Meu Doce Rei "Imagine Jungkook"

Valsa à meia noite

Quando o príncipe me disse que eu iria ter uma nova professora, não imaginei que se referia a sua própria irmã. A garota de pele clara e cabelos longos e escuros mantém um sorriso doce direcionado para mim enquanto conversa algo com o seu irmão. Gostaria de saber o que falam.

— Bom, como eu havia mencionado antes... minha irmã irá lhe ajudar com a escrita e leitura. Por favor se esforce pois nosso tempo está cada vez mais curto. Os nobres chegam daqui  há cinco dias. — afirmo e o homem saí do quarto da irmã me deixando a sós com a mesma.

Permaneço em silêncio enquanto a garota parece me analisar cautelosamente. Eu estava sentada em uma cadeira estofada rosa que fica perto de uma grande escrivaninha branca, a garota que se mantinha de pé vem até mim e se senta na beirada da cama.

— Meu irmão me contou que é de Bruges certo? Nunca foi a capital?

— Não alteza, minha família não tem dinheiro pra fazer uma viagem dessa! E sim, sou de Bruges. — a garota assente.

— Bom, se casar realmente com meu irmão irá conosco para a capital. — ao lembrar-me disse, percebo que esse plano maluco der certo deixarei muitas coisas para trás. Minha madrinha, Anna e Rose, a casa onde cresci e alguns conhecidos.

— Não sei o que se passa na cabeça da senhorita ao meu respeito sobre toda essa história mas... estou fazendo isso pelo bem da minha família.

A garota sorri e acaricia as minhas mãos.

— Jungkook me contou seus motivos... não precisa se explicar certo? — afirmo. — Agora vamos deixar de conversa fiada e vamos iniciar as aulas. Jungkook me contou que o Duque Jimin está lhe dando aulas sobre boas maneiras e o idioma grego, eu irei ajudá-la com a leitura e escrita e também com alguns conselhos muito importantes para que sobreviva em nosso ciclo.

A garota se levanta pegando um caderno e um tinteiro, ela os põe em cima da escrivaninha.

— Escreva seu nome, Odette Francois. — nunca fui à escola e minha mãe me ensinou o pouco que lhe foi ensinado, por isso tive dificuldades em escrever o meu novo nome.

A princesa é bem paciente e gentil, diferente de seu irmão. Me pergunto com quem ela pode parecer.

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A minha aula com a princesa havia acabado alguns minutos, e finalmente consegui escrever Odette Francois, minha letra está horrível por isso a princesa recomendou-me treinar a minha caligrafia e torná-la o mais perfeito possível.

Me pergunto como irei disfarçar para a nobreza a minha falta de cultura e conhecimento, como posso competir com todas essas garotas que tiveram tutores desde a infância?

Mas enfim... depois de um dia tão longo como esse os meus pés apenas pedem por descanso. Eu com certeza faria isso se não tivesse um condenado batendo em minha porta, com fúria me levanto e vou até a porta abrindo-a vendo uma figura no total escuro.

Antes que eu perguntasse quem era, sinto meu pulso ser puxado e arrastada até algum lugar o qual não sei. O breu me impedia de ver para onde a figura me levava.

— Quem é você? Onde estamos indo? — sem respostas. Tento me soltar mas a figura é certamente mais forte que eu.

As portas do salão foram abertas por ele e fechadas em seguida. Totalmente sozinha e trancada com um desconhecido no meio da noite no salão principal, onde ocorria as festas e outras comemorações do rei.

— Não fique assustada sou eu. — aquela voz...

— Vossa alteza, o que fazemos aqui? Por que me trouxe à essa hora para esse lugar? Tenho que acordar cedo amanhã.

Ouço ele suspirar e vejo a sombra de seu corpo mais próxima do meu.

— Pare de resmungar! Estou aqui para te ajudar e assim que me trata. Garota malcriada! — ele debocha, e se não fosse pelo escuro poderia jurar que tem um sorrisinho cínico e cafajeste em sua face.

— Que tipo de ajuda? Por que precisamos ficar sozinhos e uma hora dessas? — ele gargalha e diz;

— Não se preocupe boneca, eu jamais tocaria no corpo de uma mulher sem o consentimento dela. Estás confundindo cafajeste com idiotas aproveitadores.

— Não confio no senhor...

— E nem eu em ti... mas olhe onde estamos! Estou lhe treinando para virar minha esposa e corro risco de tu trair-me e matar-me, tem noção que estou colocando uma total desconhecida e desfavorecida para ser uma rainha? — ele tem razão, estamos confiando demais um no outro.

— Diga o que quer de uma vez.

— Certo, sabes que em todos os bailes sempre tem a dança do príncipe com a princesa e hoje serei seu professor de dança. — ele estende sua mão.

— Meu professor? E quem disse que preciso de aulas de dança?

— Acha que nunca lhe vi andando pelo corredores, apenas andando você é um desastre quem dirá dançando. — instintivamente lhe dou tapinhas em seu braço e ouço sua risada.

Nunca tinha percebido o quão boa é.

— Dance comigo senhorita Francois. — ele se curva e volta a estender sua mão, a pego e ele puxa minha cintura com força e firmeza enquanto me guia em passos lentos e bem coreografados.

— Mas não há música.

— Não precisamos, apenas se deixe levar pelos meus passos.

Sua mão esquerda estava em volta de minha cintura encaixando bem nossos corpos, sua mão direita estava elevada junto à minha e seus passos eram calmos e precisos e nosso olhos por um segundo sequer se desviaram um do outro. Vez ou outra em conseguia pisar em seus pés  o ouvindo resmungar baixo. Seus olhos negros eram a minha perdição naquela noite, sua boca era o meu pecado e o seu corpo o meu desejo...

Me senti cada vez mais leve enquanto dançavamos e não sei se acho isso preocupante ou bom. E de repente paramos com os passos e o único barulho presente era de nossas respirações.

Nossas bocas estavam a centímetros de distância, já podia sentir seu hálito quente. Nossas bocas já estavam entre abertas prontas para se entregarem uma a outra, mas o rosto do homem se desvia do meu indo parar em meu ouvido e seu sussurro me fez arrepiar-me dos pés a cabeça.

— Vamos querida. — ele me puxa novamente me tirando do transe em que me encontrava.

Mas por que raios imaginei tanto o gosto de sua boca? Por que sinto que minhas pernas podem falhar a qualquer instante?

𝚃𝚘 𝚋𝚎 𝚌𝚘𝚗𝚝𝚒𝚗𝚞𝚎𝚍...