Capítulo VIII

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Adentrando no campo fechado, os três descem de seus cavalos e os puxam pelas selas. As raízes das arvores são grandes, dificultando a passagem. Ao caminhar com o sol se pondo, eles encontram um bom lugar para descansar, então amarram uma corda à sela dos cavalos e as prendem em uma raiz.

Ao anoitecer nada se ouvia além do cricrilar dos grilos. O vento estava calmo. Os pássaros haviam adormecido. Tudo ali estava calmo e assim continuou-se a noite, com Alexandre dormindo no canto de uma árvore e os outros próximos á um rochedo similar a um buraco.

No outro dia, não se ouviam o canto dos pássaros, só o bater de suas asas, pareciam assustados. Alexandre foi o primeiro a acordar, percebendo algo estranho ele caminha até uma parte aberta da mata. Uma flecha... Em seu peito foi cravada. Uma dor indescritível que só poderia ter uma reação, um grito agonizante.

Joana e Heitor acordam imediatamente. Olhando para a vasta mata encontram seu companheiro ao chão, então os dois pegam suas armas, logo avistam 15 cavaleiros se aproximando.

- Quero que você fique aqui

- Vou ajudar! Não vou ficar aqui parada.

- “Hey” acerte quantos puder, vou descer e ajuda-lo, sei que você é melhor em combate de longa distância - Disse Heitor olhando para o arco e flecha de sua companheira, que concorda com o balançar de sua cabeça.

-Talvez seja melhor...

Correndo até Alexandre ele percebe que a flecha atingiu seu ombro esquerdo, então o levanta e indaga:

- Ainda consegue lutar?

- Não vou deixar que o patife que me acertou, saía impune.

- Então isso é um sim- Responde Heitor com uma breve risada - Pegue essa espada!

O primeiro soldado que se aproximou foi surpreendido, atingido pela flecha de Joana. Eles chegavam um atrás do outro, pressionando o guardião e Alexandre. Um dos inimigos pula abrindo sua guarda, na tentativa de fazer um corte do lado esquerdo de Alexandre, mas Heitor faz uma perfuração precisa com sua espada, próxima a traqueia do inimigo; em seguida Alexandre gira por trás de seu companheiro e atinge mais um, na altura do abdômen. Joana derrubará mais um com seu arco e flecha então os soldados recuam.

Os onze cavaleiros se reúnem atrás de um, esse se mantinha com um capuz e a cavalo, diferente dos outros que aparentavam ter deixado os seus em outro lugar. O guerreiro desce de seu cavalo e puxa seu capuz, tirando sua espada da bainha. Ele diz:

- Queria muito encontrar outro homem, mas em compensação encontro alguém a altura!

- Quem é você – Indaga Heitor.

- Sou o lorde do reino do oeste, mas conhecido com Godofredo!

- Heitor, tome cuidado esse cara é o general da rainha.

-General? Então foi você!

- Ei! Falei pra tomar cuidado, por que está caminhando na direção dele? Questionou Alexandre, que estava ferido.

Devagar o guardião caminhava até Godofredo, seus olhos estavam fixos a sua imagem, como se tudo que não fosse aquele homem fosse escuridão ou uma imagem turva.

Cinco soldados se aproximaram, entrando no caminho de Heitor. Derrubou o primeiro com um corte horizontal no peito, o soldado mais próximo recua, mas após um corte feito rapidamente no abdômen cai, chegando mais dois; o guardião segurava o braço de um deles que tentou um ataque frontal, enquanto o outro vinha, puxando o braço do guerreiro que o segurava, fez com que o cavaleiro golpea-se seu próprio companheiro; em seguida; como o cavaleiro estava com a espada presa em seu companheiro, Heitor golpeia o adversário do peito. Restava apenas um dos que se aproximará, a perna do cavaleiro tremia, nunca tinha visto alguém com tal habilidade, com medo ele ataca o guardião, mas sem sucesso, rendido pelo guardião o soldado estava, até que um grito emana no ambiente.

