-Me pergunto por qual motivo você faz essas coisas. – Helena diz fazendo com que eu pare de digitar no notebook e a encare.
-Eu não sei, acho que para passar o tempo, gosto de trabalhos manuais. – ela observa os quadrinhos feitos por mim na minha parede.
-É só comprar, vende vários na internet, todas essas coisas que você faz na verdade.
- Além de sair mais barato se eu fizer, eu gosto, me relaxa e livra minha cabeça dos problemas, você devia tentar procurar algo para fazer que alivie a tensão. Eu por exemplo, faço artesanato ou transo. – sorrio voltando a digitar.
- Você consegue ser tão maliciosa que me dá nos nervos.
-Eu não tenho culpa de você ser a puritana. – ela faz cara de ofendida.
- Eu não sou puritana, só um pouco inocente.
-Sabe, eu entendo sua vontade de se casar virgem, respeito, só que amor, se você der um beijo num homem na balada que te pegue de jeito, que tenha pegada e seja quente como o inferno, você abre as pernas em um dois e livra a Helena Safada que tem dentro de você.
-Eu não faria isso...
-Faria, eu disse que perderia a virgindade com meu primeiro namorado, não que o Jay não tenha sido, só que a gente se conheceu em uma festa da faculdade e transou horas depois. Ele é um bom exemplo de quente como o inferno. – vejo seus olhos viajarem para outro lugar, e pelo tom que suas bochechas adquirem tenho certeza que é para um quarto com o Jayson nú.
-É ele é uma boa definição. – solto uma gargalhada, essa minha amiga não existe.-Para de rir, cachorra.
-Conheci um cara...e...porra ele não sai da minha cabeça. – solto um suspiro sofrêgo.
-AI MEU DEUS, EU VIVI PARA VER VOCÊ FALAR ISSO. Vocês transaram? – ela tinha que ser tão escandalosa?
-Não, só nos vimos duas vezes, e ele vai trazer meu carro amanhã.
-Ele é o mecânico?
-Não, o cara que pagou pelo concerto...Pietro Di Santis. – ela arregala os olhos.
-UOU e aquela regra que você criou com a Larissa, Ed e Laís?
-Sabe, eu nunca segui regras, por quê mudar agora? – faço a pergunta que não quer calar, aos olhos de todos eu sou a menina perfeitinha que o único defeito é estar acima do peso.Só que de perfeita eu não tenho nada, a questão é que eu manipulo as coisas ao meu favor, odeio seguir regras e realmente não as sigo, a diferença é que eu faço de um jeito que não pareça errado ou que nem pareça que estou infligindo.
Por exemplo, na escola o uso de uniforme era obrigatório, só que além de serem feios para um caralho, a gola da blusa sufocava, o que eu fiz? Comecei a ir de blusa branca e calça azul, anos depois aproveitei o fato de não terem uniformes do meu tamanho e pronto, nunca usei nada além da jaqueta do uniforme que era a única coisa bonita. Helena e Edgar eram os únicos que sabiam que eu não usava porque não gostava e já teve outros alunos que tentaram fazer o mesmo, só que não tinham o talento de persuasão da titia Lia.
- Você demora um século para se arrumar e já são oito da noite, deveria começar – realmente eu demoro um pouco para me produzir quando vou sair. Desligo o notebook e vou para meu quarto, deu para adiantar bastante coisa, o meu maldito chefe, volta de Nova York segunda feira, então no pior dia da semana e o que eu acordo com mais mau humor que o normal, ele chegara para me infernizar. Só mais um ano Lia, só mais um.
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Nada Além de Você
RomanceLia Carter sempre foi a menina exemplo da família, inteligente, bem sucedida, educada, seu único defeito no ponto de vista dos outros era estar acima do peso. Mal sabe eles que de perfeitinha, Lia não tem nada, a questão é que ela vive sobre regras...