A morte não é o fim

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Já fazia alguns meses que eu estou trancada no palácio, Jungkook, decretou que eu apenas sairia de meu quarto para pegar sol nos horários que ele planejou e vez ou outra o próprio via me ver mas ficava poucos minutos apenas para apreciar a minha barriga que agora já se notava minha gestação. Já ouvi alguns berros de Nora e meus pais tentando me ver algumas semanas atrás, mas não obtive notícias deles e tampouco do Kim...

Desde que Jungkook ordenou minha prisão neste quarto, não vi Elize, a garota é minha única salvação para obter informações de quem preciso saber. Estive tão distraída que não vi Ji-hye entrar no quarto. Levantei-me assustada e logo senti a vergonha invadir-me. Ela foi tão boa e gentil comigo e eu traí seu irmão deste jeito.

— Por favor não conte para ninguém que estive aqui, muito menos para meu irmão. — ela diz baixo.

— O que faz aqui?

Ela se aproxima de mim e ajuda-me a sentar na cama.

— Já estás a três meses aqui. — com sua fala, espanto-me pelo tempo que estou aqui. — Meu irmão está sendo muito severo contigo, principalmente neste estado em que se encontras. — ela deixa uma leve carícia em minha barriga.

— Não o julgo.

— Tu tendo errado ou não, ele deveria trata-lhe melhor. E também lhe dar respeito... — ela cruza os braços.

— Como assim?

— Aquela ruiva... a tal de Angélica, durante esses meses vi eles muito próximos. Há algumas semanas a peguei saindo do quarto dele, suas vestes amassadas e seus cabelos em pior estado. — arregalo os olhos. — E agora ela nem veste mais uniforme, senta conosco e...

— Diga.

— Dormem no mesmo quarto. — aquilo foi o ápice para mim, me senti enjoada por tais informações.

Não conseguia imaginar Angélica e Jungkook fazendo tais atos há poucos corredores de meu quarto, mas não o condeno. Aliás, eu o traí embaixo de seu próprio teto.

— Bom...

Ji-hye percebe meu desconforto e logo pega a pequena cesta, a qual ainda não havia notado, tentando rapidamente mudar de assunto. Na cesta havia alguns rolos de seda e objetos para tricô e costura.

— Trouxe essas pequenas peças para costurarmos juntas. — ela sorri. — achei que seria bom fazer parte do enxoval do seu bebê. E como não sabemos se é um príncipe ou uma princesa, trouxe branco e quando a criança nascer faremos na cor certa.

Quando nascer... se Jungkook deixar-me viver para ver o meu filho.

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5 MESES DEPOIS...
PALÁCIO, BRUXELAS

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Com os nove meses completos, meu peito apertava cada vez mais pois saberia que em breve iria separar-me do meu bebê. Meu coração sangra por saber que posso morrer sem nem ao menos despedir-me dos meus pais e de minha madrinha, creio que causei muita dor a minha família, e lamento tanto por isso. Não sabia que as coisas terminariam assim...

E Taehyung? Bom, pelo que eu soube, ele foi exilado do país. Tanto ele quanto seus descendentes jamais poderão retornar para Bélgica enquanto a monarquia aqui existir, e não sei por qual milagre divino, Jungkook, o poupou. Mas creio que há dedo de Angélica, aliás a garota ganhou muito poder e respeito por todos no palácio. Ela já é praticamente a rainha, e ela sabe bem disso, pergunto-me se seu ódio por mim a fez perder aquela doçura e postura de anjo que aparentava ter.

Meu Doce Rei "Imagine Jungkook"Onde histórias criam vida. Descubra agora