Capitulo 3 -

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-Me pergunto por qual motivo você faz essas coisas. – Helena diz fazendo com que eu pare de digitar no notebook e a encare.
-Eu não sei, acho que para passar o tempo, gosto de trabalhos manuais. – ela observa os quadrinhos feitos por mim na minha parede.
-É só comprar, vende vários na internet, todas essas coisas que você faz na verdade.
- Além de sair mais barato se eu fizer, eu gosto, me relaxa e livra minha cabeça dos problemas, você devia tentar procurar algo para fazer que alivie a tensão. Eu por exemplo, faço artesanato ou transo. – sorrio voltando a digitar.
- Você consegue ser tão maliciosa que me dá nos nervos.
-Eu não tenho culpa de você ser a puritana. – ela faz cara de ofendida.
- Eu não sou puritana, só um pouco inocente.
-Sabe, eu entendo sua vontade de se casar virgem, respeito, só que amor, se você der um beijo num homem na balada que te pegue de jeito, que tenha pegada e seja quente como o inferno, você abre as pernas em um dois e livra a Helena Safada que tem dentro de você.
-Eu não faria isso...
-Faria, eu disse que perderia a virgindade com meu primeiro namorado, não que o Jay não tenha sido, só que a gente se conheceu em uma festa da faculdade e transou horas depois. Ele é um bom exemplo de quente como o inferno. – vejo seus olhos viajarem para outro lugar, e pelo tom que suas bochechas adquirem tenho certeza que é para um quarto com o Jayson nú.
-É ele é uma boa definição. – solto uma gargalhada, essa minha amiga não existe.-Para de rir, cachorra.
-Conheci um cara...e...porra ele não sai da minha cabeça. – solto um suspiro sofrêgo.
-AI MEU DEUS, EU VIVI PARA VER VOCÊ FALAR ISSO. Vocês transaram? – ela tinha que ser tão escandalosa?
-Não, só nos vimos duas vezes, e ele vai trazer meu carro amanhã.
-Ele é o mecânico?
-Não, o cara que pagou pelo concerto...Pietro Di Santis. – ela arregala os olhos.
-UOU e aquela regra que você criou com a Larissa, Ed e Laís?
-Sabe, eu nunca segui regras, por quê mudar agora? – faço a pergunta que não quer calar, aos olhos de todos eu sou a menina perfeitinha que o único defeito é estar acima do peso.

Só que de perfeita eu não tenho nada, a questão é que eu manipulo as coisas ao meu favor, odeio seguir regras e realmente não as sigo, a diferença é que eu faço de um jeito que não pareça errado ou que nem pareça que estou infligindo.

Por exemplo, na escola o uso de uniforme era obrigatório, só que além de serem feios para um caralho, a gola da blusa sufocava, o que eu fiz? Comecei a ir de blusa branca e calça azul, anos depois aproveitei o fato de não terem uniformes do meu tamanho e pronto, nunca usei nada além da jaqueta do uniforme que era a única coisa bonita. Helena e Edgar eram os únicos que sabiam que eu não usava porque não gostava e já teve outros alunos que tentaram fazer o mesmo, só que não tinham o talento de persuasão da titia Lia.

- Você demora um século para se arrumar e já são oito da noite, deveria começar – realmente eu demoro um pouco para me produzir quando vou sair. Desligo o notebook e vou para meu quarto, deu para adiantar bastante coisa, o meu maldito chefe, volta de Nova York segunda feira, então no pior dia da semana e o que eu acordo com mais mau humor que o normal, ele chegara para me infernizar. Só mais um ano Lia, só mais um.

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