainda mais com os olhos, uma outra figura se pôs ao meu lado.

— Então pai? Prosseguiremos com o casamento? — olho para o príncipe e vejo seu maxilar contrair.

Ele certamente está tão nervoso quanto eu.

𝚃𝚘 𝚋𝚎 𝚌𝚘𝚗𝚝𝚒𝚗𝚞𝚎𝚍...

Meu Doce Rei "Imagine Jungkook"Onde histórias criam vida. Descubra agora