Capítulo V

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Alexandre arrumava os bonecos de feno, enquanto Joana se aproximava.

-Vejo que você não é tão lerdo assim!

-Vamos começar, para te incentivar, faremos uma aposta.

- Que tipo de aposta? Perguntava Joana com um tom de malícia.

- Quem acertar mais flechas no feno, na altura da cabeça, fica sentado...

-Sentado? Perguntou Joana sem intender á aposta.

-Sim! Sentado, olhando o outro fazer tudo o que o outro quiser.

- Tudo bem... Vamos começar! Você primeiro Alexandre.

"Uma flecha, duas flechas, três flechas, ele não erra nenhuma, que maldição!"

- Sua vez agora!

"Vamos lá, vou acertar mais que ele, tenho certeza".

Uma flecha acertará na altura da barriga, outra no braço, pernas e apenas uma na cabeça.

- É você já sabe o que vai acontecer... Agora, estou com fome, que tal fazer um banquete para a gente! – Disse o rapaz com tom de deboche.

Em pouco tempo os outros acordaram, primeiro Amélia.

-Irmã, você cozinhando? Alexandre o que fez com ela? Ela nunca cozinhou a sério, vai acabar nos matando!

Alexandre não conseguia responder, pois ria sem parar de Joana.

- Olha Amélia, vou contar seus segredos também!

Então Eduardo e Hugo aparecem.

-O que está fazendo garota? Pudim de lama! Já triturou toda a carne- Disse Eduardo com tom de deboche.

- Eu cozinho, mas você terá que buscar mais carne – Disse Hugo pegando na mão de Joana.

Após o almoço, Hugo se preparava para meditar, Alexandre e Joana iriam começar seu treino e Eduardo convida Amélia para dar uma volta a cavalo.

Caminhando pelos campos ao redor do reino do leste, ele a leva até uma caverna. A caverna tinha um grande buraco no seu "teto", amostrando um lindo lago dentro. Os dois seguiram até perto do lago, ao sentarem Amélia pergunta:

- Você já amou?- Eduardo se sentiu surpreendido pela pergunta aleatória e responde:

- Sim! Já vivi muito, mesmo não parecendo tenho mais que 60 anos.

- Como? Você aparenta ter 40, não é tão velho assim...

-Enfim... Por que me perguntou isso?

- Não sei... Parece que minha irmã está encontrando o amor dela, nunca senti isso por ninguém, chega a ser estranho.

- Antes da guerra eu tinha um amor, ela era do reino do norte, a conheci quando foram dados os cinco etéreos.

- Cinco etéreos?

- Há muitos anos, foram confiadas cinco peças divinas á cinco humanos, com o intuito de acabar com a guerra entre os povos.

- E... Que tipo de peças eram essas? Questionou Amélia com grande curiosidade.

- São cinco artefatos, com essas peças os seus portadores também ganharam forças sobre-humanas e também envelhecimento mais tardio.

- A mulher que você amou é uma dessas pessoas? – Com hesitação Eduardo acaba não respondendo – Você ainda a ama... – Disse Amélia com um pouco de êxtase.

- Que tal darmos um mergulho, logo mais você se arrependerá, vai treinar duro.

Os dias se passaram, faltava apenas um dia para a partida do grupo para o sul. As duas irmãs estavam de forma formidável evoluídas em questão de combate, Joana atirava muito bem com o arco e flecha; Amélia empunhava uma espada feita recentemente por Hugo, muito bem.

Na ultima noite que eles passariam no reino do leste, Alexandre convidou Joana para dar uma ultima volta pelo reino. Seguindo até aquela fazenda abandonada, onde eles buscavam feno com frequência nas ultimas semanas, ele havia deixado uma surpresa para garota.

- Por que estamos vindo para cá? Indagou Joana.

- Tenho algo para te mostrar! Você me deixa confortável, gosto da sua presença e a quero por muito tempo na minha vida- Dizia Alexandre olhando profundamente nos olhos da jovem.

-Tá vai me mostra! – Respondeu ela com vergonha.

Um arco e flecha, feito a madeira escura e brilhante, os seus olhos brilhavam, a felicidade de Joana era incontestável aos olhos do jovem. Agradecendo-o com um forte abraço, ao soltar os braços que se entrelaçavam nos ombros de Alexandre, ela olhava fixamente nos olhos do rapaz.

-Obrigado, você se tornou especial para mim, "se fosse outro presente diria que usaria com você, mas como é uma arma, não daria muito certo!"- Disse a jovem rindo.

Os dois voltam para casa de Eduardo e vão para os seus quartos. Chegando ao quarto, Alexandre percebe que Hugo ainda estava acordado.

- Então, você a beijou pelo menos?

- Não, eu travei enquanto ela me olhava nos olhos... Mas ela também não tomou iniciativa.

- Está realmente apaixonado pela garota?

- Sim, de algum jeito a presença dela mexe comigo!

- Comigo também... Disse sussurrando Hugo.

-Como é? Diz em voz alta seu primo- Se aproximando de Hugo

- Vai acabar acordando, Eduardo e as garotas... Idiota! Estou brincando...

Então Alexandre deita na sua respectiva cama e os dois dormem após a pequena discussão.

Os Cinco PilaresOnde histórias criam vida. Descubra agora