A Escolhida Da Profecia

06 - Ele está vivo

Nix

Me assustei quando fui pega no colo e levada às pressas por Connor até meu quarto, onde ele se trancou comigo sem mais nem menos, o olhei confusa e percebi seu olhar preocupado e perdido, pensei em falar algo, mas pelo o que pude ver, ele é uma pessoa fria e que não fala muito ou talvez seja assim apenas comigo.

_ Nix. - Sou tirada de meus pensamentos e foco meu olhar nele. - Até onde sabe sobre sua família? - Estranhei a pergunta, provavelmente franzi o cenho mas a falta de expressão se instalou em seu rosto me impedindo de tentar entender o que se passa na sua cabeça.

_ Meus pais são donos de hotéis e eu possuo um irmão morto. - Comentei desviando o olhar, minha voz saia baixa, mas com a audição de lobo sei que ele conseguia me ouvir.

_ Jackson tem problemas. - Resmungou e se sentou na beira da cama. O olhei como se pedisse resposta e tudo que recebi foi o negar de sua cabeça.

Respirei fundo e então me toquei que não estava conseguindo ouvir nada além da respiração de Connor dentro do quarto e a capacidade do meu olfato parecia ter diminuído em uma enorme quantidade. Dessa vez não ficaria quieta, acho que pelo menos com meu corpo tenho o direito de saber o que estava acontecendo.

_ Connor... - Abriu os olhos ao ouvir seu nome e me encarou esperando que eu falasse. - O que aconteceu com meus sentidos? - Sentei na cama um pouco distante, apoiando minhas costas no espelho da mesma.

_ Path com a ajuda do Jackson selou quatro das almas que ainda estão em você. - Me assusta um pouco o modo como ele fala, o tempo inteiro sem expressão e totalmente calmo.

_ Que? Por que? - Minha confusão junto as dúvidas em minha cabeça apenas aumentavam, nada mais fazia sentido.

_ Porque a partir de amanhã seu treino será intensificado e para garantir que você não surte como da primeira vez, Jackson gastou todas as suas forças e mais da metade das forças de Path para selar seus lados mais agressivos e que agiriam por instinto. - Voltou a fechar os olhos e jogou seu corpo para trás deitando na cama.

_ Mas quando isso aconteceu? - Abracei minhas pernas encarando meus pés evitando o olhar.

_ Jackson havia preparado o feitiço assim que chegamos nessa casa, estava sob o efeito do mesmo desde o momento que acordou, quando sua audição sumiu por completo junto ao seu olfato era apenas um efeito que dizia que tudo estava quase pronto, por fim, as facas que Path enfiou em seu estômago, mão, coxa, ombro, braço e antebraço finalizaram o feitiço e eles foram selados. - O olhei com certo receio, apenas fitava o teto sem preocupações ainda sem expressão.

_ O que aconteceu com a primeira casa? - Apertei entre os dedos do pé o grosso lençol da cama, preocupada era uma palavra que me definia bem e não era apenas por conta da casa, mas também por tudo que está acontecendo.

_ Reduzida a pó, se não fosse a barreira do... dele, nossa localização teria sido revelada e Lilith e eu estaríamos mortos de vez, sem ossos pra enterrar e sem cinzas para deixar em um pequeno altar em nossa memória. - Seu olhar se cruzou com o meu e ele o manteve fixo, me encolhi um pouco, a sensação que percorria meu corpo era desagradável. - Você se tornou uma máquina de matar imparável e quando se lembrar de tudo, nem mesmo aquele que todos temem poderá te parar. E isso nem mesmo é o pior...

As batidas na porta o interrompeu e cortou o clima pesado que se instalou no local, Connor suspirou enquanto se levantava, fiquei o observando perdida e perplexa com tudo aquilo que ele havia me falado logo a porta estava aberta e Lilith passava por ela um pouco mais calma do que quando atravessou o portal.

_ Connor eu vou ter brinquedinhos novos! - Comentou animada pulando no pescoço do irmão se pendurando ali, ele abriu um sorriso de lado e a colocou de volta no chão.

_ Quando o assunto é o Princeso dele, as coisas funcionam rápido por aqui não é mesmo. - Comentou com sarcasmo e o olhar vidrado em alguém ao lado de fora do quarto.

_ Se preparem, sairemos dentro de um mês. - Ouço a voz do Jackson, parecia ter perdido toda aquela calma e serenidade, sendo substituída por um ódio extremamente destrutivo.

_ Finalmente, diversão. - A albina pulava completamente alegre, mas parou de repente e apontou para mim. - Mas e ela? Não podemos deixar ela sozinha. - Se jogou para trás se deixando cair sob o irmão e o mesmo não a segurou, apenas a deixou apoiada.

_ Vamos libertar a alma de vampira dela e ela vira conosco, será um ótimo treino. - As palavras de Jackson saíram frias, eu não entendia muito bem o que está acontecendo ali e aquilo estava me assustando, me encolhi na cama sentindo sua presença extremamente assustadora.

Sarah

As portas se abriram novamente e os paparazzi invadiam o enorme jardim dessa mansão, queriam expor nosso sofrimento em todas as mídias nacionais e internacionais, ao certo a última coisa que sinto é falta daqueles que sou obrigada a chamar de filhos, mas quando finalmente consigo me livrar deles a imprensa vem atrapalhar meus planos.

Avisei a Jhon que não sairia de casa hoje, não estou disposta e cansada emocionante e fisicamente, pelo menos foi o que disse a ele, pois sinceramente já não aguento mais sorrir em frente as câmeras fazendo cara de pobre coitada que perdeu os filhos, não entendo o que se passava na cabeça da minha irmã no momento que decidiu que teria filhos com o amor da sua vida.

Só de me lembrar desse dia sinto náuseas, ignorei aquilo e aproveitei que Jhon junto aos demais empregados de minha irmã foram acalmar as câmeras lá fora, tranquei as portas do quarto como normalmente tenho feito desde o momento que cheguei aqui e chamei um dos demônios que trabalham para mim.

O mesmo me levou até às celas, abaixo do castelo da cidade que é habitada por demônios, caminhei por aquele lugar imundo olhando por entre as grades com um sorriso cínico no rosto, ver aquele bandos de seres sobrenaturais sendo torturados dia após dia até o momento de sua linda e perfeita execução é prazeroso.

Mas isso acaba quando encontro minha gêmea e seu filho que já foi dado como morto, inteiros e envoltos pelo sangue que escorre da parede ao lado junto a terra úmida e lamacenta e os insetos lhe rodeando. Ambos me encaram perdidos e com medo do que posso fazer com suas inúteis e miseráveis vidas.