Saio do elevador e vejo a expressão de Carol, tudo que é bom, dura pouco, o café da manhã se estendeu para um banho que se estendeu, e estendeu, e estendeu e três horas depois do meu horário de entrada no trabalho eu finalmente cheguei a construtora, e pela cara da minha secretária meu chefe sentiu minha falta.
-Ele está uma fera. - ela sussurra.
-Boa tarde, eu estou bem obrigada, com está você? - pego os papéis de sua mão e caminho para minha sala.
Nojo. É só isso que sinto quando entro em minha sala e vejo Rômulo sentado na minha cadeira cheirando uma blusa minha, e observando melhor pelos movimentos do seu braço parece que ele está se masturbando. O café da manhã maravilhoso subiu pela minha garganta e respirei fundo para o manter no meu estômago, dou meia volta e fecho a porta em um baque para ele escutar.
-Você está bem, Lia? Está pálida. Vou pegar água para você. - Carol vai em direção a copa e eu me sento nas poltronas de espera que tem ali, são só mais 11 meses Lia, só 11 meses.
Nunca tinham me passado a perna na vida, até conhecer o Rômulo, aquele canalha de uma figa me propôs para me tornar arquiteta chefe da construtora cinco meses depois de me formar, quando Luís se aposentou. Eu já tinha percebido olhares estranhos dele direcionado a mim, mas ele nunca tinha me assediado diretamente.
Com sede de mostrar como sou ótima profissional, de provar o meu valor, aceitei, assinei o contrato depois de ler e nunca me passou pela cabeça que eu poderia pedir demissão, então aquela cláusula de que se eu pedisse demissão antes de três anos e cinco meses, teria que pagar uma multa milionária não fez diferença na hora. Quem iria imaginar que assim que eu assinasse aquele contrato, Rômulo Miller ia se mostrar um ser nojento e odioso? Infelizmente eu não tenho bola de cristal, se tivesse venderia ela para pagar a multa e me livrar dele.
-Aonde você estava? - a voz asquerosa soa raivosa e autoritária, como se eu tivesse que dar satisfações da minha vida para ele, talvez eu tenha um pouquinho, mas isso não dá a ele o direito de falar assim comigo.
-Na minha casa, deseja algo Senhor Miller? - olha para ele que estava vermelho, não sei se de raiva ou... o café da manhã ameaça subir novamente.
-Responsabilidade, é isso que eu desejo, você tem horários a cumprir.
-Sei dos meus horários, Rômulo, e cumpro eles a risca, com mais responsabilidade que você, então não venha até aqui me ensinar como fazer meu trabalho, não está contente? Me demite! - por favor, me demite, me demite, me demite. Peço mentalmente, enquanto um sorrisinho arrogante aparece em seus lábios.
-Agora entendi o seu joguinho querida, mas não vai funcionar, não comigo. - ele para na minha frente e eu recuo alguns passos.
-Passar bem, Senhor Miller. - passo por ele e caminho até minha sala.
Olho para minha mesa onde está minha blusa e para a cadeira, Carol entra na sala com uma garrafinha de água e me entrega.
-Jogue aquela blusa no lixo e peça para esterilizar a minha cadeira, vou fazer uma visita a obra da Rua Santa Marta.
-Está tudo bem? - ela me olha preocupada.
-Sim, sim, só faça o que eu disse.
Saio da sala e volto para o elevador, preciso respirar ar puro, vou enlouquecer dentro desse lugar.O elevador para na garagem e eu caminho até o meu carro, assim que pego meu celular vejo uma mensagem de Pietro.
"Já estou com saudades, espero que você também esteja sentindo tanto minha falta de estar dentro de você quanto eu, tesoro."
Um sorriso nasce em meus lábios, apesar de tudo, ele tem sido uma coisa boa, e isso é o que mais me preocupa.Visitei quatro obras e todas estavam em ótimo andamento graças a Deus, já tinha passado estresse demais hoje para passar novamente por isso. No momento estou dirigindo de volta para casa, preciso de um banho de banheira e uma pizza com vinho para comer.
O som do toque do meu celular enche o som do carro, vejo o nome da minha mãe na tela.
"-Fala flor do meu jardim.
-Como está querida? Acabei enrolada com seus irmãos e sobrinhos que nem consegui falar com você direito sobre aquele chupão. - por que Deus nos dá irmãos? Por que?
-Que chupão mãe? Aliás, como está o papai? Ele disse que ia no jogo do Santos versus Corinthians, eu até me ofereci para...
-Não mude de assunto mocinha, me conte, quem foi o bonitão que fez isso? Edi me disse algo sobre Pietro Gostosão.
-Eu ainda mato aquela peste! Não tem ninguém de importante, só alguém que eu conheci por acaso, só isso.
-Te conheço não é de hoje Lia Carter, não se esqueça que além de sair de mim, te carreguei por 9 meses. Anda fala logo!
-Mãe, minha amada e querida mãe, não tenho nada de relevante para dizer, dormimos juntos duas vezes, nos encontramos na Light e fomos jantar juntos ontem, nada demais ok!? - respiro fundo enquanto entro no meu prédio, só o que me faltava, Edgar abrir o bico logo para a curiosa e fofoqueira da minha mãe.
-Hmmm...gostou? Ele sabe fazer direitinho? - engasgo e arregalo os olhos. Que porra é essa? Minha mãe nunca foi direta desse jeito.
-Mãe! Tá ficando velha tá ficando safada é?
-Não to morta não menina. Agora diz, vão se ver de novo quando? Tem que trazer ele aqui em casa, você é uma moça de família, pode dar suas escapadinhas mas é uma menina de respeito. Avisa antes porque vou ter que cuidar para seu pai ficar mansinho...bem mansinho - ela dá uma risadinha maliciosa e imagens nada agradáveis passam pela minha cabeça.
-Dona Andréia, eu e Pietro não temos nada demais então pare de ver essas revistas de casamento e fazer planos para os nomes dos meus futuros filhos, tudo bem?
-Certo, certo, não está mais aqui quem falou. Você sabe o que faz da sua vida.
-Isso mesmo, eu sei.
-Certo, venha jantar com a gente amanhã, vamos fazer uma noite da pizza para comemorar o aniversário do Lucas, estaremos esperando você, e talvez o Pietro Gostosão.
-Tchau mãe, até amanhã."Pego minha coisas e desço do carro, aproveito para pedir uma pizza por delivery estava morta de fome.
Preciso de um mínimo de descanso.
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Nada Além de Você
RomanceLia Carter sempre foi a menina exemplo da família, inteligente, bem sucedida, educada, seu único defeito no ponto de vista dos outros era estar acima do peso. Mal sabe eles que de perfeitinha, Lia não tem nada, a questão é que ela vive sobre regras...