- Para! Chega Heitor!

Então os soldados avistam uma garota com arco e flecha num posto mais alto próximo a eles.

- Matem a garota- Ordena Godofredo- Então os outros quatro vão atrás da bastarda.

Alexandre não conseguia correr mais foi ao encontro dos quatro.

Godofredo e Heitor estavam de frente, sem reação os dois estudavam os movimentos, até que Godofredo ataca e uma luta intensa começa.

Alexandre chega antes dos quatro soldados alcançarem Joana. Ela consegue derrubar um com seu arco, porém um deles consegue tirar o arco da mesma, deixando-a desarmada, então Alexandre consegue golpear o cavaleiro com sua espada, porém algo choca Joana. O cisalhar de uma pessoa próxima. Alexandre havia sido atingido na barriga por um dos inimigos, um corte que atravessou e derrubou o bravo guerreiro, de joelhos com a mão na altura de seu estômago ele olhava para os céus.

- Pai desculpe se um dia fui ignorante, só quis lutar pelo certo- Sussurra Alexandre- Que fica de joelhos no chão.

- Não! – Gritava Joana.

Enquanto mais distante dali, estava Heitor, ouvindo os gritos ele olha para a cena e vê Alexandre caído.  Olhando para o General que acabará de derrubar, ele ameaça um ataque mas vai correndo até Joana.
Joana estava sozinha contra os outros dois soldados, desarmada ela conseguiu desviar do primeiro golpe, então a jovem corre até a espada de Alexandre que estava derrubada no chão.
Então uma flecha é disparada, acertando o peito de Alexandre derrubando-o. Heitor olha para trás e vê que Godofredo a tinha atirado.

-Seu miserável- Dizia Heitor enquanto ainda olhava para Godofredo, porém voltando a correr na direção de Joana.

Enquanto isso um os cavaleiros preparava um ataque contra Joana, quando seus braços desciam para mata-la, Heitor consegue chegar a tempo e corta o braço do cavaleiro. Enquanto a jovem consegue golpear o outro, que veio logo atrás. Com tudo isso acontecendo, Godofredo aproveita a oportunidade e pega seu cavalo, saindo do local. Joana e Heitor ficam um do lado do outro, protegendo o corpo de Alexandre que estava caído ao chão, os dois juntos com facilidade amedrontam o soldado que foge.

- Alexandre! Alexandre! Responda-me... – Dizia Joana desesperada. Vamos sair daqui, logo chegaremos ao povo do centro

- Vou leva-lo - Disse Heitor, enquanto pegava seu companheiro no colo.

Colocando-o Alexandre sobre seu cavalo Heitor partirá, enquanto Joana o seguia com outro cavalo. O caminho era tortuoso, mas com dificuldade os cavalos conseguiram passar por aquele terreno, após 40 metros a terra já era mais plana, assim o acelerar dos cavalos aumentava, aproximando-se mais do reino do centro.

- Aguente companheiro, mais cem metros e chegamos ao seu lar! - Dizia o guardião que via Alexandre fechando os olhos.

"Tudo estava ficando escuro, escuro e silencioso..."

Ao atravessar um pântano eles chegam ao reino central, porém já não havia solução, com os olhos fechados o bravo soldado havia partido. Heitor entra no castelo de pedras, onde chama o líder com pressa. Todos que estavam no local se mantinham indignados. Quando o pai de Alexandre sai por uma das portas do castelo ele avista Alexandre caído próximo ao cavalo de Heitor, com duas senhoras chorando por não conseguirem salvar o jovem.

- O que vocês fizeram com meu filho? Como isso pode acontecer? Alexandre!- Murmurava o líder enquanto tocava o rosto do jovem.

Heitor se aproximava de Joana, abraçando-a, ao ver que ela estava triste com tudo aquilo.

Aquela noite foi longa...

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