Meu Doce Rei "Imagine Jungkook"

Pintura

— O senhor Kim a desenhou? — Angélica ditou perplexa. O desenho que o jovem deixou cair no jardim agora estava nas mãos da ruiva que analisava o desenho detalhadamente.

— Acho que ele apenas gostou do meu vestido, aliás, ele é um alfaiate certo?

— Quem me dera ele tivesse me desenhado! — ela ignorou totalmente minha fala. Seu rosto desanimado me fez desconfiar, Angélica tem um amor não correspondido?

Me aproximo mais da garota que estava na sentada na beirada de minha cama, sento-me ao seu lado e tiro o desenho de suas mãos a fazendo olhar para mim.

— Gosta dele? — por um breve momento ela se mantém em silêncio, mas logo afirma.

— Nunca trocamos muitas palavras, a última vez que falei com ele foi à mando da rainha para o levar para o palácio. Ele nunca nem reparou em mim, mas contigo foi diferente, bom... com licença. — pude sentir seu incômodo por dizer tais palavras. Ela pega a pequena bandeja prateada que trouxe com meu lanche e se retira do meu quarto.

Olhei por uma última vez o desenho antes de guardá-lo em uma pequena gaveta e sair dos meus aposentos para encontrar o príncipe.

Mas para minha surpresa, entre os corredores, encontrei Élea que andava com calma e graça que poderia ser reconhecida de longe. Seu nariz empinado logo se torceu ao me ver.

— Senhorita Francois... — ela se curva contra gosto e meu "nome" sai arrastado de sua boca.

— Élea, posso falar contigo?

— Sinto muito viscondessa mas estou indo atender a rainha, quem sabe outra hora, sim? — ela sorri forçada e volta a caminhar me dando às costas.

— Será rápido.

Ela se vira e vejo seu rosto entediante e irritado voltado para mim.

— Diga Viscondessa.

— Não sei porque não contou para todos sobre mim mas... queria agradecer, não esquecerei disso futuramente.

Ela sorri debochadamente e se aproxima de mim lentamente.

— Não fiz isso por que me simpatizo contigo, ou por piedade. Apenas obedeci ordens do futuro rei, mas não acredite que esse segredo estará seguro comigo, sou totalmente fiel à rainha. Então qualquer deslize seu, entregarei sua cabeça em uma bandeja de ouro. — ela sorri torto e se retira.

Meu coração acelerado maltratava minha caixa torácica, se eu me tornar rainha, não estarei segura com Élea por perto. Se quero que o plano ocorra como planejado preciso descobrir uma forma de manter a governanta fiel à mim.

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Assim que entrei no quarto do príncipe, ele estava muito concentrado lendo algum livro. Seu rosto sério ficou tão atrativo e sua camisa branca fina entreaberta mostrando um pouco de seu peitoral bem trabalhado me fez avaliá-lo ainda mais. Espere... porque diabos estou almejando tanto seu corpo?

Esqueça isso...

— Olha quem veio me visitar, que honra! — seu sorriso cafajeste se fez presente, ele deixa o livro de lado e caminha até mim.

— Vim vê-lo já para agradecer e dizer algumas coisas.

Ele me guia até sua pequena mesa com duas cadeiras, me sentei de frente a ele.

— Não sei como, mas agradeço por ter me salvado de Élea.

— Não agradeça, não é só como se você tivesse a perder se todos descobrissem nossa pequena mentirinha... — ele deu de ombros.

— Bom... quero saber como irá levar meus pais para a capital? Sabes que não irei sem eles.

— Isso já ficou bem claro minha sereia... — revirei os olhos. — pensarei como e direi para que os leve no dia que partirmos.

Afirmei e logo outra dúvida surgiu.

— Iremos antes ou depois do casamento?

— Meus pais jamais organizariam um casamento em Bruges, é de fato, que nos casaremos na capital. — suspirei tristonha pois adoraria que minha madrinha e Anna vissem meu casamento mesmo que ao longe. Mesmo que esse casamento jamais seja o que sonhei.

— Ah, hoje não terás aula com Jimin iremos sair... então vá até o quarto de minha irmã. — confirmei e levantei-me da cadeira e me curvei antes de sair do quarto.

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Andava novamente no jardim pela manhã, estou sozinha neste palácio. Ji-hye e sua mãe saíram para preparar os detalhes do casamento e Jungkook não o vejo desde de ontem, então me sinto solitária por aqui. Mas lá no fundo eu desejo ver o jovem que vi por aqui.

E entre as árvores pude ver alguém sentado, apoiado no tronco de uma árvore enquanto pintava um pequeno quadro. Me aproximo do acastanhado e sorrio pela obra que faz, sua concentração não o fez perceber por um longo tempo que estou o admirando, bom... sua obra.

— Então quer dizer que além de fazer belos trajes, ainda pinta paisagens? Está me surpreendendo senhor Kim. — sorrio para o jovem que leva um pequeno susto.

— Senhorita Francois! — ele se levanta rapidamente. — Estou começando a achar que é um hábito teu chegar despercebida viscondessa.

Sorrio e ele parece tímido. O deixo envergonhado.

— Se incomoda de me fazer companhia? — ele abre e fecha a boca diversas vezes mas por fim, se senta não muito próximo à mim.

— Onde está sua dama de companhia? — ele olha ao redor.

— Não tenho. É tão desconfortável assim minha presença?

— Não! — ele abana as mãos em leve desespero. — Apenas que a senhorita é noiva do príncipe herdeiro e não é bom estarmos aqui juntos e... sozinhos.

— Creio que não me fará mal. — sorrio. — Há quanto tempo trabalha para a família real?

— Bom, meu pai era o antigo alfaiate. Então é como um legado servir a família real, fiz isso por ele. — seu olhar nostálgico e perdido me fez querer saber mais sobre si.

— E por ti? O que fizeste? Ninguém... deveria se sentir obrigado a fazer o que não quer ou por obrigação.

— Para o meu pai isso é uma honra, para mim também mas... sonhava com outras coisas! Mas isto não importa mais, me sinto satisfeito por fazê-lo se orgulhar de mim.

Pego seu quadro que estava ao seu lado e vejo o seu talento para arte e pintura. Um jovem tão belo e talentoso gastando sua vida servindo a um bando de nobres.

— Espero que algum dia gaste sua vida e energia fazendo aquilo que realmente gosta. — o devolvo. — Até mais senhor Kim.

Me levanto e o jovem se curva, uma sensação estranha se faz em meu peito. Não posso dizer o que é, mas é boa, é nova e quero senti-la mais um pouco. Ao olhar um pouco para trás vejo que o alfaiate ainda mantinha seu olhar sobre mim, mas aos nossos olhos se encontrarem ele logo corta o contato visual.

𝚃𝚘 𝚋𝚎 𝚌𝚘𝚗𝚝𝚒𝚗𝚞𝚎𝚍...